Genética Humana: Hereditariedade e Alelos
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Genealogia humana
Na espécie humana:
Modo de transmissão da informação genética de geração em geração realiza-se através dos mesmos mecanismos de heteriedade que operam noutras espécies.
Dificuldades no estudo da genética humana: ciclo de vida longos, impossibilidade de cruzamentos experimentais, pequeno nº de descendentes, elevado nº de cromossomas. (técnicas: cariótipo, DNA)
Necessidade de: arvores genológicas, hierogramas, pedigrel: diagrama que evidencia a historia da transmissão de um dado caráter ao longo das gerações.
Permite determinar se os genes envolvidos são: dominantes ou recessivos, estão localizados nos autossomas ou nos cromossomas sexuais.
Hereditariedade Autossómica:
-Hereditariedade dominante autossómica: Doença de Huntington
-Hereditariedade recessiva autossómica: Fenilcetonúria e do albinismo.
Hereditariedade dominante autossómica:
-Os homens e as mulheres são igualmente afetados;
-A anomalia tende a aparecer em todas as gerações;
-Quando um individuo manifesta a anomalia, pelo menos um dos progenitores também o possui;
-Quando um dos elementos do casal apresenta a anomalia, aproximadamente metade da sua descendência pode ser afetada;
-Os heterozigóticos manifestam a anomalia;
-A maioria dos descendentes afetados possui pais normais;
-Os heterozigóticos apresentam fenótipo normal;
-Dois progenitores afetados originam todos os seus descendentes com anomalia. (ex.: albinismo)
Doença de Huntington – Dominante
-Doença genética determinada por genes autossómicos dominantes;
-Manifesta-se entre os 35 e os 45 anos;
-É causado por uma deficiência de um único gene do cromossoma 4;
-Uma parte do DNA (sequência CAG) repete mais do que deveria;
-Provoca a degeneração progressiva das células nervosas do cérebro;
-Conduz a perda progressiva das capacidades intelectuais emotivas;
Fenilcetonúria: recessiva
-Fenilcetonuria é um aminoácido que faz parte da maioria das proteínas alimentares;
Individuo normal:
-Possui, num determinado locus, um gene que codifica a síntese de uma enzima que, ao nível do fígado, permite a conversão da fenilalanina em tirosina;
Individuo afetado:
-Possui no mesmo locus, um gene que codifica uma enzima não funcional;
Consequências: (acumulação do acido fenilpirúvico e da fenilalanina)
-Graves ao nível do desenvolvimento do cérebro; perturbações motoras e convulsões; (prevenção PKU – teste do pezinho – suspender a fenilalanina da alimentação até ao sistema nervoso estar completamente formado).
Polidactilia (nº excessivo de dedos) – dominante
Exceções ás leis de Mendel:
-Quando não há a expressão de um gene dominante em relação ao recessivo.
-As proporções não estão de acordo com os pressupostos de Mendel;
Interações entre alelos de um mesmo gene:
Relações de dominância:
-Completa -Incompleta -Codominância -Alelos letais
Dominância incompleta
Existência, no caso de dois alelos, de três fenótipos distintos;
3º fenótipo aparece em indivíduos heterozigóticos;
Deve-se ao facto de nenhum dos alelos ser totalmente dominante;
-Um dos alelos é ligeiramente mais dominante do que o outro, tende este ultimo também expressão, resultando num fenótipo intermedio entre ambos.
Codominância:
Nenhum dos genes é dominante;
Ambos têm o mesmo peso genético; expressam-se ambos de igual forma:
Ex.: sistema ABO, cordas vocais
Alelos múltiplos:
Uma determinada característica pode ser determinada por um gene que tem mais do que dois alelos – polialelismo
-Os alelos denominam-se de alelos múltiplos ou polialelos. Ex.: sistema ABO
Sistema ABO
-Caracteriza-se pela presença ou não de determinadas glicoproteínas na superfície da membrana das hemácias.
As glicoproteínas denominam-se de antigénios ou aglutinogénios
No plasma circulam proteínas relacionadas com os antigénios das hemácias, os anticorpos (aglutininas)
-Desencadeiam o processo de aglutinação em determinadas transfusões sanguíneas incompatíveis.
