Governo Café Filho e Jânio Quadros: Economia em Crise
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Governo Café Filho (1954-1955)
Eugênio Gudin (UDN), grande crítico do projeto desenvolvimentista, implementou uma política econômica ortodoxa baseada em austeridade fiscal e contração monetário-creditícia. Atribuindo a inflação ao déficit público e à expansão do crédito, aumentou a carga tributária e reduziu despesas. Assumiu em meio a uma grave crise cambial (colapso dos preços do café) e negociou US$ 200 milhões com bancos privados dos EUA.
A Instrução 113 da SUMOC visava remover obstáculos ao livre fluxo de capital externo. A licença de importações sem cobertura cambial para equipamentos e bens de produção, um mecanismo vantajoso para o investidor externo, enfraqueceu a indústria nacional e fortaleceu a estrangeira.
Resultados:
- Pouco êxito da política fiscal (redução de verbas de alguns ministérios).
- Crise de liquidez e aumento de falências e concordatas.
- Queda na atividade industrial.
- Queda na Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) e nos investimentos em bens de capital.
Gudin pediu demissão devido ao descontentamento do setor cafeeiro, contrário à taxa de câmbio relativamente valorizada. Foi substituído por José Whitaker, que mudou a política econômica com concessão de crédito e investimento público, além do fim temporário da intervenção do governo no café. A tentativa de unificar o câmbio foi rejeitada pelo Congresso (eleições em vista), levando à renúncia de Whitaker.
Governo Jânio Quadros (1961)
Herdou problemas macroeconômicos de JK e lançou um programa ortodoxo com a Instrução 204 da SUMOC, que promoveu a unificação do mercado de câmbio e uma forte desvalorização cambial. Implementou contenção do gasto público, política monetária contracionista, redução do crédito e redução de subsídios às importações de petróleo e trigo.
As medidas foram bem recebidas pelo FMI, que reescalonou a dívida e concedeu novos empréstimos (EUA e Europa) - Moreira Salles. Houve esforço para estabilização doméstica e crescimento nos anos seguintes.
Jânio Quadros governava sem base parlamentar e renunciou em agosto de 1961 (após 7 meses).
Resultados econômicos:
- Crescimento do PIB de 8,6% (influência dos investimentos de JK).
- Aumento da inflação (de 30% para quase 50%).
- Pequeno aumento das exportações (com desvalorização cambial).
- Queda nas taxas de investimento.