Guia Essencial de Boas Práticas em Centro Cirúrgico

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Degermação das Mãos e Antebraços

Este procedimento se justifica porque a pele, normalmente, é habitada por duas populações bacterianas:

  • Flora Residente: É constituída por microrganismos capazes de sobreviver e se multiplicar na superfície cutânea e folículos pilosos, sendo, portanto, de difícil remoção.
  • Flora Transitória: Também conhecida como flora de contaminação, é composta por microrganismos diversos e de virulência variada. Estes microrganismos nem sempre estão presentes na superfície da pele da maioria das pessoas e são removidos mais facilmente.

A degermação das mãos e antebraços da equipe cirúrgica deve promover a eliminação da flora transitória e a redução da flora residente e, ainda, o retardamento da recolonização da flora residente pelo efeito residual.

Técnica de Escovação Cirúrgica das Mãos

Indicada para o preparo das mãos e antebraços antes de qualquer procedimento cirúrgico.

Soluções Antissépticas com Detergentes Recomendados:

  • Solução detergente de PVP-I a 10% (1% de iodo ativo);
  • Solução detergente de clorexidina a 2% ou 4% (alternativa para pessoas alérgicas ao PVP-I).

Materiais e Equipamentos Necessários:

  • Pias com pedal ou torneira acionada por pé ou cotovelo;
  • Água;
  • Escova esterilizada (contendo a solução antisséptica);
  • Solução antisséptica em dispensadores (caso a escova não contenha a solução antisséptica);
  • Toalha ou compressa esterilizada.

Vestuário Cirúrgico: Uso e Restrições

É o vestuário específico de acordo com os procedimentos realizados no Centro Cirúrgico. Tradicionalmente, inclui o uniforme privativo (calça e blusa), propé ou sapato privativo, gorro, máscara, avental cirúrgico e luva cirúrgica. Ressalta-se que a utilização do uniforme privativo deve ser restrita ao ambiente do Centro Cirúrgico, com o objetivo de proteção dos profissionais envolvidos no cuidado ao paciente em tal unidade crítica. As roupas da rua nunca devem ser usadas em áreas semi-restritas ou restritas do Centro Cirúrgico. Deve haver um ponto de demarcação entre as áreas de circulação sem restrição e semi-restritas que ninguém pode transpor, a menos que esteja adequadamente paramentado, sendo que este deve incluir gorro ou capuz, propé e máscara facial.

Classificação das Áreas do Centro Cirúrgico

  • Área Não Restrita:

    • Vestiários;
    • Área de transferência;
    • Expurgo.
  • Área Semi-Restrita:

    • Secretaria;
    • Conforto médico;
    • Sala de recepção do paciente;
    • Sala de recuperação anestésica;
    • Sala de acondicionamento de material;
    • Sala de esterilização;
    • Centro de Material;
    • Sala de serviços auxiliares e de equipamentos.
  • Área Restrita:

    • Corredor de acesso;
    • Lavabo;
    • Sala de operação.

Centro de Material e Esterilização (CME)

O Centro de Material destaca-se no contexto da organização hospitalar, de uma forma bastante peculiar, por caracterizar-se como uma unidade de apoio a todos os serviços assistenciais e de diagnóstico que necessitem de artigos médico-hospitalares para a prestação de assistência aos seus clientes. Esta unidade é definida pelo Ministério da Saúde como o "conjunto de elementos destinado à recepção e expurgo, preparo e esterilização, guarda e distribuição do material para as unidades de estabelecimento de saúde".

A CME é uma unidade de apoio técnico a todas as unidades assistenciais, responsável pelo processamento, limpeza, esterilização, estocagem e distribuição dos artigos a todas as unidades consumidoras. A CME também tem por finalidade o fornecimento de artigos médico-hospitalares adequadamente processados, proporcionando atendimento direto e a assistência à saúde dos indivíduos enfermos e sadios.

Tipos de CME: Descentralizada

Utilizada até o final da década de 1940, neste tipo de central, cada unidade ou conjunto delas é responsável por preparar e esterilizar os materiais que utiliza.

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