Guerra Fria: Bloco Soviético, Expansão e Japão

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O Bloco Soviético e a Doutrina Jdanov

Do lado leste e comunista, Estaline respondeu ao Plano Marshall com a Doutrina Jdanov, que assentava na ideia de divisão do mundo em dois campos opostos: um "imperialista" e um "anti-imperialista". A influência soviética deveu-se à formação do COMECON, em 1949, que pretendia estabelecer a coordenação dos planos económicos e a ajuda financeira; através do Cominform, uma organização internacional dos partidos comunistas, criada em 1947; e à formação de um bloco militar alternativo comunista, através do Pacto de Varsóvia, em 1955. Todos estes instrumentos foram responsáveis pela dominação dos países da "cortina de ferro". Por outro lado, todos estes países contavam com o apoio do Exército Vermelho, que passou a ser constituído como força militar integrante do Pacto de Varsóvia.

O Expansionismo Soviético

Relativamente ao expansionismo soviético, este dividiu-se na Ásia, na América Latina e no continente africano.

Ásia

Na Ásia, através da inspiração marxista, a partir de 1945, ocorreram dois processos importantes: a formação da República Popular da China e a independência da Indochina (que era francesa). Foi sobretudo o apoio da URSS que contribuiu para o arranque da revolução que levou à proclamação da República Popular da China, em 1949. É nesta conjuntura que se lançou a transição para o regime socialista, adotando o modelo soviético dos planos quinquenais e a coletivização da agricultura. Por outro lado, a Coreia estava dividida em duas zonas de influência, soviética e americana. Em 1950, Mao Tsé-Tung tentou unificar o país, levando ao início de bombardeamentos. Após três anos, o armistício foi assinado, com a divisão da Coreia em: a República da Coreia (Coreia do Sul), aliada dos EUA, e a República Democrática Popular da Coreia (Coreia do Norte), apoiada pela URSS.

América Latina

Na América Latina, em 1959, em Cuba, um grupo de revolucionários sob o comando de Fidel Castro e de Che Guevara constituiu um governo revolucionário de tendências socialistas. A pouco e pouco, Cuba foi-se aproximando, a nível económico e político, da URSS e iniciou a nacionalização das empresas americanas sediadas na ilha. Isso levou o governo dos EUA a apoiar os opositores de Fidel Castro. Após o bombardeamento por aviões norte-americanos, em 1961, os EUA organizaram o desembarque na Baía dos Porcos. Em resposta, a URSS fez deslocar para a ilha rampas de lançamento de mísseis nucleares. Este conflito teve proporções graves e, por isso, os líderes da URSS e dos EUA foram obrigados a entrar em acordo, tendo os EUA se comprometido a não interferir mais na política de Cuba. (As ações foram denunciadas como provocação à paz e estabilidade mundial).

África

Em África, o apoio soviético levou aos movimentos independentistas nascentes na segunda metade dos anos 1950.

A Economia Soviética

Em termos económicos, Estaline retomou o modelo de economia planificada (implementação do 4º plano quinquenal), privilegiou o desenvolvimento da indústria pesada, nomeadamente a siderúrgica e hidroelétrica, deu relevo à investigação científica e ao desenvolvimento dos meios de comunicação, de modo a concorrer com o lado ocidental.

A Corrida ao Armamento

A corrida ao armamento continuou a dominar as preocupações dos governos americano e soviético. Ela ocorreu numa conjuntura de grandes progressos científicos e técnicos, a nível da produção de armas. Em 1949, observou-se a primeira explosão da primeira bomba atómica de fabrico soviético. Em 1953, os americanos conseguiram a bomba de hidrogénio. Contudo, mais tarde, os soviéticos conseguiram também a sua produção. Assim, as relações internacionais passaram a ser condicionadas pelo terror nuclear, tornando-se este a grande força dissuasora da eclosão de um novo conflito mundial.

O Japão Pós-Guerra e o Milagre Económico

No final da 2ª Guerra Mundial, o Japão era um país militarmente vencido, politicamente submetido à ocupação americana e, economicamente, atrasado pela perda do vasto império colonial, pela destruição da marinha mercante e ruína do setor produtivo. A partir da segunda metade dos anos 50, o Japão viveu um autêntico milagre económico, representado pela rápida reconstrução urbana, pela fundação de complexos siderúrgicos e petroquímicos, a construção da maior frota de petroleiros do mundo e a formação de novas e poderosas empresas da indústria automóvel e eletrónica. Na verdade, o ambiente da Guerra Fria foi-lhe favorável, na medida em que convinha aos EUA ter um Japão forte que conseguisse resistir ao avanço comunista chinês. Assim, coordenou-se o Plano Dodge, um plano de ajuda financeira e técnica; promoveu-se a democratização do país, com o restabelecimento das liberdades públicas; impôs-se a reforma agrária, que passou pela expropriação das grandes propriedades senhoriais e a sua distribuição por antigos camponeses; e o desmantelamento das antigas indústrias bélicas.

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