Guerra e Sobrevivência: A Vida em Madrid (1936-1939)

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Sinopse

A narrativa começa num campo em Madrid. Lá, dois amigos, Luís e Paulo, estão falando sobre filmes, livros e meninas. Luís começa a imaginar uma guerra em campo aberto, com tanques, aviões soltando bombas...

A família de Paulo tinha ido de férias, e ele ficou com a irmã. Luís deseja uma moto, mas suas notas escolares não permitem comprá-la.

Quando Luís chega em casa, descobre que seus pais, sua irmã e a empregada estão escutando o rádio. Eles comentam que alguns revolucionários tinham se levantado em Marrocos, mas não dão muita importância ao fato.

Quando D. Luís voltava do trabalho, disse que várias pessoas foram mortas e muitas desapareceram. O medo de uma guerra se dirigia a Madrid. Nesse mesmo dia, ligaram o rádio e ouviram que os revolucionários tinham chegado à capital. Também foi dito que não deveriam levantar as cortinas à noite, pois poderiam atirar. Em meio a essa turbulência, em julho, o filho de Dona Antónia, Júlio, pediu Manolita em casamento, e Luís começa a se apaixonar por Maria. Por esta altura, a guerra era uma realidade e quase todos os dias eles ouviam bombas ou metralhadoras. Maria foi para a sua aldeia e encontrou um homem que se tornou seu namorado.

D. Luís criou um sindicato de trabalhadores e teve que se tornar o chefe da sua loja, porque os donos fugiram com medo ou foram mortos. As pessoas não se atreviam a sair, e a fome era grande. As rações de comida distribuídas eram muito poucas e insuficientes. No entanto, D. Luís trazia para casa garrafas de vinho e trocava-as por alimentos. Mas estas provisões acabaram logo. Às vezes, os aviões voavam sobre suas casas e eles tinham de se refugiar no abrigo, que ficava debaixo do chão. Lá, reunia-se toda a comunidade.

Manolita teve um bebê e ia se casar com Júlio. Mas um dia, uma bomba atingiu o bazar onde ele trabalhava, e Júlio morreu.

Pedro tinha sido enviado para um campo de concentração e corria o risco de morrer.

Dona Antónia passava muita vergonha e fome, então ocasionalmente roubava Dona Dolores.

Depois da guerra, num longo período sem comida, soou o alarme e alguns vizinhos correram para o abrigo. O alarme soou porque era um avião, mas ele não jogou bombas; em vez disso, jogou pães, e todos correram para apanhá-los.

O conflito estava se aproximando do fim, e os revolucionários estavam prestes a derrotar a República.

Um dia, a Sra. Dolores recebeu uma visita que nunca teria esperado: Maria veio com o homem e trouxe comida e notícias. Eles disseram que Valência estava cheia de alimentos. O namorado continuou trazendo comida por algum tempo, até que um dia lhe contaram que, como se tinham casado durante a guerra, o casamento não era válido, e por isso não estavam mais juntos. Ela pediu trabalho, mas na casa da Sra. Dolores não podia ficar porque não havia dinheiro, e então passou a trabalhar com o vizinho.

Os revolucionários tinham derrubado a República, e muitos dos que fugiram voltaram. D. Luís ficou desempregado.

Um dia, D. Luís ia ser julgado por causa do sindicato e recebeu a pena menor, que era de 12 anos. Luís conseguiu um emprego e, eventualmente, seu pai lhe comprou a moto.

No final do livro, Luís e seu pai estão conversando no local onde Luís e Paulo falavam sobre a guerra, e o pai disse que em Madrid nunca mais haveria uma guerra.

D. Luís foi julgado e morreu na prisão por causa de uma doença. Sua família continuou a vida entre o teatro (Manolita) e os estudos e trabalho (Luís).

Tópico Central

A obra trata de um grupo de famílias que vivem durante a Guerra Civil, trancadas em suas casas, saindo apenas para o estritamente necessário. Quando a guerra chega ao fim, os personagens têm que reconstruir suas vidas, o que não será fácil, pois a maioria está desempregada e precisa encontrar uma forma de sobreviver, já que o dinheiro ganho durante a Guerra Civil não era válido.

