h2: O Regime Social de Franco e a Transformação Social
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3. Evolução Regime social
Franco social 3.1 Apoio
O governo de Franco tinha muitos seguidores em todos os grupos sociais, incluindo a classe trabalhadora. A maioria da população espanhola identificava-se com o regime de Franco ou aceitava-o passivamente. O apoio ao regime era extenso e heterogéneo. Alguns dos fatores que explicam este enorme apoio social ao ditador e que o permitiram permanecer no poder por 40 anos foram: a memória viva dos desastres da guerra civil, a resignação e o medo da repressão, a eficácia da propaganda oficial, a influência dos meios de comunicação controlados pelo regime. Os setores que mais colaboraram estreitamente com o regime foram aqueles que aderiram à revolta militar anti-republicana de 36 e que estiveram do lado de Franco durante a Guerra Civil. Foram: militares que acreditavam que deviam defender a ditadura dos seus inimigos, obedeceram, já que partilhavam os princípios ideológicos do líder, nunca pondo em causa a sua autoridade. Católicos, para além do apoio diplomático do Vaticano, o regime recebeu o apoio dos católicos espanhóis, do Opus Dei e da associação nacional de propagandistas. A Igreja Católica constituiu-se como um importante pilar ideológico e de propaganda do governo, que por sua vez lhe deu o controlo praticamente exclusivo da educação, da censura e de grande parte dos meios de comunicação. Em 1940, a estrutura do mercado interno da Falange Espanhola já estava definida e completa com o lançamento de: a seção feminina, a Juventude, a Frente de Sindicatos Universitários, a assistência social da Falange. O objetivo destas quatro organizações era enquadrar mulheres, jovens e estudantes universitários dentro de um partido único. A Falange Espanhola beneficiou da atribuição de lugares e posições em todos os setores da administração pública, instituições municipais e órgãos educacionais e culturais.
Os carlistas, cujos líderes mais proeminentes sempre mantiveram uma estreita relação com o regime e foram escolhidos por Franco para desempenhar funções ministeriais e secretarias municipais nos municípios. O apoio das empresas, os setores empresariais também colaboraram com o governo de Franco, foram favorecidos pelas suas leis e obtiveram muitos benefícios do regime. O lucro subiu graças a grandes encomendas para a construção de infraestruturas e obras públicas. Os monárquicos, quase todos os liberais de direita, anti-monárquicos apoiaram o regime. As relações entre os diferentes grupos que formavam o quadro do regime de Franco nem sempre foram boas, as disputas para ganhar maior influência junto de Franco, a desconfiança mútua e os confrontos não eram incomuns.
3.2 A transformação social (1960-1970)
O forte desenvolvimento económico da década de 60 teve outras implicações importantes, levou a uma rápida mudança social e também contribuiu para a mudança dos estilos de vida e valores dos espanhóis. A população total aumentou de 30 para 33 milhões em 10 anos. As classes médias urbanas cresceram consideravelmente. O número de empregados no setor de serviços manteve-se em 39% da força de trabalho, tendo ultrapassado o número de trabalhadores industriais. O afluxo maciço de turistas, a expansão das grandes cidades, o êxodo rural e o aumento do consumo transformaram as necessidades, comportamentos, hábitos e formas de entretenimento de muitos espanhóis. A modernização da sociedade espanhola trouxe uma mudança de ideias e expectativas da vida familiar, do papel das mulheres, do sexo e da educação dos filhos. As mulheres passaram a estudar mais do que os homens e a frequentar a universidade, atreveram-se a conduzir e juntaram-se à força de trabalho. Os jovens beneficiaram de um aumento da permissividade e de um relaxamento da disciplina existente.
3.3 Os últimos anos da ditadura
Diferentes formas de oposição ganharam força nos últimos anos da ditadura e o regime ficou inquieto. Os estudantes universitários, os sindicatos e os setores progressistas do metro foram as estrelas da nova onda de protestos contra Franco.
Os confrontos entre a polícia e os estudantes universitários tornaram-se cada vez mais comuns. O número de greves continuou a crescer desde 1970. Dada a magnitude destes protestos de trabalhadores e estudantes, o governo respondeu com o desencadeamento de uma forte repressão e com despedimentos que afetaram milhares de trabalhadores.