Guia para Escrita de Argumentos: Fundamentos e Elementos Essenciais

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Guia para Escrita de Argumentos: Fundamentos e Elementos Essenciais

Guião / Argumento:

Um texto escrito especificamente para ser filmado, servindo como base para a produção de espetáculos audiovisuais (teatro, cinema, televisão, animação).

Guião é utilizado para televisão, enquanto Argumento é o termo para linguagem cinematográfica.

Argumento:

Syd Field define argumento como uma história narrada por meio de imagens, diálogos e descrições.

Surgiu no século 19/20 como uma necessidade dos realizadores de prever os custos de produção, contornando gastos excessivos.

É uma história contada em imagens, mas por meio de palavras.

É o que chamamos de argumento cinematográfico, que dará origem a imagens e sons.

Um discurso verbal escrito para permitir a pré-visualização do filme por realizador, atores, técnicos e possíveis financiadores.

Serve para esclarecer o diretor sobre o tipo de cenas, quantidade, criação e locais de gravação;

Auxilia na escolha de atores com base nas características das personagens.

Não deve ter uma escrita elaborada para apresentação ao público (Argumento não é literatura), mas sim ser claro, como se estivesse vendo as imagens que serão gravadas.

O argumento é um documento escrito que visa estabelecer uma conexão próxima entre o espectador e o filme.

Sem estrutura, não há drama. Sem drama, não há conflito. Sem conflito, não há argumento. Sem argumento, não há filme.

Possui 3 aspectos fundamentais:

LOGOS: a ferramenta de trabalho que dará forma ao guião é a palavra. LOGOS é essa palavra, o discurso, a organização escrita de um guião.

PATHOS: Significa paixão, excesso, catástrofe, sofrimento. Visa despertar emoções no espectador. Estratégias bem definidas são usadas para suscitar emoções e adesão.

ETHOS: Razão pela qual se escreve, é o que se quer dizer. Tudo é escrito para produzir influência. O argumentista deve pensar em imagens e é essencial ver e sentir a cena.

ARGUMENTISTA:

Constitui a base do filme.

Há um reconhecimento do realizador em detrimento do argumentista.

O realizador é visto como o criador do filme.

Deve admitir:

Que seu trabalho é inacabado e só termina quando filmado.

É o autor do filme em papel, ciente de que seu lugar é após o realizador.

A escrita deve ser fluida, agradável e, acima de tudo, evocativa da imagem futura.

Argumentista VS Realizador

O realizador é o maestro da orquestra. Deve sempre ter em mente a imagem precisa que deseja reproduzir no filme.

O argumentista é o autor que formaliza rigorosamente o filme.

Reconhecer um argumento é necessário:

Divisão de cenas bem indicadas.

Narração de toda a ação do filme na ordem cinematográfica.

Breve descrição das personagens e cenários quando aparecem pela primeira vez.

Falas completas e destacadas do restante do texto.

Rubricas/indicações para os atores durante as falas.

“Quadro de Ideias” de Lewis Herman

Ideia selecionada (proveniente de memórias e experiências pessoais).

Ideia verbalizada (surge do que alguém conta).

Ideia lida (em jornal, revista, etc.).

Ideia transformada (nasce de uma ficção, filme, etc.).

Ideia proposta (encomendada).

Ideia procurada (surge de estudos).

LINE-UP

A ideia deve ser traduzida na expressão “E SE...”. Ao encontrar uma boa ideia, é aconselhável escrevê-la em um line-up para não se desviar da ideia central durante a escrita do guião.

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