Globalização: Impactos e Desafios
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**Globalização**
Além da queda de barreiras econômicas e comerciais, o processo de globalização se caracteriza por um intercâmbio comunicativo em escala mundial, resultado da revolução tecnológica nos meios de informação.
**Dimensões da Globalização**
- Econômica
- Política
- Social
- Ambiental
- Cultural
O desemprego estrutural é resultado de uma mudança econômica onde o trabalhador foi substituído por máquinas ou processos produtivos mais modernos.
**Econômica**
- Impacto das empresas transnacionais
- Perda do poder do governo em gerir suas finanças
- Surgimento de megas setores, narcotráfico
- Desemprego estrutural
- Aumento da concentração de rendas dos países ricos
- Cortes de políticas sociais e desmantelamento do Welfare State
- Deterioração do Meio Ambiente
Welfare State: Estado do bem-estar social, onde o Estado é o agente regulamentador de toda vida e saúde social, política e econômica do país em parceria com sindicatos e empresas privadas, em níveis diferentes, de acordo com o país em questão. Cabe ao Estado do bem-estar social garantir serviços públicos e proteção à população.
Paradoxo: Aumento da Pobreza versus Grande Desenvolvimento Técnico Científico
**Política**
- Perda do poder local em função dos “ajustes estruturais”
- Nova configuração das relações internacionais
- Agravamento das condições socioeconômicas
- Estados sem autonomia de articular políticas de desenvolvimento
**Social**
- Desnutrição – 800 milhões de pessoas no mundo passam fome (2005)
- Urbanização – 2/3 da população mundial em áreas urbanas até 2025, o que resultará em mais desemprego e exclusão social
- Trabalho – 1/3 da força de trabalho mundial encontra-se ociosa
- Habitação – 600 milhões de habitantes da Ásia, África e da América Latina moram em localidades sem condições mínimas de segurança e saúde
**Ambiental**
- Degradação relacionada com o modo de produção e vida das pessoas, do que com o seu aumento
- Aquecimento Global
**Cultural**
- Caracterizado pela troca de informações, valores e hábitos
- Existência de processos de dominação e choque
- Imposição de referências culturais globalizantes, mesmo em localidades remotas
Pensamento
A perversidade sistêmica que está na raiz dessa evolução negativa da humanidade tem relação com a adesão desenfreada aos comportamentos competitivos que atualmente caracterizam as ações hegemônicas.
**Pobreza Global**
É um processo resultante da injustiça social e da má distribuição de renda, falta de trabalho e de condições de autossustentabilidade de uma grande parcela da humanidade.
O desenvolvimento histórico comprova que essa desigualdade não é por acaso e que serve aos interesses de uma minoria.
O enfrentamento da pobreza implica em que o pobre compreenda que sua pobreza não é um desígnio divino, mas sim injustiça. Esse entendimento é essencial para que ele se torne sujeito de seu próprio destino. O mundo produz alimento suficiente para acabar com a toda a pobreza.
- Pobreza Política – dimensão qualitativa – é aquela em que o pobre não adquiriu a consciência crítica de sua condição. Impede a emancipação social. Assim é preciso combinar assistência material com “saber pensar”.
- Pobreza relativa – falta de recursos e poder de compra.
- Pobreza absoluta – não ter acesso aos bens e serviços essenciais.
Alguns fatores para o enfrentamento da Pobreza:
- Organização da família
- Fortalecimento da comunidade local
- Cultura local
Educação é vista como solução, pois permitiria a ascensão social sem a necessidade de redistribuição de renda.
**Pobreza Perceptiva (Pensar em si só e não nas questões coletivas)**
A pobreza perceptiva, que é gerada pela mídia e informação em massa, produzindo um grau de alienação que impede a transformação social junto aos espaços e das questões públicas e coletivas.
- Cultura de consumo rouba a capacidade de análise coletiva e a possibilidade de superação da pobreza.
- Televisão como principal ferramenta para a transmissão dos valores de consumo e de alienação dos objetos. Fetiche mercadológico.
- Reforço da leitura mecânica das informações transmitidas em tempo real e em grande escala, embotando a análise crítica dos fatos.
- Resulta na privatização das aspirações coletivas, centralizando na habitação e na tecnologia dos objetos, que isolam ao mesmo tempo que satisfazem. Desconstrói o espaço coletivo, que permite o debate e a reflexão coletiva.
- O pobre não percebe que a pobreza é induzida e fabricada.
Percepção das elites em relação aos pobres:
- Negligência e indolência
- Força do destino
- Quem tem que resolver é o governo, pois “eu faço a minha parte.”
