Glossário de Conceitos: Filosofia, Ciência e Pensamento
Classificado em Filosofia e Ética
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Mito
Do grego. No mundo grego, os mitos eram histórias transmitidas oralmente. Os mitos gregos diziam respeito à origem e procedência do mundo, e sua relação genealógica entre os deuses, a origem do homem... Descreviam igualmente aspectos vitais referentes à vida, morte, amor, destino, liberdade e culpa. Os mitos também ensinavam regras sociais e morais, e até mesmo regulamentações técnicas e políticas para a fabricação de armas e instrumentos de trabalho.
Logos
Do grego logos. O termo Logos é um dos mais importantes na abordagem racional para o mundo. Pode ser traduzido como pensamento, razão, conceito, conhecimento da palavra, mas o termo mais fiel em português é talvez razão. Assim, a biologia é explicar ou dar uma razão para a vida; a teologia, para explicar ou dar conta de Deus; a antropologia, para explicar ou dar razão do homem. Há uma frase breve que muitas histórias da filosofia utilizam para resumir as implicações da emergência da filosofia: 'a filosofia é a transição do mito ao logos'. Esta frase serve para indicar que os primeiros filósofos aceitavam estes dois princípios:
- O mundo é racional, o mundo tem um logos.
- Temos um logos ou razão, que usamos para entender a realidade e direcionar a nossa conduta.
Filosofia: Conhecimento de Segundo Grau
O conhecimento filosófico não é um conhecimento doxográfico, um conhecimento do passado, das obras de Aristóteles ou Platão. É um conhecimento sobre o presente e para o presente. A filosofia é o conhecimento de segundo grau, o que pressupõe, portanto, algum conhecimento anterior, de 'primeiro grau' (conhecimentos técnicos, políticos, matemáticos, biológicos...). A filosofia, em sentido estrito, não é 'a mãe das ciências'; ela pressupõe um estado de ciência e tecnologia maduro o suficiente para que possa começar a ser definida como uma disciplina. Como conhecimento de segundo grau, a filosofia não se atribui a um campo categórico fechado, como a Matemática ou a Física. O 'campo da filosofia' é dado em termos do outro, suas semelhanças e contradições. E as linhas que identificam as semelhanças e contradições entre a ciência e os contornos do conteúdo cultural, nós as chamamos de ideias.
Metafísica
É o nome dado a qualquer construção doutrinária sistemática, toda a ideia que, ao deixar uma base empírica, se transforma numa direção preferencial e substancial, de tal forma que a unidade abstrata assim obtida se localiza em lugares que estão além de qualquer possibilidade racional de retorno ao mundo fenomenal. Exemplos de ideias metafísicas, nesse sentido, são a Alma, Deus, o mundo como realidade total.
Epistemologia
A Epistemologia é o ramo da filosofia cujo objeto de estudo é o conhecimento científico. A epistemologia, como teoria do conhecimento, lida com questões como a realização histórica, psicológica e sociológica da obtenção do conhecimento e os critérios pelos quais ele se justifica ou invalida. Recentemente, estabeleceu-se que o objeto ao qual ela se refere também é emergente. Na Grécia, o termo 'epistemologia' era frequentemente usado como equivalente a 'ciência ou teoria do conhecimento científico'. Hoje, no entanto, o termo 'epistemologia' ampliou seu significado e é usado como sinônimo de 'teoria do conhecimento'. Assim, as teorias do conhecimento específicas também são epistemologias, por exemplo, a epistemologia científica em geral, a epistemologia das ciências físicas ou psicológicas.
Antropologia
A Antropologia é uma ciência social que estuda os seres humanos de forma holística. Para abranger o tema de seu estudo, a antropologia utiliza ferramentas e conhecimentos produzidos pelas ciências naturais e sociais. A aspiração da disciplina de Antropologia é produzir conhecimento sobre os seres humanos em várias áreas, mas sempre como parte de uma sociedade. Assim, ela tenta cobrir tanto a evolução biológica da nossa espécie, o desenvolvimento e a sobrevivência de povos que desapareceram, as estruturas sociais e a diversidade de expressões culturais e linguísticas que caracterizam a humanidade.
