Guia de Doenças: Asma, Reumato, Parasitas e Hemato

Classificado em Medicina e Ciências da Saúde

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Asma

Classificação Quanto à Intensidade da Crise

CritérioLeveModeradaGrave
DispneiaAusente ou leve, consegue falar frases completas.Fala entrecortada, frases incompletas.Fala apenas palavras ou frases curtas.
ConsciênciaNormal.Normal ou agitada.Pode estar reduzida.
CorNormal.Pálida.Pode haver cianose.
Uso de Musculatura AcessóriaAusente ou leve retração intercostal.Moderadada retração intercostal, supraesternal e do esternocleidomastoideo (ECOM).Retrações intercostais intensas, batimento de asa de nariz (BAN), retração supraclavicular e do ECOM.
AuscultaSibilos expiratórios.Sibilos inspiratórios e expiratórios.Sibilos inspiratórios e expiratórios, ou tórax silencioso.

Classificação Quanto à Persistência

CritérioIntermitentePersistente LevePersistente ModeradaPersistente Grave
VEF₁ ou PFE>80%>80%60-80%<60%
Frequência dos Sintomas< 2 vezes por semana≥ 2 vezes por semana, mas não diários.Diários, mas não contínuos.Contínuos.
Sintomas Noturnos< 2 vezes por mês> 2 vezes por mês> 1 vez por semanaFrequentes.

Tratamento da Crise

Nebulizar com broncodilatador (salbutamol, fenoterol ou terbutalina). Aguardar resposta. Se não melhorar, repetir a nebulização. Se melhorar, liberar para casa com broncodilatador 3-4 vezes ao dia por 7 dias e prednisona via oral.

Reumatologia

Artrite Idiopática Juvenil (AIJ)

Doença de etiologia desconhecida, cujo diagnóstico é clínico, com evolução superior a 6 semanas, que acomete pacientes com menos de 16 anos.

Classificação

  • Sistêmica: Febre alta, exantema, artrite, hepatoesplenomegalia, adenomegalia, pericardite, miocardite, pleurite, uveíte.
  • Poliarticular: Acomete 4 ou mais articulações, de forma simétrica. Cursa com febre baixa, hepatoesplenomegalia, adenomegalia. Fator Reumatoide positivo (FR+) indica pior prognóstico.
  • Pauciarticular: Acomete até 4 articulações, mais comum no joelho e tornozelo. Raramente apresenta manifestações extra-articulares, exceto uveíte.

Diagnóstico

História Clínica, Provas de Atividade Inflamatória (VHS, Proteína C Reativa, mucoproteína, alfa-2-globulinas), Fator Reumatoide (FR), Anticorpo Antinuclear (AAN) - positivo na forma pauciarticular, é sinal de aumento do risco de desenvolver iridociclite crônica.

Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES)

Doença inflamatória multissistêmica crônica, associada à produção de anticorpos dirigidos contra vários componentes celulares.

Quadro Clínico: Variado, com evolução podendo ser rápida e fatal (comprometimento renal) ou insidiosa. Cursa com febre, mal-estar, emagrecimento e fadiga.

Manifestações

  • Mucocutâneas: Eritema em "asa de borboleta".
  • Musculoesqueléticas: Artrite transitória, migratória, não erosiva e não deformante. É comum a necrose da cabeça do fêmur.
  • Cardíacas: Pericardite, miocardite e endocardite verrucosa (abacteriana).
  • Pulmonares: Pleurite, derrame pleural, pneumonia intersticial e hemorragia pulmonar (risco de morte).
  • Psiquiátricas: Psicose, distúrbios de comportamento, cefaleia, depressão, convulsão, coreia, neurite óptica, neuropatia periférica.
  • Renais: O acometimento é glomerular. A nefrite lúpica pode levar à insuficiência renal.
  • Hematológicas: Anemia, leucopenia, plaquetopenia, distúrbios de coagulação.
  • Outras: Dor abdominal, hepatoesplenomegalia, adenomegalia.

Tratamento

Anti-inflamatórios não hormonais (AINH); corticoides (prednisona, metilprednisolona); hidroxicloroquina; citotóxicos (azatioprina, metotrexato, ciclofosfamida); gamaglobulina intravenosa (em pacientes graves).

