H2: Técnica do Nado Crawl: Entrada da Mão e Primeira Puxada
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Entrada da Mão na Água no Nado Crawl

Posição inicial: Acabou a fase de recuperação (recobro). O braço está flexionado e à frente do ombro. O cotovelo atua como pivô, com a mão mais alta. O antebraço é dirigido para a frente (em direção à água). A mão está ligeiramente relaxada, flexionada e voltada para baixo e para trás (de frente para a água, a poucos centímetros dela).

Posição final: O braço está ligeiramente flexionado e à frente do ombro. O cotovelo está voltado para cima, sem ter entrado na água. A mão está ligeiramente curvada para baixo e para fora. O polegar da mão deve estar em contato com a água.
Descrição do movimento: O movimento do braço é impulsionado pela extensão do cotovelo. O cotovelo move-se para frente e para baixo. A mão deve estar gradualmente relaxada e voltada para trás, ganhando alguma tensão e olhando para baixo e para fora (posição de entrada na água). O polegar é o primeiro a fazer contato com a água, quando o braço está a aproximadamente 2/5 do seu comprimento total.
Músculos Envolvidos na Fase de Entrada
Músculos (Home Fitness /):
- Tríceps braquial (extensão do cotovelo).
- Deltoide (elevação e deslocamento do ombro).
- Peitoral menor (postura).
- Redondo Maior (abdução do braço).
- Pronador (pronação da mão).
Músculos (Escola / Fitness):
- Peitoral maior (abdução).
- Grande Dorsal (postura).
- Ancôneo (extensão do braço).
- Elevador da Escápula (postura).
Outras Considerações sobre a Entrada
Se traçarmos duas linhas paralelas, uma partindo do lado externo da cabeça e outra do interior do ombro, e as unirmos com um arco, a mão deve entrar na água dentro desse arco, ou seja, a mão deve entrar quase na frente do ombro.
É importante que a entrada seja feita com o cotovelo flexionado e mais alto do que as mãos. Se traçarmos uma linha a partir da parte externa do cotovelo, ela deve formar um ângulo de aproximadamente 45 graus acima da superfície da água. Ou seja, o cotovelo não deve apontar para a parede, mas sim ir o mais alto possível.
Agora, surge uma pequena controvérsia. Se aplicarmos o conhecimento da física dos fluidos, a melhor entrada deve ser realizada em um ângulo de aproximadamente 35º/45º em relação à superfície, com um ângulo de azimute de 90º e os menores ângulos possíveis (mas sempre negativos) em relação à corrente de água. No entanto, você pode ouvir treinadores que defendem a entrada da mão espalmada na água (a palma voltada para a água). Nadadores de classe mundial também são mostrados em vídeo com esta entrada. Bem, este detalhe ficará a critério do leitor. Mas a teoria sugere que a resistência é maior com uma entrada da mão pronada.
EW Maglischo, em Nadar Mais Rápido, refere-se a:
"A mão em posição pronada aumenta a resistência de entrada porque a superfície plana do dorso da mão empurra para a frente, contra a água. Nadadores que insistem em entrar na posição prona podem reduzir a resistência se a flexão do punho for mínima. Nesta posição, o dorso da mão não está voltado para o fluxo imediato."
Como visto acima, a entrada deve ser feita com o cotovelo flexionado e alto, de modo que o braço esteja a aproximadamente dois quintos do seu comprimento total. O braço deve atingir seu comprimento máximo (extensão) e, em seguida, iniciar a primeira curva ou a fase de puxada.
A maneira correta de realizar este movimento é manter o cotovelo flexionado, mais alto do que as mãos, e fazer uma entrada gradual do braço na água. Primeiro, a borda da mão, depois o pulso, o cotovelo e, finalmente, o ombro.
Não se esqueça que o braço vem com uma inércia que não deve parar. Uma entrada com o braço totalmente estendido provoca retenção e um desperdício de energia, tanto na fixação quanto no reinício do movimento.
Curva 1: Puxada, Tração ou Extensão (Fase Inicial)

Posição inicial: O braço está ligeiramente flexionado e alinhado com o ombro. O cotovelo está voltado para cima e ligeiramente para fora, e ainda não entrou na água. O pulso está ligeiramente curvado para baixo e para fora. O polegar da mão deve estar em contato com a água.