Personagens

D. Luís

É o chefe da família. Trabalha numa adega. É casado com Dolores e tem dois filhos, Luís e Manolita. Durante a guerra, cria um sindicato, torna-se chefe das adegas, e por isso é condenado a 12 anos de prisão, onde morre de uma doença.

Dona Dolores

Mulher de D. Luís. Sua casa tem a aparência burguesa de um trabalhador. Tem cerca de quarenta anos. Sua vizinha e amiga se chama Dona Antónia.

Manolita

Filha de D. Luís e Dona Dolores. É uma moça bonita. Trabalha como professora. Seu vizinho Júlio é apaixonado por ela e, eventualmente, se casam. Antes, ela teve um filho com um capitão do Exército que foi morto. Quando era mãe solteira, Júlio, seu vizinho, pediu sua mão, mas ele também morreu.

Luís

Filho de D. Luís e Dona Dolores. É um garoto de dezesseis anos. Amante da literatura e muito imaginativo. Gosta de escrever poesia e teatro. A guerra o apanha no auge da puberdade, e ele descobre seus desejos sexuais com a empregada. Quer uma moto para sair com uma garota, mas seu pai só a compra no final da guerra, quando ele precisa dela para trabalhar.

Maria

Empregada da família. Menina com um rosto carnudo, firme e bem-apessoada. Toda a sua família vive fora de Madrid. Luís e ela se apaixonam, e ela decide sair de casa para voltar à sua aldeia, onde conhece o homem com quem se casa. Durante a guerra, engorda muito.

Paulo

Jovem de cerca de quinze anos, o melhor amigo de Luís. Amava a literatura e o cinema. Durante a guerra, seus pais estavam de férias e ele ficou em Madrid. Quando seus pais voltaram, tudo voltou ao normal para ele, e ele passou a viver em Barcelona.

Dona Antónia

Era uma mulher pequena, grisalha e coxa, com cerca de cinquenta anos. Passa parte do tempo trabalhando na casa de Dona Dolores. Seu filho Júlio casou-se com Manolita, e Pedro estava namorando uma prostituta. Ela é viúva e é um pouco pobre. Tinha uma loja, mas vendeu-a.

Cenários

  • Exteriores: Cidade Universitária e o Parque.
  • Interiores: Sala de jantar da casa de Dona Dolores, quarto de Luís, casa de banho, quarto de Maria, sala de jantar e cave de Dona Antónia.

Embora o ano não seja mencionado, pelos personagens, sabemos que a Guerra Civil terminou em 1939.

Forma Literária e Estrutura

  • Teatro.
  • Narrador onisciente, embora se sinta identificado com alguns dos personagens.

Estilo

  • Coloquial e vocabulário popular.
  • Também são discutidos alguns escritores importantes como: Becquer, Pedro Mata, Felipe Trigo, entre outros.

Correspondência Simbólica

  • Moto: Tem um significado especial para Luís, pois no início ele queria a moto para sair com uma garota e, eventualmente, passa a querê-la para trabalhar.
  • Verão: Tem um significado ligado à moto para Luís, pois o verão era a época em que ele queria usá-la.

Opinião Pessoal

Para mim, é um livro bastante interessante, especialmente porque fala sobre um período da história do país que realmente ocorreu.

Vocabulário (10 Palavras)

  • Bato (p. 13): Pessoa estúpida, rústica e desajeitada.
  • Chola (p. 13): Voz popular para "cabeça" ou "crânio".
  • Alastra (p. 28): Subornar alguém com presentes ou dinheiro.
  • Padaria (p. 39): Local que vende pão e assados.
  • Paramentos (p. 111): Vestes usadas pelos sacerdotes, entre outras, para os serviços religiosos.
  • Policromo (p. 125): Pintura em várias cores.
  • Beldroega (p. 127): Qualquer tipo de legume e, em geral, folhas carnudas que são consumidas em saladas.
  • Pomposo (p. 135): Feliz, orgulhoso.
  • Maná (p. 148): De acordo com a Bíblia, o alimento milagroso que Deus enviou aos judeus, caindo do céu como flocos durante a sua viagem pelo deserto.
  • Plump (p. 154): Pessoa auto-satisfeita.

Avaliação da Leitura

Não achei o livro difícil de ler, pois no final das páginas havia os significados das palavras não compreendidas.

Interpretei-o por um lado em cerca de 3 horas.

Eu daria uma avaliação de 8.

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