Guia de Condutas Nutricionais para Doenças Crônicas

Classificado em Medicina e Ciências da Saúde

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Fibromialgia: Cuidado Nutricional

O objetivo da conduta nutricional é a adequação do estado nutricional, visando a redução ou manutenção do peso corporal.

  • Vitamina D: O consumo de alimentos fonte dessa vitamina e exposição solar são importantes. Estudos indicam que a deficiência está relacionada com dor e fibromialgia.
  • Vitamina B12: O consumo de alimentos fonte dessa vitamina. Níveis sanguíneos adequados desencadeiam menos relato de dor e uso de analgésicos.
  • Ômega 3: O consumo de alimentos fonte, sendo possível a suplementação. Apresenta propriedade anti-inflamatória e pode reduzir a dor.

Lúpus Eritematoso Sistêmico: Conduta Nutricional

O objetivo da conduta nutricional é a adequação ou a manutenção do bom estado nutricional do paciente, minimizar as complicações causadas pelo tratamento medicamentoso e auxiliar no controle da inflamação.

  • Intervenção direcionada para o controle da dislipidemia e à diminuição de massa gorda podem interferir na redução das comorbidades relacionadas ao Lúpus, como as Doenças Cardiovasculares (DCV).
  • Redução da ingestão de gordura saturada e trans.
  • Adequar a ingestão de ácidos graxos insaturados, com ênfase no Ômega 3 (reduz a inflamação e apresenta proteção cardiovascular).

Conduta Nutricional na Esclerodermia

  • Se o paciente apresentar disfagia, aplicar conduta nutricional específica.
  • Se o paciente apresentar xerostomia (boca seca), aplicar conduta nutricional específica, incluindo o consumo de alimentos de consistência úmida.
  • Se o paciente apresentar refluxo gastroesofágico, aplicar conduta nutricional específica.
  • Em alguns casos onde há má absorção, é necessária a suplementação de vitaminas e minerais.
  • Suplementos calóricos ou a Terapia Nutricional Enteral (TNE) podem ser utilizados para corrigir ou evitar a perda de peso.
  • Na presença de diarreia crônica, pode ser necessário o uso de TNE e Terapia Nutricional Parenteral (TNP).

Conduta Nutricional na Osteoporose

Fatores Nutricionais Benéficos

Nutrientes essenciais: cálcio, cobre, zinco, flúor, magnésio, fósforo, potássio, vitaminas C, D, K, vitaminas do complexo B, ômega-3, proteínas, componentes bioativos, peptídios derivados da proteína do leite, fitoestrógenos, oligossacarídeos (especialmente inulina).

Fatores Potencialmente Deletérios

Excesso de cafeína, álcool, sódio, fósforo, ômega-6; excesso ou deficiência de proteína e vitamina A.

Conduta Nutricional na Hipertensão Arterial (HA)

  • O aumento do peso tem relação com o aumento da Pressão Arterial (PA).
  • Manter o IMC entre 18,5 a 24,9 kg/m² (até 65 anos).
  • Manter o IMC < 27 kg/m² (após os 65 anos).
  • O aumento da circunferência abdominal também apresenta relação com a HA.

Calorias

Oferta de acordo com a necessidade do paciente. Na presença de sobrepeso e obesidade, optar por prescrição dietética hipocalórica.

Carboidratos, Proteínas e Lipídios

De acordo com a individualidade do paciente.

  • Ácidos Graxos Insaturados: O Ômega 3 está associado à redução modesta da PA (≥ 2g/dia).
  • Fibras Solúveis: Promovem discreta redução da PA (ex: beta-glucano proveniente da aveia e da cevada).

Minerais e Vitaminas

De acordo com a individualidade do paciente.

  • Sódio: Limite de consumo de 2g/dia, visando a diminuição da PA.
  • Potássio: Recomendação de 2 a 4 g/dia, alcançável via alimentação equilibrada e rica em frutas, verduras, legumes, leguminosas e cereais.

Novos hábitos alimentares são cruciais para a manutenção do peso em médio e longo prazo.

Dietoterapia e Cuidado Nutricional no Diabetes Mellitus (DM)

Carboidratos

  • As recomendações de carboidratos são semelhantes às definidas para a população geral.
  • O consumo de carboidrato deve estar na faixa de 45% a 60% do Valor Energético Total (VET).
  • A sacarose e alimentos contendo sacarose não são proibidos para diabéticos, pois não aumentam a glicemia mais do que outros carboidratos, quando a ingestão é em quantidades equivalentes. Contudo, se for adicionada à refeição, deve substituir outras fontes de carboidratos e ser compensada com doses adicionais de insulina.

Fibras

  • É recomendado o consumo de fibras de no mínimo 14 g por 1.000 kcal ao dia, sob a forma de hortaliças, leguminosas, grãos integrais e frutas, que fornecem minerais, vitaminas e outros nutrientes essenciais para uma dieta saudável.

Proteínas

  • A recomendação para ingestão de proteína pela população diabética é de 1 a 1,5 g/kg de peso ou 15% a 20% do total de calorias.
  • Em situações de complicações renais, a ingestão de proteínas deve ser reduzida para 0,8 g/kg de peso corporal por dia.
  • Não se recomenda redução inferior a esse valor, em respeito ao papel estrutural e funcional das proteínas no organismo.

Gorduras

  • A recomendação é a mesma para a população geral.
  • O tipo é mais importante que a quantidade, principalmente se o objetivo é a proteção cardiovascular.
  • A ingestão de gorduras mono e poli-insaturadas, como observado na dieta mediterrânea, tem mostrado benefícios no controle do peso, da glicemia e na proteção do risco cardiometabólico.
  • Gordura saturada não deve ultrapassar 6% do VET.
  • A recomendação de colesterol alimentar é de < 300 mg ao dia, evitando-se ao máximo o consumo de gordura trans.

Sódio

  • A ingestão deve ser limitada a < 2.000 mg/dia.
  • Restrição adicional pode ser indicada àqueles com hipertensão arterial.
  • O consumo médio de sódio do brasileiro é de 11,4 g/dia.

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