Posição final: O braço está quase totalmente estendido, ligeiramente fora da linha do ombro. O cotovelo está voltado para cima e para fora e está mais alto do que a mão. O pulso está girado para baixo e a mão para fora, olhando na mesma direção.
Descrição do movimento: O movimento deve ser principalmente para a frente e ligeiramente para fora. Isto é conseguido através do alongamento progressivo do braço. O cotovelo deve ser sempre mais alto do que as mãos e continuar a ser dirigido para cima e para fora. O pulso deve ser girado para uma posição pronada da mão, pouco antes da extensão total do braço. Em seguida, deve-se começar a preparar para a próxima curva, girando para fora, para trás e para baixo. A mão tem que olhar na mesma direção.
Músculos Envolvidos na Fase de Extensão (Puxada)
Músculos (Home Fitness /):
- Tríceps braquial (extensão do cotovelo).
- Deltoide (elevação e deslocamento do ombro).
- Redondo Maior (abdução do braço).
- Pronador - Supinador (semipronação da mão).
Músculos (Escola / Fitness):
- Peitoral maior (abdução).
- Grande Dorsal (postura).
- Bíceps (mantém a flexão em contração isométrica).
- Ancôneo (extensão do braço).
- Elevador da Escápula (postura).
Outras Considerações
É uma curva ou apenas um pequeno deslize da mão? Se entendermos como curva o traçado que o movimento da mão faz para aumentar a força resultante de propulsão, a extensão do movimento do braço é uma curva. Se a entrada da mão é feita corretamente e deixando de lado todos os elementos que favorecem a curva (um melhor acoplamento muscular...), este movimento, por si só, quando bem executado, aumenta a força resultante de propulsão.
A diferença de pressão devido à diferença na velocidade da corrente entre a palma e o dorso da mão (Teorema de Bernoulli, princípio físico envolvido na diminuição da pressão de um fluido que se move com velocidade crescente) produz uma força para cima. Deve-se subtrair dessa força para cima (ou força de sustentação) a força de resistência frontal produzida pela mão e pelas colisões. (Fr = Fp - Fr). O resultado será positivo, desde que o movimento seja feito corretamente e não haja um fluxo de água contra ele.
O vetor de força resultante (considerando apenas a mão) deve ser perpendicular à direção do fluxo. No entanto, se considerarmos esse vetor de força resultante no restante dos elementos envolvidos, há um ligeiro aumento da força de propulsão (pressão dinâmica resultante). Nota: Para facilitar a leitura, alguns termos técnicos e outros relacionados à dinâmica de fluidos foram simplificados ou ignorados por não terem maior importância neste contexto.
EW Maglischo, em Nadar Mais Rápido:
"Tenha cuidado para deslizar a mão e o braço suavemente de volta à água, de modo que a resistência que o braço faz ao agarrar não seja tão grande a ponto de reduzir a força de propulsão gerada ao fazer o curso do braço."
A mão, em sua forma natural, deve estar ligada a uma posição pronada. Essa mudança tem que ser feita durante o alongamento do braço e antes que ele termine a extensão.
Este movimento, que gosto de chamar de "deslize propulsor", apresenta resultados positivos maiores do que o esperado. Para que o braço faça sua entrada, criando o mínimo de trauma possível ao ambiente, ele tem que estar flexionado (no cotovelo). Seria um desperdício de energia finalizar este movimento de extensão do cotovelo, que é auxiliado pela inércia e gravidade, sem uma razão convincente.