H2: Princípios da Cirurgia Oncológica: Estadiamento e Metástase
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Princípios da Cirurgia Oncológica: Estadiamento e Metástase
A Cirurgia na Oncologia
A Cirurgia é a modalidade de tratamento mais antiga.
Fatores que Contribuíram para o Desenvolvimento da Cirurgia Oncológica
O desenvolvimento da cirurgia foi impulsionado por:
- Aprimoramento dos instrumentais e da técnica cirúrgica.
- Introdução e progresso da anestesiologia.
- Emprego de técnicas de antissepsia.
- Descoberta dos grupos sanguíneos, realização de provas cruzadas e transfusões.
Exemplos de pioneiros: Halsted, Patey e Madson.
Consenso para a Realização da Cirurgia
A decisão cirúrgica exige uma avaliação criteriosa de risco versus benefício. É necessário:
- Estadiar o tumor.
- Avaliar as condições clínicas do paciente.
- Determinar a operabilidade e a ressecabilidade.
Metástases e Disseminação Tumoral
Metástases Locais
Surgem das seguintes formas:
- Continuidade: O tumor infiltra estruturas adjacentes (ex.: câncer do antrogástrico infiltrando o bulbo duodenal).
- Contiguidade: O tumor invade órgãos vizinhos (ex.: câncer gástrico invade o cólon transverso).
- Implante: Células tumorais se soltam e se implantam na cavidade peritoneal (disseminação peritoneal).
Metástases Regionais e à Distância
Ocorrem quando células se desprendem do tumor primário e caem na circulação linfática e sanguínea. A maioria dessas células é destruída pelo sistema imunológico.
- Disseminação Linfática: Resulta em metástases nos linfonodos, principalmente regionais. Os carcinomas metastizam mais frequentemente por esta via.
- Disseminação Hematogênica (Sanguínea): Locais comuns de metástase incluem fígado, pulmão, cérebro e ossos. Os sarcomas metastizam predominantemente por esta via.
Nota: Por vezes, as metástases surgem em controles pós-operatórios (ex.: tumor de cólon para o fígado e pulmão).
Condutas Importantes na Biópsia e Cirurgia
Biópsia
A incisão ou punção deve ser realizada em local que será removido pela operação definitiva, a fim de evitar a disseminação tumoral. É crucial obter fragmentos múltiplos em locais diversos.
Regras de Ouro na Manipulação do Material:
- Não esmagar o material.
- Não cauterizar o material.
- Sempre que possível, realizar biópsia excisional, que facilita o diagnóstico e diminui o risco de disseminação.
Marcadores Tumorais
Substância produzida pelo tecido neoplásico que pode ser quantificada. Os marcadores são utilizados para diversos objetivos:
Objetivos dos Marcadores
- Screening ou rastreamento.
- Diagnóstico.
- Determinação do prognóstico.
- Monitoramento terapêutico.
Exemplos de Marcadores
- Enzimas: DHL (testículo, linfoma), Enolase Neuroespecífica (células germinativas).
- Antígenos Fetais: Alfa-fetoproteína (AFP) (carcinoma hepatocelular).
- Mucinas: Beta-hCG (coriocarcinoma), CEA (cólon), CA125 (ovário), CA15.3 (mama), CA19.9 (pâncreas), PSA (próstata).
Prevenção de Recidivas e Disseminação
Atitudes Importantes para Evitar Recidivas
- Prevenção do Implante de Células Cancerígenas: Evitar a manipulação e ruptura do tumor (envolvê-lo com compressa serosa comprometida).
- Oclusão da Luz do Órgão: Importante nos tumores do tubo digestivo.
Técnicas Específicas de Prevenção
- Implante na Anastomose: Trocar as luvas na restauração/anastomose.
- Prevenção da Disseminação Vascular: Ligar os pedículos venosos precocemente, a fim de evitar a disseminação de células na circulação durante a ressecção do tumor.
- Prevenção da Disseminação Linfática: Sempre que possível, realizar a operação em monobloco ou de forma centrípeta.
Estadiamento TNM
Sistema de classificação internacional que descreve a extensão anatômica da doença.
- T: Tamanho e/ou grau de extensão local do tumor primário.
- N: Presença ou ausência de metástases em linfonodos regionais.
- M: Presença ou ausência de metástases à distância.
- G: Grau de diferenciação (extensão crescente do tumor).
- c (prefixo): Classificação clínica (pré-tratamento).
- p (prefixo): Classificação patológica (pós-cirurgia).
Categorias do T (Tumor Primário)
- Tx: Tumor primário não pode ser determinado.
- T0: Não há evidência do tumor primário.
- Tis: Tumor in situ.
- T1, T2, T3, T4: Indicam aumento progressivo do tamanho do tumor ou extensão local.
Categorias do N (Linfonodos Regionais)
- Nx: Os linfonodos regionais não podem ser determinados.
- N0: Não há evidências de linfonodos envolvidos.
- N1, N2, N3, N4: Indicam envolvimento progressivo de linfonodos regionais.
Categorias do M (Metástases à Distância)
- Mx: Não pode ser determinada a presença de metástase à distância.
- M0: Não há metástases à distância.
- M1: Presença de metástase à distância.