Ética
Do latim, é a arte da filosofia que estuda a ação humana em termos de normas e metas que determinam a sua justiça. A noção fundamental da ética é a bondade e o amor como um fim e qualidade da ação humana. O conceito que sustenta o último bem humano ou que determina os diferentes sistemas de ética. Kant tentou basear uma ética formal, independente de qualquer conteúdo normativo e teológico.
Política
Todos os assuntos relativos à pólis, ou à cidade. Arte de governar as pessoas. Sabedoria política: é a regra.
Lógica
A lógica é uma ciência formal e um ramo da filosofia que estuda os princípios de demonstração válida e inferência. A palavra deriva do grego antigo e significa 'dotado de razão, intelectual, dialética argumentativa'. A lógica examina a validade dos argumentos em termos da sua estrutura (estrutura lógica), independentemente do conteúdo específico da linguagem e da expressão utilizada, e de quão prejudicial tal conteúdo possa ser. Isto é exatamente o que significa dizer que a lógica é uma ciência 'formal'. Tradicionalmente, tem sido considerada uma parte da filosofia. Mas, em seu desenvolvimento histórico, a formalização simbólica mostrou sua estreita relação com a matemática, de modo que alguns a consideram como a lógica matemática.
Filosofia
O termo é atribuído a Pitágoras, que pediu para não ser chamado de Sábio, pois sábio só era Deus, mas sim de filósofo, sendo um amante da sabedoria. Assim, filosofia significa amor à sabedoria. Há diferentes tipos de definição, se é que existe uma definição filosófica em que todos os filósofos estejam de acordo. Diz-se que a sabedoria humana é o conhecimento de todas as coisas que os homens sabem ou podem saber. Também se diz ser a ciência de todas as causas-raiz de suas causas, adquirida pela luz da razão (muitos interpretam a luz da razão como a alma). Pode-se tirar a conclusão de que a filosofia é uma forma de conhecimento que visa fornecer explicações sobre os temas analisados usando a razão e a argumentação racional.
Relativismo
O termo relativismo geralmente se refere a qualquer posição filosófica que nega a existência de verdades absolutas, seja no campo do conhecimento, da moralidade ou da metafísica. Acredita-se que Protágoras de Abdera foi o primeiro defensor do relativismo, o que se reflete em sua declaração: 'O homem é a medida de todas as coisas, das que são, enquanto são, e das que não são, enquanto não são.' Embora muito criticado por grande parte da história da filosofia, o relativismo encontrou na atitude antimetafísica do pensamento contemporâneo um desenvolvimento extraordinário, não apenas filosófico, mas também na antropologia, sociologia, etc., sendo a posição mais difundida na cultura contemporânea em geral.
Sofisma
Do grego sophisma (artifício, raciocínios capciosos). Falácia, um falso argumento usado para tentar defender algo que é falso e/ou confundir o oponente em um diálogo ou discussão.
Biologia
Há cerca de quatro mil milhões de anos, a Terra era uma bola de fogo com a superfície coberta apenas por uma crosta ligeira, continuamente destruída pela frequente queda de meteoritos que ainda habitavam o sistema solar na época. Nenhum estilo de vida atual teria sido capaz de sobreviver em sua superfície, mas no caos contínuo causado pelas constantes erupções vulcânicas, gêiseres e bombardeio de meteoritos e raios cósmicos, estavam presentes todos os elementos necessários para a VIDA. Nos locais onde a crosta teve tempo para solidificar e arrefecer, algo que poderia eventualmente produzir chuvas, formaram-se lagoas e lagos de água líquida que não era precisamente água pura, mas uma mistura de água, amônia, metano, ácidos e sais em suspensão. Mais tarde, a esta atmosfera juntaram-se gases como o monóxido de carbono, dióxido de carbono e nitrogênio.