Dessa forma, as ações de combate à pobreza devem considerar:
- Redistribuição e geração de renda
- Mudança de cultura
- Cooperação e responsabilização
- Mudança do padrão de consumo
- Controle de qualidade da programação dos meios de comunicação
**Terceiro Setor**
1° - Estado; 2° - Mercado; 3° - Conjunto de instituições não lucrativas baseadas na solidariedade e na promoção de direitos e benefícios coletivos. Iniciativas particulares.
Problema maior: desresponsabilização do governo de garantir os direitos de cidadania, transferindo para iniciativas particulares o poder de atender, ou não, as demandas e carências individuais.
Após Segunda Guerra Mundial: Capitalismo e Socialismo = Aumento dos impactos ambientais pós revolução industrial.
**Neoliberalismo**
Podemos definir o neoliberalismo como um conjunto de ideias políticas e econômicas capitalistas que defende a não participação do estado na economia. De acordo com esta doutrina, deve haver total liberdade de comércio (livre mercado), pois este princípio garante o crescimento econômico e o desenvolvimento social de um país.
**Consequências**
- Privatização das empresas estatais
- Redução da carga tributária para os empresários
- Restrição de benefícios sociais (seguro desemprego, aposentadoria, etc)
- Corte em investimentos públicos
- Concentração de investimentos no setor privado
- Redução da esfera de ação estatal
- Abertura da economia, com redução das políticas protecionistas
- Fim do lema do pleno emprego, substituído pela otimização da rentabilidade
- Com a expansão da doutrina social o mundo aumentou o abismo social
Década de 20 – Estados Unidos = primeiras preocupações com a saúde e segurança pública na indústria alimentícia.
1923 – I Congresso Internacional para a Proteção da Natureza (Paris).
Década de 30 Pesquisador H. W. Heinrich efetuou uma pesquisa sobre os custos de um acidente em termos de Seguro Social e introduziu, pela primeira vez, a filosofia de “acidentes com danos à propriedade”, ou seja, acidentes sem lesão, em relação aos acidentes com lesão incapacitante. Desde então, vários estudos sobre acidentes industriais com danos à propriedade se seguiram, com o objetivo de estimar os custos derivados das perdas.
Década de 50
- 1952 – Inglaterra: as indústrias e residências utilizavam carvão para a geração de energia => emissão de enxofre e material particulado = smog (smoke + fog). Uma grande massa de ar frio provocou inversão térmica = 8.000 mortes.
- 1959 – Manifestação de pescadores na baía de Minamata, contaminados por mercúrio. No total, mais de 900 pessoas morreram com dores severas devido ao envenenamento. Em 2001, uma pesquisa indicou que cerca de dois milhões de pessoas podem ter sido afetadas por comer peixe contaminado. No mesmo período de tempo, foi reconhecido que 2.955 pessoas sofreram da doença de Minamata. Destas, 2.265 viveram na costa do mar de Yatsushiro.
Década de 60
Começou a mudar a situação de descaso às emissões de poluentes
- Inglaterra busca soluções tecnológicas para o problema ocorrido em 52.
- Valorização de questões relacionadas à escassez de recursos.
- Grandes mudanças na indústria química e petroquímica (maior armazenamento de energia, maiores plantas e processos mais complexos).
- Ocorrência de grandes desastres ambientais.
- Na década de 60 iniciou-se um processo de descontaminação do Rio Tâmisa (Inglaterra), já declarado biologicamente morto pelos cientistas, visando a melhoria do ar londrino.
- 1962, livro = Primavera Silenciosa de Rachel Louise Carson, alerta sobre o uso do DDT (dicloro-difenil-tricloroetano), que resultou na proibição do uso do DDT pelo governo americano.
- 1968, Conferência da Biosfera. Tratava-se de uma conferência intergovernamental, promovida pela UNESCO, que reuniu especialistas de diversas áreas para discutirem sobre as bases científicas para o uso e conservação racionais dos recursos da Biosfera.
Década de 70
Há um aumento das atividades de regulamentação e controles ambientais.
- Os EUA passam a realizar Estudos de Impacto Ambiental (EIA) como pré-requisito à aprovação de empreendimentos potencialmente poluidores.
- Lei do Ar Puro (Clean Air Act)
- Lei da Água Pura
- Lei da Recuperação e conservação de recursos
- Lei Abrangente Ambiental de Responsabilidade, Limpeza e Responsabilização (Superfund)
- Lei da Água Potável Segura
- Lei de Controle de Substâncias Tóxicas
- Lei de Mineração e Recuperação do Solo
- Lei do Direito da Comunidade à Informação
- 1972 – Holanda lança produtos com selo ecológico.
- 1972: Conferência de Estocolmo – Conferência das Nações Unidas para o Meio-Ambiente com a presença de 113 países. Chamou a atenção a disputa entre países desenvolvidos e em desenvolvimento.
