Guia Completo: Marcha Humana e Coluna Vertebral

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Fases da Marcha: Apoio (60%) e Balanço (40%)

Fase de Apoio (60%)

  • Contato Inicial (Apoio do Calcanhar)

    Fase em que o joelho está mais estendido.

    • Tornozelo: Tibial anterior (ação concêntrica).
    • Joelho: Quadríceps (em extensão).
    • Quadril: Iliopsoas (em flexão).
  • Resposta à Carga (Aplanamento do Pé)

    • Tornozelo: Tibial anterior (ação excêntrica).
    • Joelho: Quadríceps (ação excêntrica, regulando a extensão).
    • Quadril: Inércia (não atua).
  • Apoio Médio (Acomodação Intermediária)

    Fase em que o joelho se encontra mais fletido.

    • Tornozelo: Inércia.
    • Joelho: Quadríceps (ação concêntrica).
    • Quadril: Glúteo médio (estabilização) e Glúteo Máximo (início da passada).
  • Apoio Terminal

    • Tornozelo: Inércia.
    • Joelho: Inércia.
    • Quadril: Iliopsoas (ação excêntrica, controlando a extensão).
  • Pré-Balanço (Impulso)

    Fase em que o pé se encontra mais fletido (dorsiflexão).

    • Tornozelo: Tríceps sural (ação concêntrica).

Fase de Balanço (40%)

  • Balanço Inicial (Aceleração)

    Momento em que o pé desencosta do chão e é levado para frente.

    • Joelho: Isquiotibiais (flexão, partindo da extensão).
    • Quadril: Iliopsoas (flexão, partindo da extensão).
  • Balanço Médio (Oscilação Intermediária)

    Fase mais prejudicada, quando o pé está passando pelo pé de apoio.

    • Tornozelo: Tibial anterior (dorsiflexão).
    • Joelho: Isquiotibiais (flexão).
    • Quadril: Iliopsoas (flexão).
  • Balanço Terminal (Desaceleração)

    Momento em que o pé começa a descer em direção ao chão.

    • Tornozelo: Em dorsiflexão.
    • Joelho: Quadríceps (extensão).
    • Quadril: Iliopsoas (ação excêntrica) e Glúteo Máximo (ação concêntrica).

Parâmetros Normais da Marcha

  • Largura da Base (5 a 10 cm)

    É a distância entre um pé e o outro durante a marcha.

    • Pé aduzido (menor largura): Pode indicar encurtamento dos adutores.
    • Pé abduzido (maior largura): Pode indicar rotação externa do quadril ou problemas neurológicos.
  • Comprimento do Passo (35 a 41 cm)

    É o contato do primeiro calcanhar ao efetuar o contato. Medido com os pés paralelos, marcando um ponto no calcanhar e pedindo ao paciente para executar o movimento.

  • Comprimento da Passada (70 a 81 cm)

    É o comprimento de 2 passos.

  • Desvio Pélvico Lateral (2,5 a 5 cm)

    É o desvio que o quadril faz lateralmente ao realizar o movimento. Mulheres tendem a mover mais porque o trato iliotibial é mais fraco e a pelve é mais larga.

  • Desvio Pélvico Vertical (5 cm)

    Causado pelo encurtamento do tendão do calcâneo (representado pelo gráfico oscilatório, onde a onda mede 5 cm, considerado normal).

  • Rotação Pélvica (8°)

    A cintura pélvica roda contra a cintura escapular.

  • Cadência (Passos por Minuto)

    90 a 120 passos por minuto. Ao correr, o pé fica mais tempo no ar do que no chão.

Marchas Patológicas

  1. Marcha Antálgica

    O paciente manca, manifestando-se na fase de apoio, evitando que a carga do corpo atue no membro lesionado.

  2. Marcha Artrogênica

    Caracterizada por rigidez.

  3. Marcha Equina

    Andar na ponta do pé, causada pelo encurtamento do tríceps sural.

  4. Marcha do Glúteo Máximo

    Desalinhamento para frente na marcha, causado por fraqueza muscular.

  5. Marcha de Trendelenburg

    Causada pela fraqueza ou hipotonia unilateral do glúteo médio.

  6. Marcha do Quadríceps (Marcha Saudatória)

    Conhecida como marcha saudatória (ato de "tirar o chapéu"), causada pela falência do quadríceps.