Psicologia
Um conjunto de habilidades psicológicas que são alcançadas através do método filosófico. É comum a todas as filosofias da mente o uso proeminente da razão e o pouco interesse na observação empírica e na experiência. Portanto, é usual indicar que a psicologia filosófica é especulativa ou puramente racional, enquanto a psicologia científica é uma síntese da razão e da observação empírica e de experimentos. As primeiras psicologias filosóficas acreditavam que o objeto de sua análise deveria ser a alma. Desde o início, filósofos modernos preferem falar da mente e, em nosso pensamento filosófico do século, sobre a mente e o comportamento. Historicamente, a psicologia tem sido dividida em várias áreas de estudo. No entanto, essas áreas estão interligadas e frequentemente se sobrepõem umas às outras.
Civilização
A palavra civilização vem da raiz Civis, está em cívico e civil, e se relaciona com o latim civitas, ou cidade, o centro da vida urbana por oposição à vida no campo ou à vida dos bárbaros. Ser civilizado passou a significar ser refinado, polido, comportar-se com cortesia para com os outros. A civilização pode ser vista como todas as obras voltadas para a transformação da vida material, a utilização da técnica, a invenção de máquinas e o fornecimento de objetos tangíveis para atender às necessidades de todos os tipos.
Cultura
O conjunto de todas as formas, modelos ou padrões, explícitos ou implícitos, pelos quais uma sociedade rege o comportamento das pessoas dentro dela. Como tal, inclui costumes, práticas, códigos, normas e regras de forma, vestuário, religião, rituais, normas de comportamento e sistemas de crenças. De outro ponto de vista, podemos dizer que cultura é toda a informação e as habilidades que o ser humano possui. O conceito de cultura é fundamental para as disciplinas responsáveis pelo estudo da sociedade, especialmente para a antropologia e a sociologia.
Natureza
É equivalente ao mundo natural, ao universo físico, ao mundo material ou ao universo material. O termo 'natureza' refere-se aos fenômenos do mundo físico e também à vida em geral. Normalmente, não inclui objetos artificiais ou intervenção humana. Dentro dos vários usos atuais da palavra 'natureza', pode referir-se à regra geral de vários tipos de seres vivos, como plantas e animais, e, em alguns casos, aos processos associados a objetos inanimados.
Imanente
Se toda a atividade pode ser classificada como imanente ao ser, é porque a ação reside no interior, quando o fim do mesmo ser. Por isso, recusa a transcendência. Considera-se também a filosofia imanente aquela que mantém o primado da experiência religiosa interna sobre a sabedoria de Deus reflexiva. Em Maurice Blondel e, especialmente, Edouard Le Roy, há uma firme defesa dessa perspectiva.
Transcendência
Preocupações de importância que vão além de um limite. Também chamada de dimensão transcendental. Normalmente, o limite é o espaço-tempo, que geralmente consideramos como o mundo ou o universo físico. A transcendência, então, adquire o sentido de ir além do que é natural, tanto no conhecimento quanto na vida de uma pessoa, alma e imortalidade, ou de uma instituição que pretende ter uma natureza eterna, como uma cidade da civilização, e, então, um caráter cultural. Adquire o objetivo de atingir 'a coisa mais importante', substancialmente, para que se torne a base para a ação e o sentido de tudo o que se faz. Isto é particularmente importante no que diz respeito à crença na imortalidade da alma e em um Juízo Final, em última instância, a crença em Deus, que assim se torna o objeto principal da dimensão transcendente.
Método Hipotético-Dedutivo
O método hipotético-dedutivo é o procedimento ou o caminho que o pesquisador segue para tornar sua atividade uma prática científica. O método hipotético-dedutivo tem várias etapas essenciais: a observação do fenômeno a estudar, a criação de uma hipótese para explicar esse fenômeno, a dedução de consequências ou proposições mais elementares da própria hipótese, e a verificação ou comprovação da veracidade das afirmações deduzidas por comparação com a experiência. Este método força o cientista a combinar a reflexão racional ou o ponto racional (a formação de hipóteses e a dedução) com a observação da realidade empírica ou o tempo (observação e verificação).
