Geografia de Portugal: Módulos 1 e 2

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Módulo 1

O território de Portugal é constituído por 3 unidades:

  1. Portugal continental.
  2. Arquipélago dos Açores.
  3. Arquipélago da Madeira.

Portugal pertence ao extremo sudoeste da Europa.

Latitude: distância angular em relação ao Equador.

Longitude: segundo o meridiano de Greenwich.

Evolução da População e Diferenças Regionais

  • 1940-1960: O crescimento da população foi positivo, resultado de uma taxa de natalidade elevada devido à fraca participação das mulheres no mercado de trabalho e à pouca utilização de métodos contracetivos.
  • 1960-1970: Houve um decréscimo da população absoluta devido à redução da taxa de crescimento natural (evolução dos contracetivos) e aos valores de saldo migratório negativos.

Crescimento natural = Nascimentos - Óbitos

Diminuição da Taxa de Natalidade

Causas:

  1. Entrada progressiva das mulheres no mercado de trabalho.
  2. Evolução e divulgação dos contracetivos.
  3. Preocupação com a carreira profissional.

Consequências:

  1. Não existe renovação de gerações.
  2. População envelhecida.
  3. O sistema social deixa de ser sustentável (os descontos dos que trabalham não vão chegar para pagar as pensões dos reformados futuros).

Diminuição da Taxa de Mortalidade

  1. Melhoria da qualidade de vida.
  2. Avanços da medicina.

Taxa de Mortalidade Infantil: Diminuição acentuada devido à melhoria dos cuidados, como planeamento familiar, escolas e qualidade de vida.

Saldo Migratório: Atualmente é negativo, pois há muitas pessoas a abandonar o país em busca de novas oportunidades (Imigração - Emigração).

A nossa estrutura etária atual causa um duplo envelhecimento, pois temos muitos idosos e poucos jovens, não garantindo a renovação de gerações.

Índice de Renovação de Gerações: É o número médio de filhos que cada mulher deveria ter durante toda a sua vida para que as gerações pudessem ser substituídas. Aparentemente, seriam 2 para substituir os pais na sua morte. Contudo, à nascença, existem mais rapazes do que raparigas, logo o índice tem de ser 2.1 para compensar. Portugal pratica 1.4, não garantindo a renovação, devido a múltiplos fatores.

Índice de Envelhecimento: Tende a aumentar devido à baixa natalidade e à forte esperança média de vida.

Declínio da Fecundidade: O baixo valor de fecundidade deve-se à emancipação da mulher, que é o investimento da mulher em si, na sua carreira. São ainda fatores de declínio os métodos contracetivos e os encargos económicos associados à educação dos filhos.

Incentivos à Natalidade

  1. Alargamento da licença pós-parto para mais de um ano.
  2. Criação de bancos de recursos nas juntas de freguesia.
  3. Impostos reduzidos às famílias numerosas.
  4. Atribuição obrigatória de um médico de família a cada mulher grávida.

Litoralização: Concentração da população e das atividades económicas ao longo da faixa litoral.

  1. Boas redes de comunicação, mais atividades económicas.
  2. Perto dos portos de mar e dos aeroportos internacionais.

Bipolarização: Concentração de um país em duas áreas de elevada densidade populacional que se destacam das demais (Porto e Lisboa).

Módulo 2

Costa alta (arriba): Talhada em rocha de elevada dureza, como xistos, granitos ou calcários. Pode ser alta e escarpada ou mais baixa, estar em contacto direto com o mar ou apresentar uma pequena extensão de areia frequentemente submersa durante a maré alta.

Costa baixa (de praia): Predominam rochas brandas do tipo areia ou argila. É uma costa baixa e arenosa, resultante da acumulação de areias, sendo frequente a existência de sistemas dunares.

