Guia Completo do Terceiro Setor: Conceitos, Leis e Qualificações

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Conceitos Fundamentais e Definições Legais do Terceiro Setor

Termo de Parceria

Definido pelo Artigo 9º da Lei 9.790/99 como o instrumento passível de ser firmado entre o Poder Público e as entidades qualificadas como Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP).

FASFIL – Fundações Privadas e Associações Sem Fins Lucrativos

São entidades privadas, não integrantes, portanto, do aparelho de Estado.

Sem Fins Lucrativos

Organizações que não distribuem eventuais excedentes entre os proprietários ou diretores e que não possuem como razão primeira de existência a geração de lucros. Podem até gerá-los, desde que aplicados nas atividades-fins.

Características Essenciais

  • Institucionalizadas: Legalmente constituídas.
  • Auto-administradas: Capazes de gerenciar suas próprias atividades.

Figuras Jurídicas no Código Civil Brasileiro

O Código Civil Brasileiro reconhece três figuras jurídicas:

  1. Associações: Constituídas pela união de pessoas que se organizam para fins não econômicos (Art. 53).
  2. Fundações: Criadas por instituidor, mediante escritura pública ou testamento, a partir de uma dotação especial de bens livres, especificando o fim a que se destinam e declarando, se quiser, a maneira de administrá-las.
  3. Organizações Religiosas: Consideradas como uma terceira categoria através da Lei nº 10.825, de 22 de dezembro de 2003.

Análise do Instituto Pro Bono sobre Associações e Fundações

  • As associações caracterizam-se pela união de pessoas que se organizam para um determinado fim.
  • Tanto as fundações quanto as associações devem indicar o fim a que se dedicarão.
  • O acompanhamento pelo Ministério Público das atividades está presente tanto nas fundações quanto nas associações.

Subgrupos de FASFIL

Exemplos de subgrupos de Fundações Privadas e Associações Sem Fins Lucrativos:

  • Associações de moradores;
  • Centros e associações comunitárias;
  • Defesa de direitos de grupos e minorias;
  • Desenvolvimento rural;
  • Emprego e treinamento;
  • Associações empresariais e patronais;
  • Associações profissionais;
  • Associações de produtores rurais.

Qualificações, Títulos e Certificados

Principais Títulos e Certificados

  • Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIPs);
  • Título de Entidade de Utilidade Pública;
  • Certificado de Entidade de Fins Filantrópicos (Certificado de Entidade Beneficente de Assistência Social).

Vantagens da Qualificação como OSCIP

  • A penalidade pelo mau uso da verba é mais severa.
  • Possibilidade imediata de reapresentação do pedido, caso a solicitação de certificado seja negada.
  • Seus dirigentes podem ser remunerados.
  • As informações sobre as OSCIPs são públicas.

Título de Utilidade Pública e Imunidade Fiscal

O Título de Utilidade Pública é comumente exigido para o reconhecimento da imunidade de impostos estaduais e municipais, tais como:

  • Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS);
  • Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores (IPVA);
  • Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU);
  • Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS).

Procedimento para Pleitear Qualificações

Após a escolha das possíveis entidades jurídicas (associação ou fundação), os membros podem pleitear junto ao governo uma das três qualificações mencionadas acima.

Para iniciar o processo, o Manual do Terceiro Setor sugere verificar os sites oficiais dos seguintes órgãos:

  • Ministério da Justiça;
  • Conselho Nacional de Assistência Social.

Voluntariado e Vínculo Empregatício

Requisitos para o Trabalho Voluntário (Instituto Pro Bono)

Para que o trabalho seja caracterizado como voluntário, é necessário:

  • Ser uma pessoa física.
  • Não haver remuneração, ou seja, não ter contrapartida de qualquer espécie pelo trabalho realizado.
  • A atividade precisa ser prestada a entidade pública de qualquer natureza ou instituição privada sem fins lucrativos.

Diferença entre Voluntariado e Vínculo de Emprego

O vínculo de emprego é caracterizado pela presença dos seguintes elementos, que devem ser evitados no trabalho voluntário:

Subordinação
O voluntário precisa de relativa autonomia em sua participação nas atividades prestadas, não ficando subordinado a um “chefe”.
Habitualidade
O voluntário precisa participar das atividades de forma eventual, por prazo determinado, com dias, horas determinadas e tarefas específicas.
Onerosidade
Uma eventual ajuda de custo recebida pelo trabalho voluntário prestado deverá ser feita mediante recibo, no qual o voluntário deverá declarar que está ciente de que o valor recebido não configura salário.
Pessoalidade
O trabalho voluntário necessita ser impessoal, ou seja, qualquer outra pessoa interessada em prestar aquele trabalho possa fazê-lo.

Gestão e Missões de Grandes Fundações

Características do Gestor de Pessoas no Terceiro Setor

O gestor deve reunir algumas características dos profissionais da gestão de pessoas:

  • Bom relacionamento interpessoal;
  • Disponibilidade para compartilhar ideias e ouvir as pessoas;
  • Facilidade para trabalhar em equipe;
  • Habilidades de planejar, organizar, delegar e supervisionar os trabalhos;
  • Flexibilidade e liderança;
  • Capacidade de negociação e de decisão.

Missões de Fundações Brasileiras

Fundação Banco do Brasil (BB)

5 Vetores de Atuação: Água, Agroecologia, Agroindústria, Resíduos Sólidos e Educação Inclusiva.

Visão de Desenvolvimento: A noção de desenvolvimento ganha novos matizes locais, permitindo a autogestão e o envolvimento das comunidades, gerando aprendizagem constante e nova cultura tecnológica, construindo processos participativos para a geração de políticas públicas.

Fundação Bradesco

Capacidade de todos para construir conhecimentos, confrontá-los com a realidade e transformá-los sob o efeito das relações interpessoais.

Fundação Roberto Marinho

Criar matrizes que garantam a sustentabilidade dos programas e ajudem a transformar as pessoas em protagonistas de suas próprias vidas.

Fundação SOS Mata Atlântica

Convocar a comunidade para o exercício de uma cidadania ambiental, responsável e comprometida com o futuro do bioma Mata Atlântica, patrimônio da humanidade; reconhecer o nosso vínculo, o respeito e integração com a natureza; informar, educar, mobilizar e capacitar para o exercício da cidadania, catalisando as melhores práticas, os conhecimentos e alianças.

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