Dermatomiosite Juvenil (DMJ)

Eritema característico em áreas expostas ao sol.

  • Heliótropo: Eritema violáceo periorbitário.
  • Sinal de Gottron: Coloração violácea da pele sobre as articulações interfalangianas, que podem ser hipertróficas e avermelhadas.
  • Sinal de Gower: Paciente não consegue se levantar do chão sem ajuda, precisando "escalar" o próprio corpo.

Laboratório: Ausência de sinais inflamatórios; aumento das enzimas musculares.

Púrpura de Henoch-Schönlein

Acomete escolares, em geral com até 10 anos. Apresenta púrpura com plaquetas normais, manifestando-se mais em membros inferiores com petéquias e equimoses. A púrpura deve ser palpável.

Doença de Kawasaki

Quadro Clínico: Crianças menores de 5 anos; febre por mais de 5 dias; mucosite; exantema; linfadenopatia cervical; eritema e edema de extremidades; conjuntivite; arterite (risco de aneurisma das artérias coronárias).

Laboratório: Trombocitose, leucocitose, alterações no ECG.

Tratamento: AAS e Imunoglobulina Intravenosa.

Enteroparasitoses

Amebíase

  • Agente: Entamoeba histolytica.
  • Localização: Intestino grosso.
  • Quadro Clínico: Colite (dor abdominal arrastada e diarreia por aproximadamente 10 dias), ameboma, apendicite, abscesso hepático, cerebral e pulmonar, peritonite.
  • Diagnóstico: Exame Parasitológico de Fezes (EPF) e sorologia.
  • Tratamento: Metronidazol, secnidazol e tinidazol.

Giardíase

  • Agente: Giardia lamblia.
  • Localização: Duodeno, porção alta do jejuno.
  • Quadro Clínico: Epigastralgia, má absorção, esteatorreia, diarreia persistente, desnutrição.
  • Diagnóstico: EPF (3 amostras), aspirado duodenal.
  • Tratamento: Metronidazol e secnidazol.

Ascaridíase

  • Agente: Ascaris lumbricoides.
  • Localização: Jejuno.
  • Quadro Clínico: Fase larvária (hepática e pulmonar); fase adulta (sintomas gastrointestinais inespecíficos, volvo, oclusão, colecistite, abscesso hepático, pancreatite, apendicite, peritonite).
  • Diagnóstico: EPF, Raio-X (imagem em "miolo de pão"), Ultrassonografia.
  • Tratamento: Levamisol, mebendazol, albendazol.

Oxiuríase

  • Agente: Enterobius vermiculares.
  • Localização: Ceco e cólon ascendente.
  • Quadro Clínico: Prurido anal e vulvovaginite.
  • Diagnóstico: Swab anal e método da fita gomada.
  • Tratamento: Mebendazol, pamoato de pirvínio e albendazol.

Ancilostomíase

  • Agentes: Ancylostoma duodenale e Necator americanus.
  • Localização: Duodeno e jejuno.
  • Quadro Clínico: Anemia, manifestações cutâneas (eritema, pápula e prurido), pulmonares (tosse) e intestinais (hemorragia).
  • Diagnóstico: EPF, anemia e eosinofilia.
  • Tratamento: Mebendazol e albendazol.

Estrongiloidíase

  • Agente: Strongyloides stercoralis.
  • Localização: Duodeno, jejuno, colédoco, vesícula, pulmão, pericárdio, encéfalo.
  • Quadro Clínico: Epigastralgia com eosinofilia, urticária, crises asmatiformes.
  • Diagnóstico: Fezes (método de Baermann-Moraes/Rugai), sangue (eosinofilia).
  • Cuidados: Atenção em pacientes em uso de drogas imunossupressoras.
  • Tratamento: Tiabendazol e ivermectina.

Tricuríase

  • Agente: Trichuris trichiura.
  • Localização: Ceco.
  • Quadro Clínico: Fezes sanguinolentas, prolapso retal, diarreia crônica, cólica e anemia.
  • Diagnóstico: Métodos de Kato-Katz, MIFC e Faust.
  • Tratamento: Mebendazol e albendazol.