Processo de Recuo de uma Arriba

A costa de arriba é a área mais sujeita à abrasão marinha. A força das ondas projetada contra a base das arribas provoca uma intensa erosão mecânica. O desgaste da base da arriba retira o apoio à parte superior, fazendo-a desmoronar, o que provoca o seu recuo.

Plataforma de Acumulação

Em frente da arriba, forma-se uma superfície pedregosa, resultante dos desmoronamentos da arriba, que se denomina plataforma de abrasão, prolongando-se para o mar, onde se acumulam materiais, formando a plataforma de acumulação. Esta ação contínua do mar leva a que, gradualmente, a arriba deixe de estar em contacto com o mar, tornando-se numa arriba fóssil.

Acidentes do Litoral

  • Laguna de Aveiro: O rio Vouga desagua numa laguna (haff), depositando sedimentos e formando um delta interior em quatro braços principais (haff-delta), o que provoca uma dupla sedimentação devido a depósitos marinhos e fluviais.
  • Concha de S. Martinho: É uma pequena baía em forma de concha, com uma estreita abertura para o mar, que evoluiu de um vasto golfo que foi sendo preenchido por sedimentos fluviais e marinhos.
  • Tômbolo de Peniche: Constituído por uma área de rocha mais antiga e dura, que formara uma antiga ilha (Peniche). Numa época mais recente, as correntes marítimas perderam energia, depositando areias que uniram a ilha ao continente, formando um istmo (tômbolo).

Plataforma Continental

Porção dos fundos marinhos que começa na linha de costa e desce com um declive suave até ao talude continental. Em média, a plataforma continental tem até 200m de profundidade. Apresenta abundância de espécies devido à penetração solar, menor teor em sal devido aos rios, é muito oxigenada devido à agitação e rica em nutrientes devido aos resíduos orgânicos, sendo ótima para desenvolver fitoplâncton.

Upwelling: Corrente marítima ascendente de compensação que traz à superfície águas mais frias.

Mar Territorial: É uma faixa de águas costeiras que alcança 12 milhas náuticas a partir do litoral de um Estado, que é considerado parte do território soberano daquele Estado. A largura do mar territorial é contada a partir da linha de base, isto é, a linha de baixa-mar ao longo da costa, tal como indicada nas cartas marítimas de grande escala reconhecidas oficialmente pelo Estado costeiro.

Zona Económica Exclusiva (ZEE)

Corresponde à zona marítima que vai até 200 milhas da linha de costa e sobre a qual os respetivos Estados possuem os direitos de exploração, conservação e administração de todos os seus recursos. É, no fundo, uma ampliação das fronteiras dos países. Portugal definiu a sua ZEE em 1997. Esta inclui as regiões autónomas dos Açores e da Madeira, totalizando uma superfície que ronda 1 700 000 km², a maior da Europa.

Atividade Piscatória

A situação da pesca em Portugal tem-se vindo a degradar, com uma progressiva diminuição do número de pescadores, do número de embarcações e do volume de capturas. Isto deve-se ao atraso da modernização do setor, provocado por falta de investimentos e por uma má gestão.

O Subsolo

Rochas Ornamentais: Rochas utilizadas na ornamentação de edifícios, ruas e construção de objetos decorativos (granito, xisto, mármore, etc.).

Jazida: Local onde a concentração de minerais permite a sua exploração.

Indústria Extrativa: Exploração de recursos diretamente da natureza, sem envolver a sua transformação.

Eficiência Energética: Relação entre a quantidade de energia empregada em uma atividade e aquela disponibilizada para sua realização.

Unidades Geomorfológicas

  1. Maciço Antigo.
  2. Orlas Sedimentares Ocidental e Meridional.
  3. Bacias Sedimentares do Tejo e Sado.

Minerais Metálicos: Em Portugal, o recurso mineral de maior volume de produção é o cobre, que é explorado predominantemente nas planícies alentejanas, destacando-se a mina de Neves-Corvo e Aljustrel, sendo Portugal o maior exportador de cobre comunitário. Temos também ferro, volfrâmio e estanho.

