Glossário de Telecomunicações e Redes

Circuito: É um caminho de comunicação fechado ou um meio delimitado entre dois pontos (transmissor - Tx e receptor - Rx).

Linha Local: É o elo de ligação que conecta o telefone do usuário ou terminal de computador à central local.

Canal: É uma conexão lógica de comunicação ponto a ponto. O canal pode transmitir sinais de voz e dados.

Rede de Telecomunicações: Conjunto de elementos interligados e coordenados que trabalham corretamente para realizar a transferência de informação entre transmissor (Tx) e receptor (Rx).

Circuito Dedicado: São circuitos físicos exclusivos para uma determinada função, permanentemente conectados através da rede.

Circuito Virtual: São circuitos lógicos independentes do circuito físico. A conexão desses circuitos é feita através de circuitos físicos de alta velocidade de sistemas multicanais, como a transmissão por fibra óptica.

Largura de Banda: É a medida da capacidade de um circuito ou canal para transmitir informação.

Largura de Banda de um Canal: A gama de frequências que o canal pode transmitir com qualidade razoável.

Largura de Banda do Sinal (AW): Faixa de frequência que contém a maior parte da energia (ou força) do sinal.

Transmissão em Banda Larga: É uma técnica na qual um ou mais sinais de dados podem ser transmitidos simultaneamente pelo mesmo meio.

Hz (Hertz): É a unidade de frequência utilizada na medição da largura de banda de circuitos analógicos. Representa ciclos (ou ondas) por segundo.

Período: Tempo necessário para que um sinal ou evento periódico complete um ciclo completo.

Frequência: Representa o número de ciclos ou períodos de um sinal por unidade de tempo (geralmente segundos). Medida em Hertz (Hz).

Espectro de Radiofrequência: Faixa de frequência das ondas eletromagnéticas (OEM) que permitem a propagação de sinais de rádio.

Taxa de Modulação (Baud Rate): Indica o número de símbolos ou sinais distintos transmitidos por segundo, necessários para representar os bits.

Bits por Segundo (bps): É uma medida da taxa de transferência de dados (ou largura de banda) em circuitos digitais. Refere-se ao número de bits transmitidos por segundo.

Banda Estreita: Refere-se a um canal simples cuja capacidade de transmissão é igual ou inferior a 64 kbps.

Banda Larga: Refere-se a canais com capacidade superior à banda estreita. Exemplos de taxas hierárquicas incluem: E1 = 2.048 Mbps, T1 = 1.544 Mbps, T3 = 44.736 Mbps.

Códigos de Transmissão (Tx): Incluem códigos internos e códigos de interface usados na transmissão de dados.

Sistema de Transmissão (Tx): É um conjunto de equipamentos e componentes devidamente organizados e estruturados para permitir a transferência de informações.

Estágios de Transmissão (Tx): Fonte de informação, transdutor de entrada, transmissor (Tx), canal (com ruído), receptor (Rx), transdutor de saída, destino da informação.

Código de Linha: São técnicas usadas para representar sinais digitais (sequências de bits) como sinais elétricos ou ópticos para transmissão através de um sistema digital, garantindo também a sincronização e a eficiência energética.

Códigos Internos: Códigos usados internamente nos equipamentos digitais antes da interface de linha. Exemplos: NRZ (Non-Return-to-Zero), RZ (Return-to-Zero).

Código NRZ Unipolar: Código binário 'Não Retorna a Zero' (Non-Return-to-Zero). Fornecido por circuitos lógicos, onde cada pulso (representando um bit '1' ou '0') ocupa todo o intervalo de tempo do bit.

Desvantagens do Sinal NRZ: Introduz uma componente de corrente contínua (CC) na linha de transmissão, o que impede o uso de transformadores de acoplamento e dificulta a recuperação de clock em longas sequências de bits idênticos.

Código NRZ Polar: Variante do código NRZ. Utiliza níveis de tensão positivo e negativo (polar) para representar os bits binários. É mais eficiente em termos de potência que o unipolar.

Código RZ Unipolar: Código 'Retorna a Zero' (Return-to-Zero). O pulso que representa o bit '1' retorna a zero antes do final do intervalo de tempo do bit (geralmente na metade).

Código NRZI (Non-Return-to-Zero Inverted): Variante do NRZ onde uma transição no início do intervalo do bit representa um '1' lógico, e a ausência de transição representa um '0' lógico (ou vice-versa). Ajuda na sincronização.

Código de Interface (ou Código de Linha): Códigos que definem os sinais elétricos/ópticos usados para conectar dois elementos de um sistema de transmissão digital através da linha. São padronizados. Exemplos: AMI Bipolar, RZ Bipolar, HDB-3, mBnB, CMI.

Código CMI (Coded Mark Inversion): Código de linha onde o bit '0' é representado por uma transição específica (ex: de negativo para positivo) no meio do intervalo, e o bit '1' é representado por um nível constante (positivo ou negativo), alternando a polaridade a cada '1'.

Código mBnB: Códigos de bloco onde um grupo de m bits de dados é codificado em um grupo de n bits para transmissão (com n > m). Amplamente usados em transmissão por fibra óptica (ex: 5B6B, 8B10B). Um codificador transforma palavras de m bits em palavras de n bits para garantir propriedades como densidade de transições e balanço DC.

Vantagens (dos códigos mBnB): a) Eliminação de longas sequências de bits idênticos (melhora sincronização). b) Garante transições suficientes para o bom funcionamento de fontes de luz (em fibra óptica) e recuperação de clock. c) Possibilidade de deteção de erros.

Códigos de Interface Ternários: Códigos de linha que usam três níveis de sinal (positivo, zero, negativo). Exemplos: AMI Bipolar, RZ Bipolar, HDB-3.

Código RZ Bipolar: Variação do RZ que usa três níveis. O bit '1' é representado por um pulso (positivo ou negativo, alternadamente) que retorna a zero na metade do intervalo. O bit '0' é representado por nível zero. Reduz a componente CC.

Benefícios (do RZ Bipolar): Reduz a potência necessária para transmitir o sinal e a componente CC em comparação com o NRZ, embora alguma componente CC possa permanecer.

Desvantagem (do RZ Bipolar): Exige aproximadamente o dobro da largura de banda (AW) em comparação com os códigos NRZ para a mesma taxa de bits.

Código AMI (Alternate Mark Inversion): Código bipolar onde o bit '0' é representado por nível zero, e o bit '1' é representado por pulsos de polaridade alternada (+V, -V, +V, -V...). É um código NRZ modificado.

Código HDB-3 (High Density Bipolar - 3 zeros): Código bipolar de alta densidade, muito utilizado. É uma modificação do AMI que evita sequências longas de zeros (mais de três zeros consecutivos) inserindo violações bipolares controladas, garantindo a sincronização.

Aplicações AMI/HDB-3: O HDB-3 (baseado no AMI) é usado em sistemas de multiplexação digital hierárquica (PDH) como E1 (2 Mbps), E2 (8 Mbps) e E3 (34 Mbps), principalmente para transmissão via cabo coaxial ou par trançado.