Quatro grupo saguineos: A, O, AB, B
Tipo A:
-As hemácias apresentam antigénios do tipo A na superfície da membrana plasmática;
-O plasma contem anticorpos anti-B AA ou AO
Tipo B:
-As hemácias apresentam antigénios do tipo B na superfície da membrana plasmática;
-O plasma contém anticorpos do tipo A;
Tipo AB: (recetor universal)
-As hemácias apresentam antigénios do tipo A e B na superfície da membrana plasmática;
-Não apresentam nenhum tipo de anticorpos no plasma.
Tipo O: (dador universal)
-As hemácias não apresentam nenhum antigénio na superfície da membrana plasmática;
-Apresentam anticorpos do tipo A e B;
A e B – Codominância
O – alelo recessivo
Sistema Rhesus
Fator Rh: É um antigénio especifico localizado na superfície das hemácias, que induz, como resposta imunitária, a produção de um anticorpo – anti-Rh.
Experiencia de Landsteiner:
-A cobaia produz anticorpos por reação dos antigénios estranhos do macaco;
-O soro com os anticorpos é adicionado ao sangue humano;
-A ocorrência de aglutinação revela existência de proteínas comuns – fator Rh
-Um par de alelos em que o gene condiciona o aparecimento do fator Rh é dominante;
Combinações entre alelos podem ser letais
Alelo letal: causa a morte pré ou pós-natal ou que então, produz uma deformidade significante;
A combinação de determinados alelos pode originar fenótipos mortais.
Existem alelos que, reunidos em homozigotia, podem conduzir à morte do seu portador;
Em heterozigotia não são letais o que permite a sua manutenção na população;
Os seus efeitos podem manifestar-se:
- Logo no desenvolvimento embrionário;
-Após o nascimento (mais ou menos tardiamente)
Exemplo: Gato de Manx
-Gene que codifica a presença ou não de cauda
M – Codifica o desenvolvimento normal da coluna vertebral e consequentemente da cauda
ML – interfere no desenvolvimento da cauda: ausência de cauda
O gene ML:
- É letal;
- Quando em homozigotia desencadeia a morte dos embriões;
- Quando em heterozigotia o animal sobrevive, mas sem cauda.
Alelos letais na espécie humana:
-É heterozigótica para um número reduzido de alelos letais;
- Os efeitos letais expressam-se em homozigotia:
- Podem resultar em abortos espontâneos;
- Podem manifestar-se durante a vida (ex. doença de Huntington)
Alelos letais:
Admite-se que todas as espécies incluem no seu genoma genes letais:
- Uns são dominantes:
-Manifestam-se nos heterozigóticos:
-Provocam a morte dos indivíduos quando em homozigotia;
Outros são também dominantes e provocam a morte logo em heterozigotia;
- A maior parte são recessivos:
- Levando à morte apenas seres homozigóticos;
- Permitindo a vida em heterozigóticos.
Hereditariedade ligada ao sexo
Genes autossómicos: quando se localizam nos autossomas.
Genes heterossómicos ou ligados ao sexo: quando se localizam nos cromossomas sexuais.
• características ligadas ao sexo – são as características hereditárias que dependem de genes localizados no cromossoma X e Y.
Transmissão genética de genes localizados nos cromossomas sexuais
Os dois cromossomas não emparelham totalmente ocorrendo regiões onde não há genes homólogos.
-Isto é, os cromossomas X e Y apresentam genes distintos.
Genes localizados no cromossoma X:
Os resultados obtidos no cruzamento direto ou no seu recíproco são diferentes.
-Devem-se ao facto de, no macho, o cromossoma Y não possuir os alelos correspondentes do cromossoma X,
-Não são totalmente homólogos;
Transmissão genética de genes localizados no cromossoma X
-Os machos manifestam o único alelo que está localizado no cromossoma X.
-Os alelos recessivos têm maior probabilidade de se manifestarem.
-Afeta, com muito maior frequência, os homens;
-As mulheres heterozigóticas (portadoras) não manifestam a característica;
-Os homens que manifestam a característica transmitem o alelo apenas às filhas;
-Uma mulher que manifeste a característica é filha de um pai afetado e de uma mãe afetada ou portadora;
Exemplo: daltonismo e hemofilia.
Transmissão genética de genes localizados no cromossoma Y
Anomalias no cromossoma Y são apenas exclusivos do homem;
Genes holândricos – genes que não têm correspondência no cromossoma X.