Glossário Essencial: Ecologia e Restauração Ambiental
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Área Antropizada
Área cujas características originais foram alteradas, abrangendo solo, vegetação, relevo, entre outros.
Assoreamento
Processo em que cursos d'água são afetados pelo acúmulo de sedimentos, resultando no excesso de material sobre o leito e dificultando a navegabilidade e o aproveitamento. Embora seja um processo natural, é intensificado por ações humanas, especialmente pela remoção da vegetação das margens dos rios (matas ciliares).
Área Alterada/Perturbada
Área que, após sofrer certo distúrbio, ainda apresenta a possibilidade de regenerar-se naturalmente ou estabilizar-se em outra condição, também dinamicamente estável.
Áreas Degradadas
Áreas que não mais possuem a capacidade de repor naturalmente as perdas de matéria orgânica do solo, nutrientes, biomassa e estoque de propágulos.
Ações que Podem Ocasionar a Degradação de Áreas
- Intervenções de mineração;
- Efeitos de processos erosivos acentuados (erosão do solo);
- Terraplanagem;
- Construção civil.
Recuperação
Restituição de um ecossistema ou de uma população silvestre degradada a uma condição não degradada, que pode ser diferente de sua condição original (devolver o potencial produtivo da área).
Reabilitação
Restabelecimento das principais características de uma área, atribuindo-lhe uma função adequada ao uso humano e conduzindo-a a uma situação alternativa e estável.
Remediação
Ações e tecnologias que visam eliminar, neutralizar ou transformar contaminantes presentes em subsuperfície (solo e águas subterrâneas). Refere-se especificamente a áreas contaminadas.
Restauração
Restituição de um ecossistema ou de uma população silvestre degradada o mais próximo possível de sua condição original.
Resiliência
Capacidade de um sistema suportar perturbações, mantendo sua estrutura e padrão geral de comportamento, mesmo que sua condição de equilíbrio seja modificada. A resiliência é avaliada pelo tempo necessário para o sistema retornar à condição inicial: quanto maior este tempo, menor a resiliência.
Fatores que Favorecem a Resiliência
- Banco de plântulas e de sementes no solo;
- Capacidade de rebrota das espécies;
- Chuva de sementes.
Diferença entre Impacto e Degradação Ambiental
Impacto é o resultado de qualquer atividade sobre o meio ambiente, podendo ser positivo ou negativo (embora, em geral, em se tratando de atividades humanas, seja predominantemente negativo). Degradação ambiental, por sua vez, é o acúmulo de impactos negativos sobre o meio ambiente a ponto de o meio perder suas características iniciais.
Espécie Exótica
Qualquer espécie, animal ou vegetal, fora de sua área natural de distribuição geográfica.
Espécie Invasora
Espécie exótica capaz de formar populações altamente competitivas com as espécies autóctones, impedindo a manifestação de populações naturais dentro de processos de sucessão natural e de restauração ambiental.
Espécie Exótica Invasora
Definida como aquela que ameaça ecossistemas, hábitats ou espécies. Estas espécies, por suas vantagens competitivas e favorecidas pela ausência de inimigos naturais, têm capacidade de se proliferar e invadir ecossistemas, sejam eles naturais ou antropizados.
Serapilheira / Litter
Camada superficial do solo composta por restos vegetais (folhas, galhos e raízes).
Sucessão Ecológica
- Recuperação natural de uma vegetação (desmatada ou abandonada);
- Mudança gradual da estrutura e processos da comunidade em um ecossistema;
- Estrutura: Densidade, frequência, dominância;
- Processos: Ciclagem de nutrientes, ciclo da água, crescimento.
Sucessão Primária
Ocorre em ambientes nunca antes ocupados.
Sucessão Secundária (Mais Comum)
Ocorre em ambientes onde já existiu uma comunidade anteriormente. Plantios de restauração buscam imitar este processo de sucessão.
Grupo Ecológico ou Funcional
Conceito criado de acordo com o comportamento das espécies florestais nos processos de sucessão ecológica (primária e secundária), que ocorre por meios naturais quando surgem clareiras na floresta tropical por queda ou morte de árvores.
Classificações:
- Budowski (1965): Pioneira, Secundárias (Inicial e Tardia), Clímax.
- Swaine & Whitemore (1988): Espécies Pioneiras, Clímax Exigentes de Luz, Clímax Tolerantes à Sombra.
Ecologia da Restauração
Ciência, prática e arte de assistir e manejar a recuperação da integridade ecológica dos ecossistemas, incluindo um nível mínimo de biodiversidade e variabilidade na estrutura e funcionamento dos processos ecológicos, considerando seus valores ecológicos, econômicos e sociais.
Restauração Facilitadora
Ações que atuam favorecendo ou acelerando a expressão dos processos naturais de sucessão ecológica.
Exemplos:
- Controle de competidores;
- Manejo que favorece a regeneração natural;
- Introdução de elementos atrativos à fauna.
Restauração Dirigida
Ações necessárias para iniciar todo o processo de restauração, especialmente em áreas com nenhum ou baixo potencial de recuperação natural (baixa resiliência).
Características:
- Maior controle sobre como, quando e quantos indivíduos serão introduzidos.
Restauração Florestal
- Diversidade;
- Estrutura;
- Funcionamento.
Por que Restaurar?
- Reduzir, eliminar ou evitar danos ambientais;
- Exigências legais;
- Serviços ambientais.
Por que Tantas Áreas Degradadas?
- Expansão agrícola;
- Áreas sem aptidão;
- Conservação do solo não efetuada.
Fases da Restauração
- Plantio sem critérios ecológicos para escolha e combinação de espécies em campo;
- Plantio de árvores nativas brasileiras fundamentado na sucessão florestal;
- Restauração baseada em cópia florística e estrutural e processos sucessionais de remanescentes florestais da região;
- Restauração dos processos ecológicos formadores e mantenedores de florestas tropicais;
- Modelos de restauração voltados à redução de custos e geração de renda.