Fundamentos da Psicologia: Objetivos e Métodos

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Os Quatro Objetivos Fundamentais da Psicologia

  • DESCREVER

    Observam-se e relatam-se os fenómenos.

    Exemplo: Na hipoterapia (tratamento do espectro autista através do contacto do paciente com cavalos), constata-se que a interação com cavalos traz vantagens para as crianças com este problema.

  • EXPLICAR

    Formulam-se explicações plausíveis sob a forma de hipóteses para serem testadas.

    Exemplo: Observa-se o comportamento de várias crianças com espectro autista após as sessões de hipoterapia.

  • PREVER

    Se as explicações (hipóteses) forem adequadas, o psicólogo antecipa a ocorrência de comportamentos e processos mentais.

    Exemplo: Antecipa-se que a interação com cavalos ajuda a desenvolver as capacidades cognitivas e comportamentais neste tipo de pacientes.

  • CONTROLAR / ALTERAR

    Com os conhecimentos adquiridos, o psicólogo pode contribuir para a solução de problemas práticos.

    Exemplo: Promovem-se sessões de hipoterapia para crianças com espectro autista, uma vez que esta prática melhorou as suas competências de interação social e de comunicação.

Wilhelm Wundt e o Estruturalismo

WUNDT

Palavra-chave
Consciência (Conjunto de processos e factos psíquicos de que temos conhecimento: pensamentos, sentimentos, perceções, memória. O seu conteúdo é transitório, dado que muda continuamente).
Objetivo
Analisar a consciência e decompô-la nos seus elementos constituintes, do mesmo modo que os cientistas de outras áreas decompunham o seu objeto de estudo.

Método Introspectivo

Este método consistia na recolha e análise, por parte do psicólogo, dos testemunhos dos participantes que voluntariamente descreviam as suas experiências conscientes sob condições controladas. Vejamos um exemplo: ao olhar para uma folha, esta suscita sensações de cor, claridade e forma. São estas sensações que o indivíduo deve relatar ao psicólogo. Dizer que está a ver uma folha não é correto, dado que a folha é o estímulo e não a sensação.

Finalidade do Método Introspectivo

Consistia em colocar o sujeito a realizar associações, dado que Wundt acreditava que a atividade se resumia a combinações de elementos básicos (associacionismo) da consciência, como são as sensações, a memória, o pensamento, a aprendizagem e a linguagem. Ao perceber o padrão destas associações, estava apto para rever e controlar comportamentos.

Dificuldades do Método Introspectivo

  • A não existência de separação entre o objeto e o observador coloca problemas de objetividade e rigor.
  • Não pode ser aplicado em crianças, doentes mentais, pessoas com dificuldades de verbalização e em animais.
  • Valoriza excessivamente as capacidades da memória e da linguagem. A simples descrição de um estado de consciência pode já estar a alterar esse estado de consciência.
  • Há estados de consciência que, afetados por uma intensidade emocional, não permitem uma descrição “fria” e rigorosa.

John Watson e o Comportamentalismo

JOHN WATSON (1878 – 1958)

Fundador do Comportamentalismo (Behaviorismo)

Palavra-chave
Comportamento é qualquer reação ou resposta observável a estímulos internos ou externos.
Objetivo
O Comportamentalismo (Behaviorismo) de Watson tem como objetivo construir conhecimento que torne possível prever e controlar o comportamento. Watson queria, com os estudos sobre o condicionamento, demonstrar que o comportamento animal ou humano era o produto de estímulos e respostas. Para comprovar estas convicções, conta com o rigor e a objetividade do método experimental.
Método
Watson usa o Método Experimental. Levanta uma hipótese e, seguidamente, testa-a de modo a estabelecer uma relação causal entre as variáveis. Com este método, quer garantir a cientificidade da Psicologia, afastando-se de investigações subjetivas, como era o método introspectivo de Wundt.

Crítica a Watson

Ao defender que o comportamento de um indivíduo era unicamente o resultado da sua experiência passada (sendo por isso possível prever as ações de uma pessoa assim que fossem conhecidas as suas experiências), acentua o caráter determinista, desvaloriza o livre-arbítrio e afirma o caráter passivo do ser.

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