Fundamentos e Procedimentos Essenciais em Patologia Clínica
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1. Objetivos da Patologia Clínica e Bioquímica Clínica
O objetivo das análises é:
- Patologia Clínica: Diminuir a incerteza clínica através de achados patológicos laboratoriais.
- Bioquímica Clínica: Estudar os processos gerais relacionados ao metabolismo, o que ocorre com as moléculas, como são formadas e qual sua função.
2. Princípios da Utilização de Exames Laboratoriais
O exame deve ser escolhido de acordo com a probabilidade prévia de se encontrar o diagnóstico, o que justifica a importância da história e do exame clínico do paciente realizado pelo médico. É crucial notar que os valores de referência variam entre diferentes laboratórios.
3. Causas de Erros em Exames Laboratoriais
As possíveis causas de erros incluem:
- Erros de Digitação: Frequentemente mais prováveis do que erros técnicos.
- Interferência Medicamentosa: O efeito de determinada droga não pode ser negligenciado, pois pode gerar um falso positivo ou falso negativo.
4. Sensibilidade, Especificidade e Prevalência em Testes Laboratoriais
A importância destes conceitos reside na determinação da confiabilidade do resultado.
- Sensibilidade: É a capacidade do teste de detectar corretamente os verdadeiros positivos (pacientes que possuem a doença).
- Especificidade: É a capacidade do teste de detectar corretamente os verdadeiros negativos (pacientes que não possuem a doença).
- Prevalência: É a incidência da doença em uma população analisada.
5. Conceitos Fundamentais Aplicados a Exames Laboratoriais
Os conceitos importantes para a qualidade laboratorial incluem:
- Exatidão
- Reprodutibilidade (Precisão)
- Desvio Padrão (DP)
- Valores de Referência
6. Definição e Cálculo dos Valores de Referência
O que são Valores de Referência?
São faixas de valores considerados normais. Valores fora dessa faixa são considerados anormais.
Como são Calculados?
- Seleção da População: Admitir que todos os pacientes que não demonstram sintomas ou sinais clínicos de qualquer doença são normais, ou admitir que os resultados de pessoas normais terão distribuição randômica.
- Cálculo Estatístico: Calcular o desvio médio dos diferentes valores a partir do Desvio Padrão (DP).
Aceitando este valor, 95% dos resultados estão dentro do normal (± 2 DP), 2,5% acima do normal e 2,5% abaixo do normal. Aumentando a faixa de DP, corre-se o risco de classificar pessoas levemente enfermas dentro da faixa normal.
7. Objetivo da Gestão de Qualidade em Laboratórios Clínicos
A necessidade de segurança em relação aos resultados dos exames determina a adoção e o desenvolvimento de controle que permitam a confiabilidade das avaliações realizadas pelo laboratório. Isso é crucial, principalmente quando se tem resultados clinicamente significantes para estabelecer o diagnóstico e o tratamento para cada paciente, pois resultados errôneos podem custar vidas.
8. Tipos de Controle de Qualidade Laboratorial
- Controle Interno de Qualidade (CIQ)
- É o procedimento conduzido em associação com o exame das amostras do paciente para avaliar se o sistema analítico está operando dentro dos limites de tolerância pré-definidos.
- Controle Externo de Qualidade (CEQ)
- É o controle interlaboratorial, que determina o desempenho dos exames através de comparações entre diferentes laboratórios.
9. Tipos de Amostras Coletadas em Laboratório Clínico
- Soro
- Obtido quando o sangue é colhido sem anticoagulante. Ocorre a coagulação, e o sobrenadante é o soro (plasma sem fibrinogênio).
- Plasma
- Obtido quando o sangue é colhido com anticoagulante e, posteriormente, centrifugado.
- Sangue Total
- Sangue colhido com o uso de anticoagulante, utilizado sem separação de seus componentes.
10. Procedimento Padrão para Coleta de Sangue
- Identificação: Antes da coleta, identificar os tubos, colocando todos os dados do paciente e informações sobre a coleta.
- Preparação: Preparar a seringa e a agulha.
- Seleção: Ajustar o garrote e escolher a veia.
- Assepsia: Fazer a assepsia do local com álcool 70% e algodão, esperar secar e não tocar mais no local.
- Punção: Fazer a punção venosa.
- Fluxo: Soltar o garrote quando o sangue começar a fluir na agulha.
- Pós-Coleta: Após coletar o sangue, orientar o paciente a pressionar com algodão o local da punção, com o braço estendido (sem dobrar).
- Descarte: Descartar a agulha e a seringa de maneira correta (material perfurocortante).