Fundamentos da Sociologia: Origem e Pensadores Clássicos

Classificado em Psicologia e Sociologia

Escrito em em português com um tamanho de 6,34 KB

1. Origem da Sociologia

A Sociologia tem origem a partir do século XVIII, marcada pela desagregação da sociedade Feudal e a consolidação da sociedade capitalista. Ela surge de um conjunto de pensadores que buscavam compreender as novas situações advindas das profundas transformações sociais que estavam ocorrendo. Este foi um período de revoluções econômicas, políticas e culturais que transformaram a sociedade europeia.

2. Função da Sociologia

A Sociologia é uma Ciência Humana que tem como função o estudo da sociedade, da sua organização social e dos processos que interligam os indivíduos em grupos, instituições e associações.

3. Contribuições das Revoluções Francesa e Industrial

A Revolução Francesa e a Revolução Industrial provocaram profundas transformações políticas e sociais, alterando drasticamente o cenário conhecido na época. O processo de industrialização exigiu novas formas de organização social. Embora trouxesse melhorias, também gerou novos problemas sociais, levando a um questionamento inédito da sociedade.

Neste contexto, Augusto Comte foi um dos primeiros a analisar a sociedade profundamente, tratando-a como objeto de estudo formal, pavimentando o caminho para a Sociologia.

4. A Corrente Positivista (Augusto Comte)

O Positivismo tinha por objetivo principal a manutenção da ordem vigente, defendendo o estudo de leis universais que garantissem a Ordem e o Progresso da sociedade. Esta corrente buscava aplicar métodos científicos (naturais) ao estudo dos fenômenos sociais.

5. Karl Marx: Crítica ao Capitalismo e Luta de Classes

Para Marx, a Luta de Classes decorre da divisão do trabalho. Nas sociedades modernas, essa luta se manifesta entre:

  • Capitalistas (Burguesia): Donos dos meios de produção.
  • Trabalhadores (Proletariado): Donos da força de trabalho.

O trabalho, sob o capitalismo, é denunciado pelo seu caráter exploratório do trabalhador. Marx via a solução para essa exploração em uma revolução do proletariado contra o modo de produção capitalista. Segundo ele, a principal razão pela qual essa revolução não ocorre espontaneamente é a alienação do proletariado.

6. Émile Durkheim: Concepção de Sociedade

A sociedade, para Durkheim, não é meramente o produto da soma ou da justaposição de consciências, ações e sentimentos particulares. A sociedade é mais que a soma dos indivíduos que dela fazem parte; sua formação compreende o todo e não apenas partes individuais.

Durkheim utiliza a analogia do corpo orgânico (organicismo), onde o Estado funciona como o "cérebro", elaborando representações coletivas que aperfeiçoam a solidariedade social. Para ele, todas as partes do corpo social têm uma função, não havendo hierarquia entre elas. Ele visualiza uma sociedade harmônica baseada na solidariedade.

7. Funcionamento das Representações Coletivas (Durkheim)

O social cria as representações coletivas, que são atitudes e crenças comuns a uma determinada coletividade em uma determinada época. A representação coletiva independe dos indivíduos, pois o indivíduo não possui o poder criativo; é o social que determina o indivíduo.

É como se cada indivíduo trouxesse consigo uma marca do social que determina suas ações. As gerações acumulam suas experiências e sabedorias, transmitindo essas representações.

8. Max Weber: Conceito de Sociedade e Ação Social

Para Max Weber, a sociedade não é apenas uma “coisa” exterior e coercitiva que determina o comportamento dos indivíduos (crítica implícita a Durkheim). Pelo contrário, a sociedade é o resultado de inúmeras interações interindividuais. A sociedade não é aquilo que pesa sobre os indivíduos, mas aquilo que se veicula entre eles.

A sociedade é vista como um conjunto de esferas autônomas que dão sentido às ações individuais. Para Weber, somente o indivíduo é capaz de realizar ações sociais.

9. Tipos Ideais de Ação Social (Weber)

Weber classificou a ação social em quatro tipos ideais:

  • Ação Social Tradicional: Automática, baseada em hábitos e costumes.
  • Ação Social Afetiva: Determinada por respostas puramente emocionais ou sentimentais.
  • Ação Racional com Relação a Valores: Orientada pela crença consciente no valor ético, estético ou religioso de uma conduta (Ética da Convicção).
  • Ação Racional com Relação aos Fins: Avalia racionalmente os meios e as consequências para atingir um objetivo específico.

10. Tipos Puros de Dominação Legítima (Weber)

Dominação Tradicional

É a situação em que a obediência se dá por motivos de hábito, pois tal comportamento já faz parte dos costumes. É uma relação de dominação enraizada na cultura da sociedade. Exemplo: a família patriarcal, onde os filhos obedecem aos pais devido a uma relação de fidelidade há muito estabelecida e respeitada.

Dominação Carismática

Nela, a relação se sustenta pela crença dos subordinados nas qualidades superiores do líder. Essas qualidades podem ser dons sobrenaturais, coragem ou inteligência inigualável. Exemplo: qualquer grupo religioso centrado na figura de um profeta ou líder revolucionário.

Dominação Racional-Legal

Também conhecida como dominação legal, é exercida através das leis. Nessa situação, um grupo de indivíduos submete-se a um conjunto de regras formalmente definidas e aceitas por todos os integrantes (burocracia).

11. Métodos de Abordagem do Fenômeno Social

Os métodos de abordagem do fenômeno social incluem:

  1. Encontrar as causas do fenômeno.
  2. Compreender o conteúdo simbólico das ações.
  3. Descrever os efeitos da ação.
  4. Procurar provas físicas.
  5. Relacionar as causas, efeitos e provas na sequência lógica.

Entradas relacionadas: