Glossário de Hematologia Essencial
Classificado em Medicina e Ciências da Saúde
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Hemograma
Exame de sangue usado para diagnosticar distúrbios. Consiste na medição dos níveis de glóbulos brancos (leucócitos), glóbulos vermelhos (hemácias) e plaquetas.
Hematopoiese
Processo de desenvolvimento e maturação dos elementos figurados do sangue (células sanguíneas). Ocorre principalmente na medula óssea.
Volemia
Termo médico que define a quantidade (volume) total de sangue circulando no corpo de um indivíduo.
Eritrograma
Parte do hemograma que avalia a quantidade, forma e tamanho das células vermelhas (hemácias ou eritrócitos).
VCM, HCM, CHCM
Índices hematimétricos que avaliam as hemácias: VCM (Volume Corpuscular Médio), HCM (Hemoglobina Corpuscular Média) e CHCM (Concentração de Hemoglobina Corpuscular Média).
Hematócrito
É a porcentagem do volume total de sangue ocupada pelos glóbulos vermelhos. Valores de referência comuns: 42%-52% nos homens e 36%-48% nas mulheres. Alterações podem estar associadas ao diagnóstico de anemia ou poliglobulia.
Baço
Órgão linfoide que, entre outras funções, controla a qualidade, armazena e destrói células sanguíneas envelhecidas ou defeituosas.
Hemofilia
Grupo de doenças genéticas e hereditárias que prejudicam a capacidade do corpo em controlar a coagulação sanguínea devido à deficiência de fatores de coagulação específicos.
Sinais de Suspeita de Anemia no Paciente
- Palidez cutânea e de mucosas
- Unhas quebradiças
- Fraqueza e fadiga
- Confusão mental (em casos graves)
- Tontura
Poliglobulia ou Policitemia
Doença caracterizada pela quantidade excessiva de eritrócitos (glóbulos vermelhos) no sangue, resultante de uma produção exagerada dessas células pela medula óssea (policitemia vera) ou como resposta a outras condições (poliglobulia secundária).
Poliglobulia e Anemia
São condições opostas: na anemia, o número de hemácias, o teor de hemoglobina e/ou o volume de glóbulos vermelhos no sangue encontram-se abaixo do normal; na poliglobulia, estes números estão aumentados.
Neutropenia
Diminuição da contagem de neutrófilos (um tipo de glóbulo branco) abaixo do valor normal, o que deixa o paciente mais predisposto a adquirir infecções bacterianas.
Reação Leucêmica
É uma anormalidade hematológica, geralmente um aumento expressivo de leucócitos, que pode ser confundida com leucemia, mas é uma resposta reacional a alguma outra doença (infecção grave, inflamação). As anormalidades desaparecem quando a condição de base é corrigida.
Leucocitose e Leucopenia
Leucocitose: Aumento do número total de leucócitos (glóbulos brancos) no sangue, geralmente como reação a diversas infecções ou processos inflamatórios. Leucopenia: Diminuição do número total de leucócitos no sangue.
Função do Leucócito
Os leucócitos (glóbulos brancos) são as células de defesa do corpo contra infecções e agentes estranhos. Dividem-se em granulócitos (neutrófilos, eosinófilos, basófilos) e agranulócitos (linfócitos, monócitos).
Neutrófilo
Tipo de granulócito mais abundante, especializado em capturar, engolfar (fagocitar) e matar microrganismos, especialmente bactérias. Têm vida curta e, ao morrerem no local da infecção, contribuem para a formação do pus.
Paciente Leucêmico de Baixo Risco
Refere-se a pacientes que se submeteram a tratamentos curativos para a leucemia e alcançaram a remissão (cura aparente), porém necessitam de acompanhamento médico regular para monitorar possíveis recidivas.
Paciente Leucêmico de Alto Risco
Refere-se a pacientes com leucemia em fase ativa, que estão realizando tratamento curativo ou paliativo. Nestes casos, a remoção de qualquer foco infeccioso é priorizada devido à imunossupressão.
Reação Leucomoide/Leucemoide
Termo usado quando os valores de leucócitos estão muito elevados (semelhante à leucemia), mas a causa é reacional (infecção, inflamação, etc.) e não uma malignidade primária da medula óssea. É sinônimo de reação leucêmica intensa.
Linfócito T
Tipo de linfócito (agranulócito) originado na medula óssea e maturado no timo. É fundamental para a imunidade celular, atuando na eliminação de células infectadas por vírus, células tumorais e na regulação da resposta imune.
