Guerra da Independência Espanhola: Causas e Consequências
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A Guerra da Independência Espanhola (1808-1814)
Resistência Inicial e Avanço Francês
A natureza desordenada da resistência inicial parecia confirmar as previsões de que a invasão de Napoleão seria rápida e fácil. No entanto, a resiliência de cidades como Girona, Saragoça e Tarragona, sujeitas a cercos pelas tropas francesas, imobilizou o exército francês e impediu o progresso em direção ao Levante. Além disso, a derrota dos invasores em Bailén forçou a saída de José I de Madrid e grande parte dos soldados imperiais recuou para norte do Ebro. Napoleão foi para a Espanha em novembro para liderar a contraofensiva. Em janeiro de 1809, José I voltou para Madrid e, em 1809, o Estado francês se propagou ao longo do território espanhol.
A Guerrilha e a Resistência Popular
A resistência à invasão foi realizada pela guerrilha, formada por pequenos grupos locais. Seus membros eram agricultores, artesãos, estudantes, advogados, etc., mas seus líderes pertenciam às elites instruídas. Os guerrilheiros assediaram o exército francês de surpresa, submetendo os franceses a uma pressão e desgaste permanentes.
Mudança de Curso e Derrota Francesa
Em 1812, o curso da guerra foi afetado pela campanha iniciada na Rússia por Napoleão, que foi forçado a retirar milhares de soldados da Península. Em resposta, as tropas espanholas, apoiadas pela guerrilha e pelo exército britânico sob o comando do General Wellington, conseguiram a vitória em Arapiles (Salamanca, julho de 1812). Incapaz de manter as duas frentes, Napoleão decidiu negociar o fim do conflito com os espanhóis e permitir o retorno de Fernando VII pelo Tratado de Valençay. No final de 1813, suas tropas começaram a deixar a Península.
Consequências Ideológicas da Invasão
As invasões francesas forçaram as diferentes correntes ideológicas a tomar partido contra a presença francesa. Uma minoria de espanhóis, conhecidos como afrancesados, colaborou com a monarquia de José I. Partindo do despotismo esclarecido, a maioria deles estava ligada ao seu programa de reformas e defendia um poder forte para modernizar a Espanha, sem o risco de excessos revolucionários.
A Frente Patriótica
A maior parte da população espanhola formou o que é conhecido como a Frente Patriótica. Este grupo reunia posições muito diferentes. A maior parte do clero e da nobreza desejava um retorno ao absolutismo sob a monarquia de Fernando VII e rejeitava qualquer mudança social. Alguns iluministas pensavam que, com o retorno de Fernando VII, seria possível realizar um programa de reformas e modernização do país dentro dos canais do Antigo Regime. Os liberais viam na guerra uma oportunidade de fazer uma mudança no sistema político, a oportunidade de estabelecer na Espanha um sistema político liberal baseado em uma Constituição como norma suprema, na soberania nacional, na divisão de poderes, em instituições representativas e na abolição dos privilégios estamentais e sindicais para promover o desenvolvimento do capitalismo.
Posição Popular
À margem das posições ideológicas, grande parte da população enfrentou a guerra como um movimento de defesa e resistência contra o invasor, mas a maioria defendia o retorno de Fernando VII.