Guia de Conceitos Fundamentais em Psicopatologia

Classificado em Psicologia e Sociologia

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Pathos e a Constituição do Sujeito

O sujeito sempre fala a partir de seu pathos, o lugar onde a subjetividade se manifesta. Através da palavra, a paixão é transformada em experiência, o que é fundamental para a existência do próprio sujeito. Esse pathos, que se confunde com a trama discursiva que o constitui, é inicialmente encarnado pelo outro. É o outro que possibilita que a passividade e a alienação se transformem, na situação terapêutica, em percepção e experiência.

O Futuro da Psicopatologia

Com o desenvolvimento das neurociências e o crescimento dos psicofármacos, que reforçam a ideia da origem biológica dos transtornos psíquicos, a psicopatologia se tornará desnecessária?

A Melancolia como Neurose Narcísica

A melancolia se insere no campo das neuroses, podendo ser eleita como o paradigma da neurose narcísica em Freud. O melancólico é definido pela permanente autocensura, resultado de suas antigas censuras ao objeto desinvestido, abandonado ou que o abandonou. Podemos defini-la como o avesso da paixão narcísica: é o ódio puro que viceja na decepção consigo mesmo e com seu ideal. (Nota: Este desenvolvimento sobre a melancolia não diz respeito diretamente à erotomania.)

Delirium, Delírio e Alucinações

Delirium (Paciente "Confuso")

Refere-se aos quadros com rebaixamento leve a moderado do nível de consciência, acompanhado de desorientação temporoespacial, dificuldade de concentração, perplexidade, ansiedade, agitação ou lentidão psicomotora, discurso ilógico e confuso e/ou alucinações, quase sempre visuais.

Delírio

É uma alteração do pensamento e do ajuizar. Pode ser classificado como:

  • Primário: Originado de uma alteração primária do pensamento.
  • Secundário: Originado de alterações em outras áreas da atividade mental (afetividade, consciência, etc.), que indiretamente produzem juízos falsos. É fruto de condições psicologicamente rastreáveis e compreensíveis.

Alucinações

Percepção clara e definida de um objeto (voz, ruído, imagem) sem que o estímulo externo correspondente esteja presente.

Atos Impulsivos vs. Atos Compulsivos

Atos Impulsivos

São uma espécie de "curto-circuito" do ato voluntário. Geralmente egossintônicos, ou seja, o indivíduo não percebe o ato como inadequado e não tenta evitá-lo. Estão associados a impulsos patológicos ou à incapacidade de tolerar a frustração.

Atos Compulsivos (Rituais)

Diferem dos atos impulsivos por serem egodistônicos, isto é, reconhecidos pelo indivíduo como indesejáveis e inadequados. A pessoa tenta resistir ou adiar a sua realização e vivencia um desconforto subjetivo ao realizá-los, pois são contrários aos seus valores e anseios.

Medo, Pânico e Fobias

Medo

Não é uma emoção patológica, mas uma característica universal. Trata-se de um estado de insegurança e angústia perante a impressão iminente de que algo indesejado irá acontecer.

Fobias

São medos psicopatológicos, desproporcionais e incompatíveis com o perigo real oferecido pelos objetos ou situações fobígenas. Incluem:

  • Fobia Simples: Medo intenso de objetos específicos, como pequenos animais.
  • Fobia Social: Medo de contato e interação social.
  • Agorafobia: Medo de espaços amplos e aglomerações.
  • Claustrofobia: Medo de espaços fechados.

Pânico

É uma reação de medo intenso e pavor, relacionada a um perigo imaginário de morte iminente, descontrole ou desintegração. Manifesta-se frequentemente como crises de pânico.

Alterações Psicogênicas da Linguagem

Refere-se a alterações da linguagem falada que não possuem causa em lesão ou disfunção orgânica, sendo determinadas por conflitos e fatores psicogênicos.

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