Gestão Empresarial: Estrutura, RH e Marketing

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Estrutura da Empresa

A estrutura da empresa é constituída por todos os elementos humanos necessários para as tarefas a serem desenvolvidas e pelas relações de comando e coordenação que o trabalho exige. Todos numa empresa estão inter-relacionados, seja através de relações verticais entre gestores e subordinados (que, por sua vez, podem ser hierárquicas ou funcionais), seja por relações horizontais entre elementos do mesmo nível. De acordo com as relações verticais, podemos distinguir diferentes tipos de estruturas: a estrutura hierárquica, também chamada de linear, baseia-se em critérios de responsabilidade. A hierarquia é claramente definida e estabelece um comando único para cada indivíduo. O controle e as ordens fluem de cima para baixo, e as informações fluem de baixo para cima. A estrutura funcional implica uma relação vertical na qual o subordinado responde a várias hierarquias de comando. A relação de dependência é definida pela função a ser desenvolvida, aproveitando assim a especialização dos seus dirigentes.

Modelo Tradicional ou Autoritário

É um sistema baseado nos pilares da hierarquia e da autoridade do chefe, ao qual se submetem subordinados disciplinados. As suas características podem ser diferenciadas da seguinte maneira:

  • A decisão pertence exclusivamente ao chefe, que, a seu exclusivo critério, determina o quê, como, quem e de que modo se dirige.
  • A direção é quem busca soluções para os problemas com as informações de que dispõe.
  • Parte da ideia de que os subordinados carecem de identificação com a empresa e são movidos apenas por interesses próprios.
  • Devido a essa desconfiança, o funcionário não se integra à estrutura nem aos objetivos, mas garante-se que cumpra a sua missão através de ordens e controle autoritário.
  • Permite que os subordinados melhorem a sua posição dentro da estrutura da empresa através da promoção, mas a decisão final pertence ao poder discricionário do chefe.

Vantagens do Modelo Tradicional

  • Controle total pela empresa.
  • Comando e controle sempre claros.
  • O recrutamento é voluntário e não foca primariamente na motivação intrínseca.

Desvantagens do Modelo Tradicional

  • Não há controle sobre o empenho real que o trabalhador dedica.
  • O trabalhador não se identifica com os objetivos da empresa.
  • Os trabalhadores não se sentem bem tratados nem motivados.

No modelo tradicional de gestão, os objetivos são definidos pela empresa e comunicados aos funcionários, exigindo-se o seu cumprimento. Em modelos modernos de gestão por objetivos, procura-se que o trabalhador traduza os objetivos gerais da empresa para o seu próprio trabalho, promovendo a sua participação.

Modelo de Gestão por Objetivos (MBO)

Parte da confiança na capacidade dos trabalhadores e busca um compromisso sobre as metas ou objetivos a serem alcançados, que devem ser conhecidos e partilhados por todos os funcionários da empresa. Características:

  • Deve haver um fluxo constante de informação sobre o progresso da empresa e nas comunidades onde atua, através de informações, diálogo, formação e um acordo sobre objetivos comuns.
  • O progresso na consecução dos objetivos estabelecidos está em revisão constante, devendo estes ser submetidos à crítica e adaptação contínua entre a administração e os empregados.
  • A resolução de problemas é partilhada pela equipa da empresa.
  • O esforço de cada funcionário para alcançar o seu objetivo específico ajuda a atingir os objetivos globais da empresa.
  • Parte da remuneração variável depende do alcance desses objetivos, o que serve para estimular e recompensar.

Vantagens do MBO

  • Favorece a capacitação.
  • Estimula o compromisso dos trabalhadores com a empresa.
  • Fomenta a participação e a informação.

Desvantagens do MBO

  • Os funcionários estão em teste permanente quanto aos objetivos.
  • Provoca tensão para alcançar os objetivos, pois a corrida é constante e as metas são altas.
  • Os funcionários que consistentemente não alcançam os objetivos podem ser deslocados ou marginalizados.

