Guia de Movimentos Literários e a Obra de José de Alencar

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Simbolismo

O Simbolismo é uma tendência literária da poesia e das outras artes que surgiu na França, no final do século XIX, como oposição ao Realismo, ao Naturalismo e ao Positivismo da época. A partir de 1881, na França, poetas, pintores, dramaturgos e escritores em geral, influenciados pelo misticismo advindo do grande intercâmbio com as artes, o pensamento e as religiões orientais, procuraram refletir em suas produções a atmosfera presente nas viagens a que se dedicavam.

Marcadamente individualista e místico, foi, com desdém, apelidado de "decadentismo" – clara alusão à decadência dos valores estéticos então vigentes e a uma certa afetação que neles deixava a sua marca. Em 1886, um manifesto trouxe a denominação que viria marcar definitivamente os adeptos desta corrente: Simbolismo.

Características do Simbolismo

  • Ênfase em temas místicos, imaginários e subjetivos;
  • Caráter individualista;
  • Desconsideração das questões sociais abordadas pelo Realismo e Naturalismo;
  • Estética marcada pela musicalidade (a poesia aproxima-se da música);
  • Produção de obras de arte baseadas na intuição, descartando a lógica e a razão;
  • Utilização de recursos literários como, por exemplo, a aliteração (repetição de um fonema consonantal) e a assonância (repetição de fonemas vocálicos).

Parnasianismo

O Parnasianismo foi um movimento literário que surgiu na França, na metade do século XIX e se desenvolveu na literatura europeia, chegando ao Brasil. Essa escola literária foi uma oposição ao Romantismo, pois representou a valorização da ciência e do Positivismo.

O nome Parnasianismo surgiu na França e deriva do termo "Parnaso", que na mitologia grega era o monte do deus Apolo e das musas da poesia. Na França, os poetas parnasianos que mais se destacaram foram: Théophile Gautier, Leconte de Lisle, Théodore de Banville e José Maria de Heredia.

Características do Parnasianismo

  • Objetividade no tratamento dos temas abordados. O escritor parnasiano trata os temas baseando-se na realidade, deixando de lado o subjetivismo e a emoção;
  • Impessoalidade: a visão do escritor não interfere na abordagem dos fatos;
  • Valorização da estética e busca da perfeição. A poesia é valorizada por sua beleza em si e, portanto, deve ser perfeita do ponto de vista estético;
  • O poeta evita a utilização de palavras da mesma classe gramatical em suas poesias, buscando tornar as rimas esteticamente ricas;
  • Uso de linguagem rebuscada e vocabulário culto;
  • Temas da mitologia grega e da cultura clássica são muito frequentes nas poesias parnasianas;
  • Preferência pelos sonetos;
  • Valorização da metrificação: o mesmo número de sílabas poéticas é usado em cada verso;
  • Uso e valorização da descrição das cenas e objetos.

Parnasianismo no Brasil

No Brasil, o Parnasianismo chegou na segunda metade do século XIX e teve força até o movimento modernista (Semana de Arte Moderna de 1922).

Movimentos de Vanguarda Europeus

Os movimentos de vanguarda emergiram na Europa nas duas primeiras décadas do século XX e provocaram ruptura com a tradição cultural do século XIX. Foram extremamente radicais e influenciaram manifestações artísticas em todo o mundo.

As cinco principais correntes vanguardistas foram: Futurismo, Cubismo, Dadaísmo, Expressionismo e Surrealismo.

Futurismo

O Futurismo, primeiro movimento merecedor da classificação de vanguarda, caracteriza-se pelo interesse ideológico na arte. Sua produção preconiza a subversão radical da cultura e dos costumes, negando o passado em sua totalidade e pregando a adesão à pesquisa metódica e à experimentação estilística e técnica.

Cubismo

O Cubismo, resultado das experiências de Pablo Picasso (1881-1973) e de Georges Braque (1882-1963), esteve, inicialmente, ligado à pintura e teve por princípio a valorização das formas geométricas. Na literatura, caracteriza-se pela fragmentação da linguagem e geometrização das palavras, dispostas no papel de maneira aleatória a fim de conceber imagens.

Dadaísmo

O Dadaísmo, surgido em 1916, durante a Primeira Guerra Mundial (1914-1918), constitui um grito de revolta contra o capitalismo burguês e o mundo em guerra. Por isso, os dadaístas são contra as teorias e ordenações lógicas.

Expressionismo

O Expressionismo tem como herança a arte do final do século XIX e valoriza aquilo que chama de expressão: a materialização criativa (na tela ou no papel) de imagens geradas no mundo interior do artista.

Surrealismo

O Surrealismo, como o Expressionismo, preocupa-se com a sondagem do mundo interior, a liberação do inconsciente e a valorização do sonho. Esse fascínio pelo que transcende a realidade aproxima os surrealistas das ideias do psicanalista austríaco Sigmund Freud (1856-1939).

José de Alencar

Nasceu em Messejana, na época um município vizinho a Fortaleza. A família transferiu-se para a capital do Império do Brasil, Rio de Janeiro, e José de Alencar, então com onze anos, foi matriculado no Colégio de Instrução Elementar.

Em 1844, matriculou-se nos cursos preparatórios à Faculdade de Direito de São Paulo, começando o curso de Direito em 1846. Fundou, na época, a revista Ensaios Literários, onde publicou o artigo "Questões de Estilo". Formou-se em Direito em 1850 e, em 1854, estreou como folhetinista no Correio Mercantil. Em 1856, publicou o primeiro romance, Cinco Minutos, seguido de A Viuvinha em 1857. Mas é com O Guarani (1857) que alcançaria notoriedade. Esses romances foram publicados primeiramente em jornais e só depois em livros.

José de Alencar foi mais longe nos romances que completam a trilogia indigenista: Iracema (1865) e Ubirajara (1874). O primeiro, epopeia sobre a origem do Ceará, tem como personagem principal a índia Iracema, a "virgem dos lábios de mel" e "cabelos tão escuros como a asa da graúna". O segundo tem por personagem Ubirajara, valente guerreiro indígena que durante a história cresce em direção à maturidade.

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