Teníase

  • Agentes: Taenia solium e Taenia saginata.
  • Localização: Porção alta do jejuno.
  • Quadro Clínico: Cólica, diarreia, anorexia, eliminação de proglotes, manifestações neurológicas. *Cisticercose (associada à T. solium).
  • Diagnóstico: Observação direta dos anéis (proglotes).
  • Tratamento: Praziquantel.

Distúrbios Hemorrágicos

Testes de Coagulação

  • Tempo de Protrombina (TP): 12-15s; Atividade de Protrombina (TAP) >70%; INR 1-1,3. Mede a via extrínseca. Aumentado em: deficiência dos fatores I, II, V, VII, X, carência de vitamina K, uso de cumarínicos.
  • Tempo de Tromboplastina Parcial Ativada (TTPa): 30-50s. Mede a via intrínseca. Aumentado em: hemofilia, CID, carência de vitamina K.
  • Tempo de Sangramento (TS): 1-3min. Avalia a função plaquetária. Aumentado em: trombocitopenia, Doença de von Willebrand, Púrpura de Henoch-Schönlein, uso de inibidores da função plaquetária.
  • Contagem de Plaquetas: 150.000-450.000/mm³.
  • Outros testes: Retração do coágulo (1-3h), Prova do laço, Tempo de coagulação (5-10min), Tempo de trombina (10s), Dosagem de fibrinogênio (200-400 mg/dL), Pesquisa de anticorpos antiplaquetários, Teste de agregação plaquetária.

Púrpura de Henoch-Schönlein

Vasculite de pequenos vasos.

  • Fatores Associados: Bactérias (Estreptococo beta-hemolítico do grupo A), fármacos, alimentos, picada de inseto.
  • Quadro Clínico: História de infecção de via aérea superior; exantema maculopapular que evolui para erupção purpúrica simétrica, começando nos membros inferiores e nádegas; poliartralgia/poliartrite (tornozelo e joelho); edema de mãos, pés, região periorbitária e couro cabeludo; cólica abdominal, hemorragia, edema intestinal; hematúria, proteinúria; hipertensão; orquite.
  • Laboratório: Contagem de plaquetas (normal ou aumentada), TS (normal ou aumentado), TP e TTPa (normais), retração do coágulo (normal), EAS (hematúria, proteinúria), fezes (sangue oculto), ASO (aumentado, se infecção por EBHA), IgA sérica, biópsia de pele.
  • Tratamento: Artrite (AINE, às vezes esteroides), sintomas gastrointestinais (esteroides + omeprazol), nefrite (esteroides, Ig IV), orquite (esteroides), antibiótico se infecção por EBHA.
  • Complicações: Invaginação intestinal, insuficiência renal.

Púrpura Trombocitopênica Idiopática (PTI)

Distúrbio hematológico mais comum na infância. Caracteriza-se pela destruição imunológica das plaquetas.

  • Fatores Associados: Contato recente com infecção viral (rubéola, varicela, sarampo, EBV, CMV), imunização com vírus vivo atenuado, medicamentos (heparina, quinidina, sulfonamidas).
  • Quadro Clínico: Início agudo, equimoses múltiplas, epistaxe, petéquias (lábios, mucosa oral), hepatoesplenomegalia, adenomegalia.
  • Laboratório: Contagem de plaquetas <100.000/mm³, plaquetas de tamanho aumentado, anticorpos antiplaquetários no plasma, TS aumentado, TP e TTPa normais, aspirado de medula óssea com aumento do número e tamanho dos megacariócitos.
  • Tratamento: Medidas gerais (repouso). Corticoide (prednisona) se hematúria, hemorragia gastrointestinal, epistaxe grave ou plaquetas <20.000/mm³. Imunoglobulina IV e transfusão de plaquetas em casos graves. Esplenectomia se PTI crônica (+ de 1 ano). Outros: ciclofosfamida, azatioprina, vincristina.
  • Complicações: Hemorragia de órgão vital (como AVC). O fator de risco mais importante é a contagem de plaquetas <10.000/mm³.

Hemofilia

Doença hemorrágica de herança recessiva ligada ao cromossomo X.