  7. Marcha Anserina (Marcha do Periquito)

    Causada pela falência ou hipotonia bilateral do glúteo médio.

  8. Marcha em Tesoura

    Diparética (perda parcial da função) e espástica (hipertonia). Causada por paralisia cerebral e hipertonia dos adutores do quadril.

  9. Marcha Ceifante

    Hemiplégica ou hemiparética, causada por Acidente Vascular Encefálico (AVE).

  10. Marcha Parkinsoniana (Passos Pequenos)

    Causada pela falta de dopamina no sangue.

  11. Marcha Escavante

    Causada pela fraqueza ou hipotonia do tibial anterior (arrastar a ponta do pé no chão).

  12. Marcha Atáxica

    Descoordenação do tônus muscular, causada por lesão ou disfunção no cerebelo.

Anatomia e Patologias da Coluna Vertebral

Curvaturas Normais da Coluna

  • Lordose Cervical: Côncava.
  • Cifose Torácica: Convexa.
  • Lordose Lombar: Côncava.
  • Sacro: Formato cifótico (convexo).

Características e Condições da Coluna

  1. Facetas Articulares Torácicas

    Nas vértebras torácicas pode haver até 10 facetas articulares:

    • Faceta Articular Superior
    • Faceta Articular Inferior (todas esquerda e direita)
    • Faceta Articular Costotransversa
    • Faceta Articular Costocorpórea Superior
  2. Espondilolistese

    É o escorregamento da vértebra. Graus de escorregamento:

    • Grau I: 0 a 25%
    • Grau II: 25 a 50%
    • Grau III: 50 a 75%
    • Grau IV: 75 a 100%
  3. Artrodese

    É a fixação cirúrgica de uma articulação.

  4. Cartilagem Terminal

    É a capa amarela que produz e armazena o líquido que hidrata o disco intervertebral.

  5. Anquilose

    É a fusão patológica de dois ossos.

  6. Disco Desidratado

    Aparece como "preto" em exames de imagem.

Músculos Relacionados à Postura Lombar

Músculos que Fixam a Hiperlordose Lombar (Anterversão Pélvica)

  • Quadrado Lombar
  • Paravertebrais Lombares
  • Reto Femoral
  • Iliopsoas

Músculos que Fixam a Retificação Lombar (Retroversão Pélvica)

  • Quadrado Lombar
  • Músculos Abdominais
  • Isquiotibiais

Ângulos e Medidas da Coluna

  • Vértebra Mais Anterior: L3 deve ser a vértebra mais anterior da coluna (na lordose).
  • Ângulo Lombar Normal: 50° a 60° em uma curva harmônica.
  • Ângulo Lombo-Sacral: 140°.
  • Ângulo Sacral: 32°. Se o ângulo for maior que 32°, o sacro está horizontalizado.
  • Ângulo de Cobb: Quantifica em graus uma escoliose.
  • Giba: É a parte mais alta da coluna quando há escoliose.

Nota: Os estímulos voluntários sempre se sobrepõem aos estímulos involuntários.

Testes Ortopédicos da Coluna

Testes para Coluna Lombar

  1. Teste de Lasegue e Elevação da Perna Retificada: Para diagnosticar compressão das raízes nervosas formadoras do nervo ciático.
  2. Teste de Milgram e Manobra de Valsalva: Para diagnosticar doenças ocupadoras de espaço.
  3. Teste de Gaenslen: Para diagnosticar sacroileíte (paciente na borda da maca).
  4. Teste de Gillet: Para diagnosticar disfunção da mobilidade da articulação sacroilíaca.
  5. Teste de Hoover: Para diagnosticar se o paciente está simulando dor nas costas.

Coluna Cervical

50% da rotação da cabeça é feita pelas vértebras C1 e C2.

Todo ponto gatilho tem um fuso neuromuscular ativo.

Testes para Coluna Cervical e Desfiladeiro Torácico

  1. Compressão Cervical e Tração Cervical: Para diagnosticar compressão das raízes nervosas.
  2. Teste de Adson e Teste Costoclavicular: Para diagnosticar a Síndrome do Desfiladeiro Torácico (compressão do feixe vascular nervoso, plexo braquial e artéria subclávia, pelos feixes do músculo escaleno).
  3. Manobra de Valsalva: Para diagnosticar lesão ocupadora de espaço.

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