H2: Educação Ambiental para Sociedades Sustentáveis
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A Educação para Sociedades Sustentáveis apresenta-se como uma possibilidade única de reconstruir nossa história e nossa relação com a natureza. É o desejo de construir uma nova globalização, verdadeira e solidária, capaz de gerar valores que ofereçam um novo sentido à existência humana no Planeta.
A falência do modelo de desenvolvimento adotado pela humanidade, a compreensão de que as dimensões social, econômica, ambiental, política e cultural de cada sociedade estão absolutamente interconectadas, e a percepção de que a sustentabilidade só pode ser construída coletivamente através de um grande processo de mudança cultural, apontam os caminhos para esta vertente da Educação Ambiental (EA) no Brasil, que apresenta características bastante peculiares e inovadoras.
Tomando como referência as contribuições que a ciência e a tecnologia trouxeram à ecologia e aos movimentos ambientalistas, especialmente na década de 90, esta nova vertente acrescenta a eles a sensibilidade social e a busca emancipatória advinda dos movimentos sociais.
Na prática, busca aplicar cientificidade aos projetos educacionais, incorporando o arcabouço científico da Teoria da Complexidade, da Teoria dos Sistemas Vivos e do pensamento sistêmico, sem, no entanto, deixar de contemplar a dimensão social, cultural e pedagógica da sustentabilidade.
Um dos pontos principais deste pensamento fundamenta-se nos seguintes princípios:
- Respeito à diversidade;
- Inclusão;
- Horizontalidade;
- Trabalho em rede.
É nesta corrente que está abrigada a pedagogia formulada pelo físico, ecologista e pensador Fritjof Capra: a Alfabetização Ecológica. Esta pedagogia parte do pressuposto de que a sobrevivência da nossa espécie no planeta está diretamente vinculada à nossa capacidade de entender os princípios de organização que os ecossistemas desenvolveram para sustentar a teia da vida, obtendo assim o conhecimento e o comprometimento necessários para desenhar comunidades humanas sustentáveis.
No Brasil, esta corrente vem ganhando adeptos entre ONGs e órgãos públicos, sendo aplicada especialmente em escolas de ensino fundamental. Para saber mais, consulte: www.ecoliteracy.org
Dentre os chamados projetos de construção de sociedades sustentáveis, destacam-se os projetos ecologicamente desenhados (rurais e urbanos). Inserem-se nesta categoria:
- A agroecologia;
- Projetos de sequestro de gases de efeito estufa;
- Projetos de energia alternativa com geração de renda para as comunidades envolvidas;
- Ecovilas;
- Projetos agroflorestais.
Estes projetos apresentam, diferentemente dos projetos de ecodesenvolvimento, um forte viés de desenvolvimento local sustentável, inclusão social e fortalecimento das comunidades.
As cinco correntes de educação ambiental citadas apresentam uma vasta diversificação de temas, objetivos e estratégias, influenciando e se identificando com distintos projetos de EA em diversos locais do país.
Em comum, todas compartilham o desejo de contribuir para:
- A conservação da biodiversidade;
- A inclusão social;
- A participação na vida pública;
- O aprimoramento individual e coletivo;
- Um modelo de desenvolvimento mais justo e equitativo.
Todas são uníssonas na compreensão da fundamentalidade dos processos educativos para que este percurso se faça possível.
Princípios Básicos da Educação Ambiental
É fundamental que a EA esteja calcada em princípios básicos. A seguir, apresentamos uma seleção dos mais relevantes:
- Considerar o meio ambiente em sua totalidade, ou seja, em seus aspectos naturais e nos criados pelos seres humanos (tecnológicos e sociais: econômico, político, técnico, histórico-cultural, moral e estético);
- Constituir um processo educativo contínuo e permanente, começando pelos primeiros anos de vida e continuando através de todas as fases do ensino formal e não-formal;
- Aplicar um enfoque interdisciplinar, aproveitando o conteúdo específico de cada disciplina, de modo que se adquira uma perspectiva global e equilibrada.