- 1978 – Alemanha lança o selo ecológico Anjo Azul (Blauer Engel), destinado a rotular produtos “ambientalmente corretos” (aqueles que não envolvem o descarte indevido à natureza de resíduos gerados pelo processo produtivo, ou em sua utilização.
Década de 80
Surgem em grande parte dos países, leis que regulamentam a atividade industrial no tocante à poluição. Há ocorrência de acidentes com grandes impactos sobre o meio ambiente.
- 12/1984 – Bhopal na India – vazamento de isocianeto de metila em uma fábrica da Union Carbide (3800 mortos, 40 pessoas com deficiência total e 2680 pessoas com deficiência parcial.
- 1985 - assinada a Convenção de Viena para a proteção da camada de ozônio.
- 1986 – Ucrânia (União Soviética) explosão no reator 4 na Usina Nuclear de Chernobyl.
- 11/1986 – Alemanha e Suíça – Contaminação do Rio Reno. Um incêndio de grandes proporções na fábrica da Sandoz (Basiléia, Suiça).
- 1987 – Vazamento do césio-137 No desastre de Goiânia, cerca de 60 pessoas morreram pela contaminação.
- 1987 – Assinatura do Protocolo de Montreal, que vem reforçar a Convenção de Viena. Com a assinatura desse protocolo deu-se o inicio efetivo de uma gestão internacional para eliminar as substâncias destruidoras do ozônio atmosférico. Ao aderir à Convenção de Viena e ao Protocolo de Montreal, o país deve realizar pesquisas e avaliações científicas, cooperar com outros em matéria de transferência de tecnologia, e estabelecer medidas de controle da produção e consumo das substâncias controladas com o objetivo de eliminá-las gradualmente, de acordo com cronogramas acordados entre as partes. Devem proibir as importações de produtos do grupo de substância controlada (CFCs, HCFCs – substâncias que contêm bromo). O prazo final para eliminar as substâncias controladas nos países em desenvolvimento é 2010.
- 1988 – a primeira reunião entre governantes e cientistas sobre as mudanças climáticas (Conferência Mundial sobre Mudanças Atmosféricas, "The Changing Atmosfere: Implications for Global Security”), realizado em Toronto, Canadá, descreveu seu impacto potencial inferior apenas ao de uma guerra nuclear. Desde então, uma sucessão de anos com altas temperaturas têm batido os recordes mundiais de calor, fazendo da década de 1990 a mais quente desde que existem registros.
- Após esta conferência foi estabelecido o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas - IPCC - pela Organização Metereológica Mundial - OMM e pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente - PNUMA.
- 03/1989 – Convenção da Basiléia, que estabelece um acordo internacional com regras para o controle de movimentos transfronteiriços de resíduos perigosos e seus depósitos. Visa a redução dos movimentos de resíduos perigosos ao mínimo; estabelece obrigações para a realização da movimentação dos resíduos quando necessário) de forma segura e eficiente; proíbe o envio de resíduos perigosos para países que não possuam capacidade técnica para tratá-los.
Década de 1990
Houve um grande impulso com relação à consciência ambiental. Na maioria dos países a Sociedade passou a aceitar para um preço pela qualidade de vida, mantendo-se limpo o ambiente.
- 1990 – dois anos depois do seu estabelecimento o IPCC publicou seu primeiro relatório. O "First Assessment Report", (Primeiro Relatório de Avaliação), que afirmava que a mudança climática representaria de fato uma ameaça à humanidade e conclamava pela adoção de um tratado internacional sobre o problema.
- 1992 – Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, também conhecida como RIO 92.
- 1995: O segundo informe de cientistas do IPCC ("Second Assessment Report“) chega a conclusão de que os primeiros sinais de mudança climática são evidentes: “a análise das evidências sugere um impacto significativo de origem humana sobre o clima global. Um evidente desafio para os poderosos grupos de pressão em favor dos combustíveis fósseis, que constantemente legitimavam grupos de cientistas céticos quanto a essa questão, para sustentar que não haviam motivos reais de
- 1997: Em Kyoto, Japão, é assinado o Protocolo de Kyoto.
Anos 2000
- 21/01/2001 o IPCC lança o "Thrid Assessment Report", ou Terceiro Relatório de Avaliação. Neste relatório o IPCC afirma que "há novas e mais fortes evidências de que a maior causa do aquecimento global observado nos últimos 50 anos é atribuível a atividades humanas.
- 05/2004 – Convenção de Estocolmo sobre Poluentes Orgânicos Persistentes (POPs: substâncias geradas em diversos processos industriais e acumulam-se no meio ambiente, no corpo humano, animais e plantas e são bio-acumulativos, ou seja, resistem a degradação química, biológica e fotolítica) Objetivo: banir a produção, uso e disposição dessas substâncias químicas tóxicas; proíbe que novos POPs sejam criados e comercializados; foi preparada uma lista com 12 dessas substâncias (pesticidas, furanos e dioxinas).