Minerais Não Metálicos: Destacamos o sal-gema como mineral de maior peso na nossa produção, explorado nas minas de Loulé, principalmente. Temos também o feldspato nas regiões nortenhas.

Minerais Energéticos: Portugal não explora petróleo, gás natural nem carvão, mas possui importantes reservas de urânio, cujas minas foram encerradas. Jazidas de Nisa (Alentejo): urânio e carvão.

Rochas Ornamentais: Mármores e calcários em Estremoz, Vila Viçosa e Alentejo.

Recursos Energéticos no Subsolo

Explorados através da indústria extrativa, são constituídos, regra geral, por recursos energéticos para a produção de energia e por matérias-primas para uso na indústria, construção civil e obras públicas. Tornam um país autossuficiente e autónomo.

  • Energia Termoelétrica: Não temos.
  • Energia Hidroelétrica: Produzimos bastante, principalmente devido às barragens.
  • Energia Eólica: Produzimos bastante também.
  • Energia Solar: Produzimos em baixa quantidade.
  • Petróleo, urânio, gás natural e carvão: Não exploramos.

Radiação Solar

É a designação dada à energia radiante emitida pelo Sol, em particular aquela que é transmitida sob a forma de radiação eletromagnética.

Gradiente Térmico Vertical: Variação da temperatura com a altitude (a temperatura diminui com o aumento da altitude).

Radiação Terrestre: É a radiação solar que, após passar pela atmosfera, é refletida para o espaço.

Albedo (Coeficiente de Reflexão): É a refletividade difusa ou poder de reflexão de uma superfície. É a razão entre a radiação refletida pela superfície e a radiação incidente sobre ela.

Insolação (Heliose): Mal-estar decorrente da exposição prolongada ao sol intenso ou ao calor. Os sintomas mais frequentes são desidratação. Ponto mais alto do sol.

Troposfera: É a porção mais baixa da atmosfera terrestre.

Dia Natural: Período do tempo em que o sol está acima do horizonte.

Ângulo de Incidência: Ângulo formado entre os raios solares e a superfície da Terra.

Vertentes Soalheiras: Vertentes diretamente expostas aos raios solares, recebendo maior radiação solar global.

Painel Fotovoltaico: Gera energia elétrica.

Painel Térmico: Aquece água.

Efeitos da Absorção, Reflexão e Difusão

A quantidade de radiação solar que atinge a Terra perde-se ao atravessar a atmosfera. Isto deve-se ao facto de a radiação ser intercetada por gases, nuvens, poeiras, etc., que fazem com que esses três fenómenos ocorram.

  • Absorção: Ocorre na estratosfera, onde o ozono absorve grande parte da radiação ultravioleta, e na troposfera, onde o vapor de água, o dióxido de carbono e as poeiras intensificam o processo.
  • Reflexão: Ocorre sempre que a radiação solar incide sobre um corpo e sofre mudança de direção.
  • Difusão: É a radiação que atinge a superfície da Terra. Esta radiação incide sobre gases e partículas e é refletida em várias direções, atingindo, em grande parte, a Terra.

Variação da Radiação Solar com a Latitude ao Longo do Ano/Dia

À medida que a altitude aumenta, o ângulo de incidência diminui. A energia recebida é menor. Quanto menor a radiação solar, maior a latitude.

Evaporação: É um fenómeno no qual átomos ou moléculas no estado líquido (ou sólido, se a substância sublima) ganham energia suficiente para passar ao estado gasoso.

Condensação: É uma das fases em que ocorre a transformação da matéria, do estado gasoso para o estado líquido.

Precipitação: Descreve qualquer tipo de fenómeno relacionado à queda de água do céu. Isso inclui neve, chuva e chuva de granizo.

Afluente: É o nome dado aos rios e cursos de água menores que desaguam em rios principais.

Subafluente: Nome dado aos rios maiores que desaguam em rios principais.