  • Hemofilia A: Deficiência do fator VIII.
  • Hemofilia B: Deficiência do fator IX.
  • Hemofilia C: Deficiência do fator XI (não é ligada ao cromossomo X).
  • Quadro Clínico: Doença quase exclusiva do sexo masculino. A gravidade se relaciona ao nível de atividade do fator (Leve: 5-50%; Moderada: 1-4%; Grave: <1%). Manifesta-se com hemartrose, hematomas, hemorragia digestiva, hematúria, hematoma muscular, hemorragia pós-cirúrgica, hemorragia intracraniana.
  • Laboratório: TS (normal), TP (normal), TTPa (aumentado), diminuição da atividade dos respectivos fatores de coagulação.
  • Complicações: Hemorragia intracraniana, destruição das articulações, infecção por HIV, hepatite B e C, parvovírus B19.
  • Tratamento: Não fazer injeção intramuscular! A: Desmopressina, concentrado de fator VIII, plasma fresco. B: Concentrado de fator IX, plasma fresco. C: Desmopressina, concentrado de fator XI, plasma fresco. Ácido épsilon-aminocaproico pode ser usado em todos os tipos.

Doença de von Willebrand

Doença autossômica dominante que decorre da falta do fator de von Willebrand.

  • Quadro Clínico: Equimose, epistaxe, sangramento excessivo em cortes e traumas, sangramento menstrual exagerado.
  • Laboratório: TTPa aumentado, TP normal, TS aumentado, contagem de plaquetas normal, fator VIII diminuído, antígeno do FvW diminuído, atividade do FvW diminuída.
  • Tratamento: Desmopressina, concentrado de FvW, antifibrinolíticos (ácido épsilon-aminocaproico), plasma fresco, crioprecipitado.

Coagulação Intravascular Disseminada (CID)

Caracteriza-se pela ativação sistêmica da coagulação.

  • Agentes Desencadeantes: Infecções, queimaduras, politrauma, choque hemorrágico, doença da membrana hialina, neoplasias, picada de cobra.
  • Quadro Clínico: Presença de fatores desencadeantes, tendência a sangramento difuso, colapso circulatório, evidência de lesões trombóticas.
  • Tratamento: Tratamento da causa base, plasma fresco, concentrado de plaquetas, crioprecipitado, heparina, concentrado de antitrombina, concentrado de proteína C.

Sangramento por Deficiência de Vitamina K

Acomete principalmente recém-nascidos. Decorre da falta dos fatores K dependentes (II, VII, IX, X).

  • Padrões: Precoce (até 24h de vida, por uso materno de fármacos como varfarina, fenitoína), Clássica (2-7 dias de vida, em lactentes que não receberam vitamina K ao nascer e estão em aleitamento materno exclusivo), Tardia (8 dias a 3 meses, secundária a diarreia crônica, má absorção, etc.).
  • Laboratório: TP aumentado, TTPa aumentado, contagem de plaquetas normal.
  • Tratamento: Vitamina K endovenosa, plasma fresco, concentrado de complexo protrombínico.
  • Profilaxia: Vitamina K intramuscular ao nascer.

Doenças Exantemáticas

Sarampo

  • Agente: Morbilivirus. Altamente contagioso.
  • Quadro Clínico: Febre alta, coriza, conjuntivite, tosse, queda do estado geral, manchas de Koplik (pontos branco-acinzentados na mucosa oral), exantema macular com progressão cefalocaudal.
  • Complicações: Otite média, pneumonia, laringite, úlcera de córnea, diarreia, encefalomielite, panencefalite esclerosante subaguda.
  • Tratamento: Vitamina A.
  • Profilaxia: Vacina (tríplice ou tetra viral).

Rubéola

  • Agente: Rubivirus.
  • Quadro Clínico: Febre baixa, exantema maculopapular com progressão cefalocaudal, adenomegalia retroauricular e occipital.
  • Complicações: Artrite, púrpura trombocitopênica, encefalite, malformações fetais (catarata, microcefalia, surdez, cardiopatia congênita).
  • Profilaxia: Vacina.

Escarlatina

  • Agente: Estreptococo beta-hemolítico do grupo A (EBHA).
  • Quadro Clínico: Odinofagia, febre alta, adenomegalia cervical, faringoamigdalite, exantema, língua em framboesa, sinal de Filatov (palidez perioral), sinal de Pastia (linhas avermelhadas nas dobras), descamação laminar.
  • Tratamento: Penicilina, cefalosporinas ou macrolídeos.