Seleção de Recursos Humanos

Com a seleção de pessoal criteriosa, a empresa tenta encontrar os profissionais mais adequados para as tarefas do trabalho a ser preenchido, de acordo com o tipo de tarefas a serem desempenhadas e o modelo de gestão de pessoas estabelecido. Todas as pessoas trabalham para suprir as suas necessidades e esperam obter satisfação no trabalho (um bom salário, bom ambiente, capacidade de progressão na carreira, proximidade ao local de residência, etc.), mas, em muitos casos, essas expectativas não são atendidas. Então, diz-se que a pessoa trabalha com insatisfação. Este tipo de trabalho favorece o aparecimento da fadiga, envelhecimento precoce e acidentes de trabalho – eventos adversos que implicam retornos ainda mais baixos para a empresa. Uma boa seleção de pessoal procura pessoas que, ao trabalhar na empresa, se sintam à vontade e, portanto, trabalhem melhor e produzam mais. Para isso, é necessário ter em conta o desenvolvimento físico e intelectual, psicológico, o temperamento e a personalidade.

Estudo de Mercado

Um estudo de mercado analisa:

  • Características dos consumidores e da concorrência.
  • Normativas que afetam o produto: normas ambientais, de segurança, controle governamental sobre os preços, regras de publicidade, etc.
  • Avanços tecnológicos nos métodos de produção e na estrutura de custos da empresa.
  • Fornecedores que podem suprir tudo o que a empresa precisa para desenvolver a sua atividade produtiva.
  • Novas oportunidades de negócio.

Etapas do Estudo de Mercado

  1. Definição de objetivos: Determinar quais aspetos específicos se deseja analisar.
  2. Desenho do Plano de Pesquisa: Determinar o método que a empresa utilizará para obter informações e a sua posterior análise.
  3. Busca de Fontes de Informação: Para a pesquisa, utilizam-se dados internos da empresa (relatórios de serviços, contas, ideias apresentadas pelos funcionários, atas de reuniões, etc.) ou dados externos (obtidos na Internet, bases de dados especializadas, inquéritos, estatísticas, periódicos, catálogos de concorrentes, etc.). Dependendo da fonte, diferenciam-se também os dados primários (obtidos especificamente para esta investigação) dos dados secundários (aproveitamento de dados já existentes).
  4. Recolha de Informação: Existem várias técnicas para a obtenção de dados, incluindo entrevistas, inquéritos, observação no ponto de venda, realização de experiências com um grupo de consumidores, dinâmicas de grupo, etc.
  5. Análise da Informação: Todas as informações obtidas deverão ser analisadas e tratadas adequadamente.
  6. Apresentação do Relatório: Finalmente, os responsáveis pelo estudo de mercado devem apresentar um relatório que exponha de forma ordenada todos os dados e conclusões. Este relatório deve ser preciso (apenas com informações relevantes), fiável, objetivo e confidencial. A partir deste relatório, os responsáveis comerciais da empresa devem tomar as decisões necessárias.

Plano de Marketing

O Plano de Marketing é definido como um documento que descreve os objetivos de negócio da empresa, as ações a serem realizadas (relacionadas com produto, preço, distribuição e comunicação – o Marketing Mix) para atingir esses objetivos, os recursos necessários e o cronograma para a realização dessas ações.

Etapas do Plano de Marketing

  1. Fixação de Objetivos: Definir os objetivos de negócio da empresa (quota de mercado, nível de vendas a atingir, posição desejada, etc.).
  2. Análise da Situação: Análise do consumidor, da concorrência, do ambiente geral e da situação interna da empresa. A ferramenta mais útil para esta análise é a análise SWOT (Forças, Fraquezas, Oportunidades e Ameaças).
  3. Desenvolvimento da Estratégia de Marketing (Marketing Mix): Tomada de decisões sobre os quatro elementos básicos: produto, preço, distribuição e promoção.
  4. Implementação: Execução das estratégias definidas.
  5. Avaliação e Controle: Verificar se os objetivos de negócio propostos foram atingidos. Caso os resultados obtidos não coincidam com os objetivos, devem ser tomadas as medidas corretivas apropriadas.

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