Caudal de Estiagem: Valor mínimo do caudal num curso de água durante um ano hidrológico.

Ponto de Saturação: Quantidade máxima de vapor de água que o ar pode conter, a uma determinada temperatura e pressão.

Humidade Relativa: É a relação entre a pressão de vapor do ar e a pressão de vapor do ar obtida em condições de equilíbrio ou saturação sobre uma superfície de água líquida ou gelo.

Massa de Ar: É um volume de ar definido pela sua temperatura e teor de vapor de água.

Isobaras: Linha de igual ou de uma pressão constante sobre um gráfico, mapa ou rota.

Rede Hidrográfica: Sistemas naturais ou artificiais capazes de drenar água superficial, em geral proveniente das chuvas. São compostos de canais conectados entre si, e a este conjunto de canais conectados dá-se o nome de rede de drenagem.

Bacia Hidrográfica: Conjunto do território e de rios afluentes que fazem a drenagem das águas para esse curso de água estrutural, que costuma desaguar num oceano.

Caudal/Regime: O caudal consiste na quantidade de água que atravessa por segundo uma secção transversal de um curso de água, em regra expresso em metros cúbicos por segundo (m³/s). Varia ao longo dos cursos de água e com as estações do ano. Em geral, o regime de um curso de água depende do regime climático da sua bacia hidrográfica, da natureza dos terrenos e tipos de vegetação.

A pressão atmosférica na meteorologia e a variação de seus valores entre as diferentes áreas da superfície terrestre são características que influenciam diretamente a dinâmica climática. Basicamente, ela interfere em algumas condições meteorológicas básicas, como os ventos, as temperaturas e a precipitação.

A temperatura do ar também apresenta uma proporção inversamente proporcional aos valores da pressão atmosférica.

Os ventos são diretamente determinados pelas diferenças de pressão entre uma área e outra.

A ocorrência de chuvas dá-se da seguinte forma: em ambientes com baixa pressão atmosférica e, portanto, calor, o ar aquecido tende a subir e, ao alcançar altitudes maiores, condensa-se, forma nuvens e precipita-se. Já em ambientes com maior pressão, o ar frio que se encontra no alto desce e impede a formação de nuvens pela elevação da umidade, proporcionando um ambiente sem chuvas.

Variação da Pressão Atmosférica

A pressão é a força exercida por unidade de área, neste caso a força exercida pelo ar em um determinado ponto da superfície. Se a força exercida pelo ar aumenta em um determinado ponto, consequentemente a pressão também aumentará. A pressão atmosférica é medida por meio de um equipamento conhecido como barómetro.

Origem dos Centros Barométricos

  • Centros de Altas Pressões ou Anticiclones: Quando o peso do ar é superior ao normal.
  • Centros de Baixas Pressões ou Depressões: Quando o peso do ar é inferior ao normal.

Massas de ar que afetam Portugal: A temperatura, o gradiente térmico vertical, a humidade, a visibilidade, as nuvens e a precipitação.

Tipos de Precipitação

  • Orográficas: As massas de ar húmido encontram uma barreira formada pelo relevo (montanha) e as nuvens são obrigadas a subir, agrupando-se e condensando, ocorrendo a precipitação. Mais frequentes no Norte.
  • Convetivas: Ocorrem em regiões com temperaturas elevadas, onde há muita evaporação. O vapor de água sobe e arrefece com a altitude, formando grandes nuvens verticais que dão origem a muita precipitação. Mais frequentes no interior de Portugal, no Verão.
  • Frontais: As chuvas frontais ocorrem a partir do choque entre uma massa de ar frio e uma massa de ar quente. O ar quente sobe, por ser mais leve, para cima do ar frio. Ao subir, arrefece e condensa-se, originando as chuvas.

Escoamento da Água

  • Fatores fisiográficos na terra.
  • Fatores climáticos (evaporação).
  • Fatores de obras hidráulicas, como barragens.

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