Varicela (Catapora)

  • Agente: Vírus Varicela-Zóster (Herpesvírus humano tipo 3).
  • Quadro Clínico: Febre baixa, mal-estar, exantema papulovesicular com distribuição centrípeta que forma crostas, muito pruriginoso, polimorfismo das lesões.
  • Complicações: Infecções bacterianas secundárias, pneumonia, meningoencefalite, ataxia cerebelar aguda, síndrome de Reye (associada ao uso de AAS).
  • Tratamento: Sintomáticos. Antivirais em casos selecionados. Salicilatos são contraindicados.
  • Profilaxia: Vacina, imunoglobulina específica (VZIG).

Eritema Infeccioso (Quinta Doença)

  • Agente: Parvovírus humano B19.
  • Quadro Clínico: Pródromos discretos ou ausentes. Exantema que começa na face ("face esbofeteada") e progride para o tórax e membros com aspecto rendilhado. Pode causar aborto e hidropsia fetal.
  • Tratamento: Sintomático.

Exantema Súbito (Roséola Infantum)

  • Agente: Herpesvírus humano 6 (HHV-6) e 7 (HHV-7).
  • Quadro Clínico: Período prodrômico de 2-7 dias de febre alta, que cessa subitamente com o aparecimento do exantema em face, pescoço e tronco.
  • Tratamento: Sintomático. Ganciclovir em imunodeficientes.

Icterícia Neonatal

Icterícia Patológica

Critérios:

  • Instala-se nas primeiras 24 horas de vida.
  • Aumento de bilirrubina que necessita de fototerapia.
  • Aumento de bilirrubina >0,5 mg/dL/hora.
  • Níveis >17 mg/dL no recém-nascido a termo.
  • Duração >7 dias no RN a termo ou >14 dias no pré-termo.
  • Sinais de doença associados (vômito, letargia, apneia, etc.).

Conduta: Dosar bilirrubinas, tipagem sanguínea (mãe e RN), fator Rh, hematócrito, Coombs direto. Iniciar fototerapia ou exsanguineotransfusão conforme indicação.

Hiperbilirrubinemia Indireta

Causas comuns: Anemia hemolítica, incompatibilidade ABO/Rh, icterícia fisiológica, icterícia do leite materno, Síndrome de Crigler-Najjar, Síndrome de Gilbert, sepse.

Tratamento: Fototerapia, exsanguineotransfusão, indução enzimática, interrupção do ciclo entero-hepático.

Doença Hemolítica Perinatal

Fisiopatologia: Mãe Rh- (ou O) e feto Rh+ (ou A ou B). A mãe é sensibilizada por antígenos fetais e produz anticorpos (IgG) que atravessam a placenta e causam hemólise no feto.

Quadro Clínico: Feto hidrópico, anemia, insuficiência cardíaca, hipoalbuminemia, ascite, anasarca, derrame pleural e pericárdico.

Diagnóstico: Teste de Coombs direto (no RN) e indireto (na mãe).

Prevenção: Imunoglobulina anti-Rh (RhoGAM) para a mãe até 72h após o parto e a partir de 28 semanas de gestação.

Kernicterus

Encefalopatia bilirrubínica que ocorre quando a bilirrubina indireta se deposita nas células cerebrais.

  • Sintomas Precoces: Letargia, hipotonia, sucção débil.
  • Sintomas Tardios: Opistótono, hipertonicidade, fontanela abaulada, convulsão, febre.

Hiperbilirrubinemia Direta (Colestase)

Sempre patológica e mais grave. Causas: Atresia biliar extra-hepática, hepatites virais, doenças metabólicas (deficiência de alfa-1-antitripsina, Doença de Wilson), colestase intra-hepática familiar, Síndrome de Alagille, cisto de colédoco, etc.

Tratamento: Depende da causa base. Pode incluir corticoides, antivirais, dieta específica, quelantes de cobre (Doença de Wilson) ou transplante hepático.

Atresia de Vias Biliares

Causa mais frequente de colestase neonatal e principal indicação de transplante hepático na criança. O tratamento é a cirurgia de Kasai (portoenteroanastomose).

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