h2 A Crise da 1ª República Portuguesa e o Fascismo
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A Crise da 1ª República Portuguesa e o Fascismo
Quando Portugal entrou na guerra, a instabilidade económica acentuou-se e o descontentamento social aumentou bastante. A economia portuguesa dependia da agricultura, que não era desenvolvida. Além disso, verificou-se uma queda na produção industrial que provocou um aumento no défice da balança comercial. O governo tinha cada vez menos receitas e mais despesas e, para resolver a situação, foi necessário multiplicar o dinheiro em circulação, medida que teve efeitos muito negativos, porque desvalorizou a moeda, aumentou a inflação e a dívida do país ficou cada vez maior. A inflação, por sua vez, aumentou o custo de vida dos portugueses, agravando a fome com o aumento constante dos preços.
A política era baseada nas oposições dentro do próprio Partido Republicano, pois todos queriam ter mais poder, o que resultou na desagregação do partido em pequenas fações, continuando a haver divergências políticas. Neste contexto, os republicanos foram ficando cada vez mais divididos, sendo que nunca se verificaram maiorias parlamentares, que seriam necessárias para a estabilização política. Assim, devido aos desentendimentos dentro da política, Portugal teve inúmeros governos que duraram muito pouco tempo e que quando caíam davam lugar ao seguinte que também iria durar pouco, pois não se verificava um trabalho conjunto entre as diferentes fações republicanas.
Devido à situação económica e aos falhanços do governo, começaram a verificar-se contestações sociais, pois não havia competência da parte do governo para estabilizar a situação do país. Verificou-se então uma agitação social muito violenta, com manifestações, greves e atentados bombistas, onde o governo, devido à sua incompetência, não conseguia impor ordem, o que também prejudicou a imagem do regime português.
A falência da 1ª República: Como o governo não dava sinais de conseguir controlar a agitação social ou os problemas financeiros e económicos, crescia pelo país a vontade de um governo que possibilitasse a instalação da ordem e da estabilidade económica. Neste contexto, as características económicas, sociais e políticas contribuíram para enfraquecer o regime republicano em Portugal e para o tornar mais vulnerável a golpes militares. Desta forma, ocorreu o golpe militar de 28 de maio de 1926, dirigido pelo General Gomes da Costa, que teve como resultado a queda da Primeira República e a instalação de um regime de ditadura militar, em que o novo governo termina com as liberdades individuais, impondo ordem no país.
Modernismo e Artes
O modernismo na literatura teve dois momentos. Ao mesmo tempo, verificou-se o modernismo na pintura, na escultura e na arquitetura. A pintura era divulgada em exposições e consistiam em caricaturas da sátira social e política e cenas boémias, destacando-se A.S.Car. como um dos mais influentes pintores modernistas de Portugal. Tal como na literatura, a pintura foi igualmente criticada e considerada escandalosa. A escultura não teve muito sucesso e acabou por ser também proibida pelo regime. Por fim, a arquitetura caracterizou-se pelo uso de vidro nos terraços, de betão armado e da linha reta sobre a curva.
Regimes Fascistas
Os regimes fascistas rejeitam o individualismo, pois os interesses do Estado estavam em 1º lugar, a igualdade, pois impõem a ideia de que existem raças superiores e raças inferiores, o sistema parlamentar, pois é uma forma de manifestar as fraquezas do poder, a democracia, pois é um regime considerado fraco e incapaz de contribuir para o bem do estado e, por fim, o comunismo e o socialismo, por conduzirem a divisões na sociedade que prejudicam a afirmação internacional do estado. Por outro lado, os regimes fascistas defendem o militarismo, pois a violência impõe ordem e respeito, o nacionalismo, pois consideram a Nação como um bem supremo, o corporativismo, pois é fundamental para ultrapassar as dificuldades socioeconómicas, a autarcia, ao defenderem que o Estado deve ser autossuficiente, o culto do chefe da Nação e, por fim, o racismo.
Práticas dos Regimes Fascistas
Práticas dos regimes fascistas: atuavam de diversas maneiras de forma a impor os seus ideais. As milícias armadas intervinham na repressão das greves e manifestações, ocorriam manifestações de ordem, em que militares divulgavam os ideais de orgulho nacional e de culto ao chefe da nação, cativando assim a população, eram ensinados aos jovens as regras do Estado e do chefe, a guerra e os valores impostos, com o principal objetivo de formar potenciais servidores do regime e a propaganda ia sendo cada vez mais intensa, prometendo o fim da agitação social, apelando à superioridade da raça e prometendo emprego e prosperidade económica.