Paradigma
No conceito, um paradigma é um modelo ou um padrão persistente em uma disciplina científica ou epistemológica, ou, em uma escala diferente, em outros contextos da sociedade. A palavra paradigma vem da palavra grega παράδειγμα (paradeigma) que, por sua vez, é dividida em duas palavras: 'para' (em conjunto) e 'deigma' (modelo). Em geral, etimologicamente, significa 'modelo' ou 'exemplo'. Ao mesmo tempo, tem a mesma raiz de 'provar', significando modelo ou exemplo. O conceito de paradigma data do final dos anos 60 e se refere a um determinado padrão de pensamento ou à interpretação das entidades que corresponde a uma disciplina e a um contexto social e histórico dado. Para a ciência, a ideia de paradigma está associada à contribuição do cientista Thomas Kuhn em seu livro A Estrutura das Revoluções Científicas. Para ele, um paradigma é definido como aquilo que deve ser observado e analisado, o tipo de questões que precisam ser formuladas para encontrar respostas em um objetivo, a estrutura dessas questões e a interpretação de tais resultados científicos. Do ponto de vista da interpretação, o paradigma é basicamente um modelo de como realizar pesquisas e experimentos científicos, com o conceito em mente de que este modelo pode ser replicado. No entanto, um paradigma da prática científica é muito mais do que um modelo experimental, pois responde também ao modo pelo qual os agentes do campo científico compreendem, pensam e fazem ciência.
Razão Teórica
De acordo com Kant, a primeira pergunta essencial para a razão era 'o que posso saber?'. Responder racionalmente a esta pergunta pretendia analisar a forma como alguém pode saber: em que medida o conhecimento humano, qual é o seu objetivo e quais são os seus limites. Poderíamos também falar do uso teórico da razão, segundo Kant. Na realidade, desde Descartes, concebe-se a razão como a única potência para iluminar essa área do conhecimento que é direta, e falava-se de uma luz natural da razão. Por 'razão teórica' entendemos a razão para o conhecimento das leis universais, provas ou verdades lógicas.
Razão Prática
Na Crítica da Razão Prática, Kant deixa claro que ele quer que seu livro se refira à liberdade transcendental, tomada em algum sentido absoluto, em que a razão especulativa é obrigada a fazer uso do conceito de causalidade, ou o que é o mesmo: ele quer se referir à liberdade em um sentido puro e comum, e, em segundo lugar, ele não quer expô-la como um aspecto que deve ser verdadeiro sob as leis da natureza ou a categoria da causalidade. Esta observação é muito importante para compreender o significado de Kant neste livro. Podemos dizer que Kant concebe a liberdade como uma capacidade que não tem nada a ver com os mecanismos da natureza.
Inteligência Racional
É aquela que está diretamente relacionada ao QI. Pode-se notar que é a ela que, historicamente, tem sido dada mais importância. No entanto, um QI alto não consegue garantir o sucesso de uma pessoa; são necessárias habilidades para garantir seu sucesso, e é neste ponto que falamos de inteligência experiencial. Esse trabalho é realizado por meio de conhecimentos específicos para processos de usinagem, analítica, coerente e lógico.
Inteligência Emocional
Esta teoria trata da capacidade de qualquer indivíduo de agir em um determinado contexto para reconhecer os sentimentos próprios e dos outros, e a capacidade de lidar com eles. A inteligência emocional abrange uma vasta gama de habilidades ou competências que uma pessoa deve desenvolver, como saber identificar emoções e sentimentos, geri-los, reconhecê-los, criar a sua própria motivação e construir as relações que se desenvolvem em diferentes contextos em que a pessoa atua e trabalha para a resolução de determinadas situações que se experimentam na vida cotidiana. É importante desenvolver tolerância, empatia e características da própria pessoa, como ser extrovertido ou introvertido, para que possa participar na sociedade.