Fundamentos e Tipos de Manutenção: Aplicações Navais

Importância da Manutenção

• Aumenta a Confiabilidade: A boa manutenção gera menos paradas de máquinas.
• Melhora a Qualidade: Máquinas e equipamentos mal ajustados têm mais probabilidade de causar erros ou baixo desempenho, podendo causar problemas de qualidade.
• Diminui os Custos: Quando bem cuidados, os equipamentos funcionam com maior eficiência.
• Aumenta a Vida Útil: Cuidados simples, como limpeza e lubrificação, garantem a durabilidade da máquina, reduzindo pequenos problemas que podem causar desgaste ou deterioração.
• Melhora a Segurança: Máquinas e equipamentos bem mantidos têm menos chance de se comportar de forma imprevisível ou não padronizada, evitando assim possíveis riscos ao operário.

Tipos de Manutenção

Manutenção Preditiva

É aquela que indica as condições reais de funcionamento das máquinas com base em dados que informam o seu desgaste. Trata-se da manutenção que prediz o tempo de vida útil dos componentes das máquinas e equipamentos e as condições para que esse tempo de vida seja bem aproveitado. As peças são trocadas antes que apresentem defeitos.

Manutenção Preventiva

É o procedimento mais barato e garantido, ou seja, corrigir os defeitos ANTES que se manifestem ou que causem danos maiores.

Vantagem da Manutenção Preventiva: É que ela pode ser programada, evitando surpresas.

Manutenção Corretiva

É o tipo mais comum, infelizmente. O equipamento quebra ou deixa de funcionar de acordo com o esperado e o profissional de manutenção é acionado. O interessante é que, aparentemente, os equipamentos quebram quando mais se precisa deles. Por isso, o ideal é que a manutenção corretiva ocorra raramente, ou seja, deveria ser realmente um acidente. Para tanto, é preciso caprichar na manutenção preventiva.

Sistema de Manutenção Planejada (SMP)

Os fabricantes dos equipamentos participam ativamente das tarefas de instalação e testes de funcionamento do sistema e fornecem, junto com o equipamento instalado, toda a documentação necessária à manutenção dos equipamentos.

Modernamente, quase todos os fabricantes vendem, juntamente com o material, um Sistema de Manutenção Planejada (SMP) onde há diversas rotinas de manutenção pré-estabelecidas com diversas periodicidades. Vendem também ferramentas especiais e equipamentos de testes.

Terminologia e Manutenção Naval

Molinete

Aparelho constituído por um ou dois tambores.

Amarra

É uma corrente especial utilizada para talingar o ferro que aguenta o navio num fundeadouro.

Malhete

Travessão ligando os lados de maior dimensão do elo. Tem por fim:

1. Diminuir a probabilidade de a amarra tomar cocas;
2. Aumentar a resistência; e
3. Impedir a deformação dos elos em serviço.

Quartéis de Amarra

Seções desmontáveis de que se compõe a amarra de um navio. No Brasil e nos Estados Unidos, os quartéis comuns têm 15 Braças (27,5 metros).

Manilhas

Manilhas com cavirão de tipo especial, ligando os quartéis entre si e a âncora.

Elos Patentes

Elos desmontáveis e lubrificados que, nas amarras modernas, substituem as manilhas na ligação dos quartéis. Os mais comuns são o elo Kender e o elo “C”.

Tornel

Peça formada por um olhal, um parafuso com olhal, porca cilíndrica e contrapino. Funciona como um DESTORCEDOR.

Comprimento Total da Amarra

Em geral é dado como múltiplo do comprimento padrão dos quartéis. Varia de 6 quartéis (90 braças = 165 metros) a 12 quartéis (180 braças = 330 metros).

Provas das Amarras

Todas as amarras, depois de confeccionadas, são submetidas a duas provas de tração:

1. Prova de Resistência à Tração: Todos os quartéis são submetidos a um esforço de tração de cerca de 2/3 da carga de ruptura nominal.
2. Prova de Ruptura: Um pedaço com três elos iguais ao da amarra confeccionada é submetido à prova de ruptura por tração com a mesma carga de 2/3.

Inspeções e Conservação das Amarras

1. Uma vez por ano, as amarras e manilhas devem ser inspecionadas elo por elo, particularmente nos quartéis que tenham sido usados.
2. Pelo menos uma vez em cada dois anos, as amarras devem ser cuidadosamente examinadas em todo o comprimento.

Procedimento de Inspeção: Todos os elos e malhetes devem ser batidos com um martelo; se houver som anormal, procura-se imediatamente o defeito. Retira-se a ferrugem e qualquer outro material estranho, geralmente com escova de aço.

OBS: Enquanto a amarra estiver fora, deve-se aproveitar para fazer o tratamento do paiol, retirando toda a lama.

Durante este tratamento, pode-se fazer uma troca dos quartéis comuns em sua posição relativa na amarra; isto tem por fim assegurar um desgaste por igual em todo o comprimento da amarra.

Fundo de Lama: A amarra deve ser bem lavada com esguicho à proporção que vai entrando no escovém.

Cabeços

São colunas de ferro, de pequena altura, montadas na maioria das vezes aos pares e colocadas geralmente junto à amurada ou às balaustradas.

Buzina

Peças de forma elíptica de ferro ou outro metal, fixadas na borda, para servirem de guia aos cabos de amarração dos navios.

Escadas de Portaló e Escadas de Quebra-Peito

Necessitam de inspeções periódicas para assegurar seu bom funcionamento, pois são itens de grande importância e, se não verificadas com frequência, podem causar acidentes pessoais.

Portas Estanques

São portas de fechamento estanque, que estabelecem ou interceptam as comunicações através das anteparas estanques.

Observação: As portas estanques são feitas normalmente com o mesmo material de construção do casco da embarcação e possuem geralmente a mesma espessura das anteparas onde estão instaladas.

A estanqueidade das portas é quase sempre garantida por meio de atracadores que comprimem a porta com a guarnição de borracha contra a gola de seu marco.

Manutenção das Portas Estanques

• Verificar borrachas de vedação ressecadas.
• Atracadores: Lubrificação e pressão.
• Diamante: Verificar condições para garantir a estanqueidade. Corrosão e pintura.
• Dobradiças.

Navio Ro-RO (Roll-on/Roll-off)

Navio especializado em transportar cargas capazes de subir e descer a bordo por meios locomotores próprios através de rampas.

Característica: É a presença de rampas de acesso para a entrada, saída e circulação dos veículos pelos conveses.

Rampas na proa são mais comuns em ferries do que em navios Ro-RO comerciais, os quais em sua maioria possuem rampas localizadas na popa. Ainda assim, existem variedades quanto a esse tipo de rampa. Nos navios Ro-RO mais recentes, a rampa na popa é o tipo mais comum.

Por ser um equipamento moderno, normalmente a manutenção é realizada periodicamente, seguindo o estabelecido nas rotinas do Sistema de Manutenção Planejada (SMP) mencionado anteriormente.