- 10/2006 – Relatório de Nicolas Stern chamando a atenção para os prejuízos econômicos decorrentes de mudanças climáticas muito intensas e descontroladas (prejuízos ficarão entre 5% e 20% do PIB mundial, a cada ano, com efeitos devastadores para a economia, enquanto as medidas necessárias para reduzir as emissões e essas consequências (agindo agora) custaria 1% do PIB mundial.
- MUDANÇAS DE RUMOS
- Mudança ética: pensar nas presentes e futuras gerações.
- Evitar o desmatamento e o plantio de árvores para minorar os efeitos do aquecimento.
- Escolha de produtos que emitam menos CO2 no processo produtivo (selo para consumidor).
- Ampliar o uso de combustíveis vegetais (álcool e biodiesel), em substituição aos fósseis (carvão e petróleo).
**Evolução do 3° Setor**
**Análise Crítica Moderada do 3º Setor**
- Despolitização da questão social
- Privatização das questões sociais
- Substituição do discurso da cidadania pelo da filantropia
- Regulação do mercado versus regulação pública
- Prestação de serviços públicos é atribuição do Estado
**Análise Crítica Radical do 3º Setor**
- Reforçam os processos históricos de exclusão social
- Forma “inovadora” de manipulação da classe dominante
- Produz uma sociedade civil dócil de acordo com os interesses do estado neoliberal
- Desmobiliza a sociedade
- Fragmenta as ações sociais
**Análise do 3º Setor como fenômeno social**
- Mudança de postura: reivindicação => negociação
- Evolução nos processos de gestão das ONGs
- Profissionalização do pessoal
- Parceria e cooperação
- Organização e eixo articulador – princípios de solidariedade e causas de identidade mais localizadas e menos de mobilização de massas
- Agindo com vistas à inclusão social
- Passaram de uma lógica crítico-contestatória para uma lógica crítico-propositiva-operatória
- Materialização redes sociais estruturadas em que a centralidade é o processo de sociabilização entre os indivíduos em seu cotidiano
- Influenciam tanto localmente como globalmente
- Respeito e consideração às pessoas enquanto sujeitos capazes de pensar
- Formas inovadoras de associatividade e sociabilidade, baseadas não só em vínculos pessoais, na solidariedade, mas também com impactos sociais
- Crença em uma sociedade sem os excessos coletivistas das experiências do socialismo real, que se mostraram falaciosas, mas também sem o excesso individualista do atual capitalismo, mas um sistema social no qual prevaleça a democracia, a liberdade e a solidariedade, em que as pessoas percebam seu papel, a sua responsabilidade e a importância de não ficarem inertes, e não só reclamarem por direitos, mas também considerarem seus deveres, agirem crítica, criativa e prepositivamente, na construção de uma sociedade justa e digna de viver.
**Profissionalização e Transferência de Know How**
- Formação de “gestores sociais” – GVces - Centro de Estudos em Sustentabilidade da EAESP – Fundação Getulio Vargas -FAAP – Gestão para a Sustentabilidade
- Concursos e Prêmios
- Prêmio Ethos de Responsabilidade Social - http://www.premioethosvalor.org.br/
- Prêmio Fórum FAAP de Responsabilidade Social
- Prêmio de Responsabilidade Social e Sustentabilidade no Varejo
- Know How
- Eficiência e eficácia como parâmetros de gestão de organizações do 3º Setor
- Demanda dos doadores
- Novo papel das ONGs ensejadas pela mudanças promovidas pela globalização
RISCO
Geração de um processo competitivo entre as organizações sociais.
**Qualidade para a Emancipação Social e o Desenvolvimento Humano Sustentável**
- Qualidade – perfeição de algo diante da expectativa das pessoas.
- Foco no desenvolvimento humano e não mais no econômico ou social.
- Qualidade formal – manejo de meios, instrumentos, formas, técnicas, procedimentos. Principalmente, o manejo e a produção do conhecimento.
- Qualidade política – competência do sujeito em termos de se fazer história, ou seja, adquirir consciência crítica.
- Ocorre quando as pessoas não precisam mais de ajuda, isto é, alcançam a emancipação social.
**Estratégias de Desenvolvimento Humano**
- Capital social – centralidade do desenvolvimento das ações comunitárias locais, por meio do fortalecimento da família, da cultura e da participação efetiva da sociedade civil.
- Economia solidária – prática do cooperativismo.
- Empreendedorismo Social – derivação do empreendedorismo empresarial, que busca ações de alto impacto e autossustentabilidade desses projetos. Origina-se de ações de Responsabilidade Social Empresarial.