Guia de Interações Medicamentosas e Uso em Condições Especiais

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Sinergismo Medicamentoso

Ocorre quando o efeito obtido de dois ou mais medicamentos combinados é igual ou superior à soma dos efeitos produzidos por cada um deles separadamente.

Interações entre Álcool e Medicamentos

Potencialização e Depressão do SNC

Quando um medicamento para dormir é ingerido com álcool, ambos acalmam o sistema nervoso central. Por exemplo, a combinação de álcool com benzodiazepínicos pode levar à potencialização dos efeitos sedativos, resultando em depressão respiratória, onde a inspiração ocorre, mas a expiração é comprometida.

Efeitos Metabólicos do Álcool

  • Elevação de lactato e acidose metabólica.
  • Aumento do nível de NADH.
  • Acúmulo de triglicerídeos neutros.

Impacto do Álcool na Absorção e Metabolismo de Fármacos

O álcool pode estimular a secreção ácida, desnaturar fármacos, retardar o esvaziamento gástrico e facilitar a dissolução de substâncias lipossolúveis. Além disso, pode interferir no tratamento da gota, diminuindo a excreção do ácido úrico devido ao aumento de lactato. Interações medicamentosas perigosas podem ocorrer durante o tratamento com dissulfiram, pois este interfere com o sistema oxidase de função mista e inibe a biotransformação de antidiabéticos, anticonvulsivantes, benzodiazepínicos, antimicrobianos e outros.

Tipos de Interações Medicamentosas

Interações Físico-Químicas

Alguns antineoplásicos devem ser protegidos da luz por serem fotossensíveis e devem ser administrados em equipo opaco.

Interações Farmacodinâmicas

Ocorrem em nível de receptores e estruturas intimamente associadas a eles. A interação acontece quando duas ou mais drogas atuam sobre o mesmo sistema de receptores.

Interações Farmacocinéticas

Um dos fármacos altera a cinética de outro administrado concomitantemente. O efeito de um fármaco aparece quando sua concentração no sangue atinge um certo nível plasmático efetivo. A elevação desse nível pode causar sérios problemas.

Absorção

  • Interação físico-química no trato gastrointestinal.
  • Motilidade gastrointestinal.
  • Alteração na função da mucosa.
  • Flora bacteriana.

Distribuição

  • Fluxo sanguíneo.
  • Ligação tecidual.
  • Ligação às proteínas plasmáticas.
  • Transporte ativo para o local de ação.

Biotransformação

  • Indução enzimática.
  • Inibição enzimática.

Excreção

  • Filtração glomerular.
  • Reabsorção tubular.
  • Secreção tubular.
  • Excreção biliar.

Uso de Fármacos em Condições Específicas

Fármacos na Gravidez

Os fármacos tomados pela mãe podem atravessar a placenta e expor o embrião e o feto aos seus efeitos farmacológicos e adversos. É importante tratar a mãe para proteger o feto. Fármacos podem prejudicar o feto em qualquer momento da gravidez, e nenhum fármaco é considerado totalmente seguro no início da gestação. É preferível utilizar medicamentos já conhecidos em vez de novos. Se administrados à mãe próximo ao fim da gravidez ou durante o parto, podem ter efeitos adversos não só na evolução do trabalho de parto, mas também no recém-nascido e após o nascimento.

Fármacos na Lactação

O efeito de um medicamento tomado pela mãe durante a lactação pode ocorrer na criança, passando para o leite materno. A prescrição de remédios à mãe durante este período deve ser feita com ponderação. Alguns, como a amiodarona, podem ser prejudiciais ou inibir a lactação. É recomendável que a mãe tome apenas os remédios estritamente necessários e espere de 3 a 4 horas antes de amamentar novamente.

Medicamentos Específicos e Recomendações

  • Ácido Acetilsalicílico (AAS): Evitar; risco possível de síndrome de Reye. Doses altas podem impedir a função plaquetária e produzir hipoprotrombinemia no lactente.
  • Ácido Clavulânico: Presente no leite em quantidade pequenas para ser perigoso; possível diarreia.
  • Amiodarona: Evitar, devido à presença no leite; possível hipotireoidismo.
  • Amitriptilina: Antidepressivo; vigiar o lactente pela possível sonolência.
  • Ansiolíticos: O uso pela mãe por períodos longos é causa de preocupação porque aparecem no leite e podem ter repercussões sobre as funções do Sistema Nervoso Central (SNC).

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