Guia Completo de Restaurações Dentárias: Técnicas e Materiais

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Clorexidina e Metaloproteinases na Adesão Dental

Quando o ácido é utilizado por 15 segundos, pode ocorrer a liberação de metaloproteinases do dente. Para inativar essas enzimas e preservar a adesão da cavidade, a clorexidina deve ser aplicada após o condicionamento ácido.

A clorexidina desempenha duas funções cruciais na cavidade: limpeza e inativação das metaloproteinases.

Materiais de Forramento e Tipos de Resina

  • Material de Forramento: Para restaurações de resina composta em cavidades profundas, o Cimento de Ionômero de Vidro (CIV) é o material de forramento indicado.

Tipos de Resinas Compostas

Existem resinas microparticuladas, micro-híbridas e híbridas. Quanto maior o tamanho da partícula, maior sua força mecânica. Por outro lado, partículas menores proporcionam um melhor polimento, sendo as resinas de menor tamanho (microparticuladas) indicadas para dentes anteriores.

Dicas Essenciais para o Preparo Cavitário

  • Acesso à Cárie (Classe III): É recomendado entrar com a broca na cárie na diagonal em preparos de Classe III. Entrar perpendicularmente pode resultar em uma abertura excessiva da cavidade.
  • Remoção de Cárie: A broca diamantada é utilizada para acessar a cárie. Ao atingir o tecido cariado, é fundamental trocar para uma broca de aço ou carbide, ou utilizar a colher de dentina, pois a broca diamantada tende a “patinar” na cárie sem removê-la eficazmente.

Técnicas de Restauração para Classe IV

As principais técnicas para restaurações de Classe IV incluem:

  1. Técnica do Dedo
  2. Técnica da Cera de Utilidade
  3. Técnica da Muralha Palatina

Detalhes da Técnica da Muralha Palatina

A Técnica da Muralha Palatina é um método eficaz para reconstruções anteriores. O processo envolve:

  1. Moldar o paciente e vazar o modelo em gesso.
  2. Reconstruir o dente no modelo com cera, realizando o enceramento diagnóstico.
  3. Apresentar o enceramento ao paciente para aprovação.
  4. Moldar o modelo encerado com silicona pesada.
  5. Recortar a silicona, removendo a incisal e a vestibular, deixando apenas a porção palatina dos dentes moldados. Este molde servirá como apoio para a restauração.

Importante: Antes de utilizar a muralha, realize o isolamento absoluto. A muralha é empregada exclusivamente para construir a parede palatina. Após sua confecção, a muralha pode ser removida, e a restauração prossegue com a colocação da tira de poliéster, cunha e demais passos operatórios.

Com a técnica da muralha, é possível realizar restaurações de Classe IV, fechar diastemas e até mesmo corrigir dentes conoides.

Coroas de Acetato: Aplicações e Considerações

As coroas de acetato são pré-formadas e vêm em um estojo, permitindo a escolha do tamanho compatível com o dente a ser restaurado.

  • Vantagem: Permitem restaurar múltiplos dentes simultaneamente, otimizando o tempo clínico.
  • Desvantagem: A utilização de um incremento único de resina pode aumentar significativamente a contração de polimerização. Além disso, não há a possibilidade de usar diferentes cores de resina para estratificação.

É possível moldar o paciente e, com o modelo, escolher e recortar a coroa de acetato para levá-la pronta à boca, ou recortá-la diretamente na boca. Geralmente, ao levar a coroa com resina ao dente, ocorre extravasamento na cervical. Para mitigar isso, é interessante fazer um pequeno furo na lingual da coroa de acetato, direcionando o extravasamento para essa região.

Situações Clínicas para Coroas de Acetato em Reconstruções Anteriores

As coroas de acetato são frequentemente utilizadas em:

  • Odontopediatria: Devido à necessidade de rapidez em crianças impacientes e à menor complexidade na escolha da cor para dentes decíduos (não exigindo duas cores de resina para dentina e esmalte).
  • Fechamento de Diastemas: No último incremento, a resina pode ser aplicada apenas no contorno da coroa de acetato e posicionada no dente.

Etapas Essenciais do Procedimento Restaurador

A escolha da cor da resina deve ser feita em luz natural, com o dente hidratado. Se necessário, deve-se considerar a escolha da cor da dentina para mascarar a dentina afetada.

  1. Anestesia

  2. Remoção de Tecido Cariado

    Utilizar alta rotação com água para evitar necrose pulpar. A broca esférica de aço ou carbide é indicada, sendo a colher de dentina a opção mais conservadora para remoção de cárie.

  3. Bisel no Cavo-Superficial

    O bisel no cavo-superficial apresenta fatores positivos e negativos:

    • Fatores Positivos: Cria um efeito degradê entre o esmalte e a resina, melhora o vedamento, aumenta a retenção e a distância do cavo-superfície até a dentina.
    • Fatores Negativos: Aumenta o desgaste dental, causa fragilidade nas áreas de contato e amplia a extensão da cavidade.

    Para a execução do bisel, utiliza-se sempre a broca diamantada em ponta de lápis. Importante: Não se deve fazer bisel pela lingual, pois é a área de contato oclusal do paciente, e o bisel fragiliza a parede, tornando a fratura provável.

  4. Isolamento Absoluto

  5. Proteção do Complexo Dentino-Pulpar

    Se necessário, o melhor material para forramento em restaurações de resina composta é o CIV. Em cavidades muito profundas, recomenda-se a aplicação de Dycal, seguido de CIV e, por fim, a resina. Para cavidades apenas profundas, o CIV é suficiente.

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