Gestão de Fluxo de Caixa: Realizado e Projetado

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Gerenciamento do Fluxo de Caixa

Os relatórios provenientes do sistema contábil são os principais instrumentos de gestão empresarial, tendo como objetivo fornecer informações relevantes para que cada usuário possa tomar suas decisões com segurança. No entanto, com a crescente complexidade das organizações empresariais, apenas com as informações clássicas da contabilidade, como Balanço Patrimonial, Demonstração de Resultado do Exercício (DRE) e Demonstração de Origem e Aplicação dos Recursos (DOAR), dificilmente o gestor terá conhecimento imediato e oportuno da verdadeira liquidez da sua empresa. Não basta a empresa apresentar lucro contábil. É preciso que a equação "Ativo Circulante vs. Passivo Circulante" esteja compatível com sua necessidade de capital de giro. Isso faz com que o gestor utilize todos os instrumentos disponíveis que, juntamente com os demais demonstrativos contábeis, o ajudem a interpretar a realidade financeira da empresa, conhecendo e coibindo eventos estranhos que possam afetar seu desempenho financeiro.

Assim, o fluxo de caixa apresenta-se como uma ferramenta de aferição e interpretação das variações nos saldos do Disponível da empresa. É o produto final da integração do Contas a Receber com o Contas a Pagar. Quando se comparam as contas recebidas com as pagas, tem-se o fluxo de caixa realizado; quando se comparam as contas a receber com as a pagar, tem-se o fluxo de caixa projetado.

O fluxo de caixa é um retrato fiel da composição da situação financeira da empresa. É imediato e pode ser atualizado diariamente, proporcionando ao gestor uma radiografia permanente das entradas e saídas de recursos financeiros da empresa. O fluxo de caixa evidencia tanto o passado quanto o futuro, permitindo projetar, dia a dia, a evolução do disponível, de forma que se possam tomar, com a devida antecedência, as medidas cabíveis para enfrentar a escassez ou o excesso de recursos.

Por outro lado, é importante ressaltar que o fluxo de caixa também apresenta limitações. Uma delas é a incapacidade de fornecer informações precisas sobre o lucro e os custos dos produtos da empresa. Isso porque as apurações e demonstrações são realizadas pelo regime de caixa e não pelo regime de competência. Todavia, pode-se afirmar que o fluxo de caixa é um instrumento de controle e análise financeira que, juntamente com as demais demonstrações contábeis, torna-se efetivamente um instrumento de apoio à tomada de decisões de caráter financeiro.

Fluxo de Caixa Realizado

A finalidade do fluxo de caixa realizado é mostrar como se comportaram as entradas e saídas de recursos financeiros da empresa em determinado período. O estudo cuidadoso do fluxo de caixa realizado, além de propiciar análise de tendências, serve de base para o planejamento do fluxo projetado.

Outro aspecto a ser considerado é a comparabilidade entre o fluxo de caixa realizado e o projetado. Isso possibilita identificar os motivos das variações ocorridas, sejam elas por falhas de projeção ou de gestão. A análise das variações ocorridas no fluxo de caixa permite identificar as causas de eventuais divergências de valores, funcionando como feedback, gerando informações para o processo decisório e para o planejamento financeiro futuro.

Fluxo de Caixa Projetado

O objetivo principal do fluxo de caixa projetado é informar como se comportará o fluxo de entradas e saídas de recursos financeiros em determinado período, podendo ser projetado a curto ou longo prazo. A curto prazo, busca-se identificar os excessos de caixa ou a escassez de recursos dentro do período projetado, para que, através dessas informações, se possa traçar uma política financeira adequada. A longo prazo, o fluxo de caixa projetado, além de identificar possíveis excessos ou escassez de recursos, visa também obter outras informações importantes, tais como:

  • Verificar a capacidade da empresa de gerar os recursos necessários para custear suas operações;
  • Determinar o capital em giro no período;
  • Determinar o Índice de Eficiência Financeira da empresa (IEF = capital em giro / capital de giro da empresa);
  • Determinar o grau de dependência de capitais de terceiros da empresa.

É importante lembrar que as informações disponíveis para elaborar o fluxo de caixa projetado a curto prazo diferem daquelas disponíveis para a projeção a longo prazo. Normalmente, na projeção a curto prazo, as principais operações que gerarão entradas e saídas de caixa já foram realizadas, e a empresa trabalha com um relativo grau de certeza quanto aos recebimentos e/ou pagamentos no período. No entanto, na projeção a longo prazo, o que se conhece são apenas projeções das operações de ingressos e/ou desembolsos de recursos financeiros, ficando o fluxo de caixa projetado a longo prazo exposto a eventos imprevistos, que podem comprometer as previsões iniciais.

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