Desvio à Esquerda/Direita
Termo relacionado à contagem diferencial de neutrófilos no hemograma:
- Desvio à Esquerda: Aumento da proporção de neutrófilos jovens (bastonetes e formas mais imaturas) na circulação. Geralmente indica uma resposta medular a uma infecção bacteriana aguda, onde há liberação aumentada e rápida de neutrófilos.
- Desvio à Direita: Presença aumentada de neutrófilos velhos com núcleo hipersegmentado. É menos comum e pode estar associado a condições como anemia megaloblástica (deficiência de B12 ou folato) ou uremia.
Linfócito B
Tipo de linfócito (agranulócito) importante na imunidade humoral, sendo um componente essencial do sistema imune adaptativo. Sua principal função é a produção de anticorpos após diferenciação em plasmócitos.
Agranulocitose
Condição aguda e grave caracterizada pela redução drástica ou ausência completa de leucócitos granulosos (principalmente neutrófilos, mas também eosinófilos e basófilos) no sangue. Aumenta severamente o risco de infecções. Pode ser congênita ou adquirida (frequentemente induzida por medicamentos).
Leucemia
Câncer que se origina nas células formadoras de sangue na medula óssea. Caracteriza-se pela produção descontrolada de células sanguíneas anormais (geralmente leucócitos), dificultando a produção de células normais e a capacidade do organismo de combater infecções.
Coagulograma
Conjunto de exames de sangue que avaliam a capacidade de coagulação de uma pessoa (tempo de protrombina - TP, tempo de tromboplastina parcial ativada - TTPA, contagem de plaquetas, etc.). É frequentemente solicitado como exame pré-operatório, especialmente antes de procedimentos invasivos, para avaliar o risco de sangramento.
Trombopoiese
Processo de formação e desenvolvimento das plaquetas (trombócitos), que ocorre na medula óssea a partir da fragmentação do citoplasma de células grandes chamadas megacariócitos.
Alteração para Menos de Plaquetas (Trombocitopenia)
Trombocitopenia: É a condição caracterizada por um número reduzido de plaquetas no sangue. Pode ser causada por deficiência na produção, aumento da destruição ou sequestro esplênico. A falta de plaquetas compromete a hemostasia primária (formação do tampão plaquetário) e a coagulação, podendo dar origem a sangramentos e hemorragias.
Rolha Plaquetária (Tampão Plaquetário)
Estrutura inicial formada para estancar o sangramento em um vaso sanguíneo lesado. As plaquetas são ativadas pela exposição ao colágeno do subendotélio lesado, aderem ao local, agregam-se (ligam-se umas às outras) e formam essa rolha ou tampão temporário.
PRP (Plasma Rico em Plaquetas)
Produto biológico obtido a partir do sangue do próprio paciente, que contém uma concentração de plaquetas acima do normal. É utilizado terapeuticamente pois, além da função hemostática, os fatores de crescimento liberados pelos grânulos das plaquetas ativadas no coágulo atraem células reparadoras e estimulam o processo de cicatrização e regeneração tecidual.
Trombocitose
Condição caracterizada por um número aumentado de plaquetas no sangue. Pode ser reacional (secundária a infecções, inflamações, deficiência de ferro) ou primária (trombocitemia essencial). Aumenta o risco de formação de trombos (coágulos), que podem impedir a passagem parcial ou total do sangue numa veia ou artéria (trombose).
Função das Plaquetas
Pequenos fragmentos celulares anucleados presentes no sangue (contagem normal: aproximadamente 150.000 a 450.000 por mm³). Participam fundamentalmente do processo de hemostasia e coagulação do sangue, formando o tampão plaquetário inicial e liberando fatores que ativam a cascata de coagulação.
Fatores de Coagulação
São, em sua maioria, proteínas presentes no plasma sanguíneo em forma inativa. São ativados em sequência (cascata de coagulação) perante uma lesão vascular. Atuam localmente para converter fibrinogênio solúvel em fibrina insolúvel, formando um coágulo estável que reforça o tampão plaquetário e interrompe o sangramento.
Hemofilia (Revisão)
Doença geralmente hereditária e incurável, caracterizada por sangramento espontâneo (interno ou externo) ou prolongado após traumas, devido a um retardo no tempo de coagulação do sangue. É causada pela deficiência ou ausência de fatores de coagulação específicos (Fator VIII na Hemofilia A, Fator IX na Hemofilia B). Pode levar a hemorragias graves e danos articulares.
Discrasia Sanguínea
Termo genérico que se refere a qualquer alteração anormal, permanente ou transitória, na composição qualitativa ou quantitativa dos componentes do sangue (plaquetas, glóbulos vermelhos, glóbulos brancos) ou dos fatores de coagulação, resultando em um estado patológico.