h2>Brasão, Europa e Heróis de Portugal: Uma Análise
Classificado em Língua e literatura
Escrito em em português com um tamanho de 5,59 KB.
1 Parte - Brasão
Os campos
- O Dos Castelos - A simbologia do Castelo prende-se com a da casa, refúgio onde se realizam os desejos humanos. Pela proteção que oferecem e por se situarem num local elevado, são um espaço de intimidade e de espiritualidade.
Características da Europa:
- ⇒ Figura feminina que se apresenta numa posição estática: «(…) jaz, fitando»;
- ⇒ Importância dos olhos na globalidade do retrato, uma vez que o olhar é esfíngico (vazio) e fatal; tem um poder mágico, misterioso;
- ⇒ Encerra mistério e destino, procura e sentido de missão, dirigido para um passado que é promessa de futuro;
- ⇒ O rosto a que esse olhar pertence é Portugal, capaz de ombrear com os povos criadores de impérios ou mesmo de os superar com a chegada do Quinto Império.
Simbolismo da Europa:
- ⇒ Um Continente que já desvendou, no passado, o futuro («O Ocidente, futuro do passado»), assume agora uma atitude expectante e contemplativa;
- ⇒ O destino da Europa passa inexoravelmente pelo de Portugal.
Papel que cabe a Portugal:
Guiar a Europa e o Mundo até a um Império espiritual liderado por um «Super-Portugal». Este aspecto constitui a essência do nacionalismo profético que percorre toda a Mensagem.
·O das Quinas-
Os Castelos
- Ulisses
- Viriato
- O Conde D. Henrique - Na 1ª estrofe, o herói (Conde D. Henrique) actua como agente de Deus, comandado por uma força que o transcende, uma força que o faz agir inconscientemente.
Dá-se portanto início a um percurso espiritual. O que este percurso pretende atingir, é a ideia de que mais importante do que a terra (matéria), é o espírito, os valores sobre os quais ele (herói) vai criar as suas raízes.
Podemos de certa forma, através deste conceito de herói inconsciente, fazer a seguinte questão de teor filosófico: até que ponto é que o Homem é autónomo?
Resumidamente, nesta 1ª estrofe o herói imóvel assiste ao desenrolar involuntário de alguma ação.
A espada, símbolo de guerra, de morte. Será esta a mensagem que Pessoa quererá fazer passar? Não, aqui a espada funciona paradoxalmente. Não é de guerra verdadeira que fala o poeta, é de guerra à ignorância. Poderá ainda ser interpretada como símbolo fálico, pela sua forma longa e comprida, simbolizando a fecundação dos campos, a criação de vida.
Ora, nesta 2ª estrofe o herói desce o olhar na espada e faz aquela interrogação retórica «Que farei eu com esta espada?»:
Pessoa conclui então o poema com a finalização do ato, a concretização de algo por parte do herói, o nascimento de Portugal.
D. Tareja - A primeira quadra do poema:
- Cada nação é um “mundo a sós”, que todas “são mistérios”: o mistério é o destino que espera ser cumprido no futuro.
- A “mãe de reis e avó de impérios” é o começo do revelar desse “mistério”: D. Teresa é mãe de reis – D. Afonso Henriques, e avó de impérios a partir de Afonso, a ideia de Império começa-se a formar.
A segunda quadra do poema:
- D. Teresa amamentou com “seio augusto” – D. Teresa era filha do rei de Leão e Castela D. Afonso VI
- com “bruta e natural certeza”, “o que, imprevisto, Deus fadou”: refere-se aos conflitos que depois de criado D. Afonso Henriques este se virou contra a sua mãe e não desistiu mesmo com a probabilidade do seu fracasso.
A terceira quadra do poema:
- Crítica social aos anos de 1930
- “Que a tua prece nos guie em melhor direção, do que aquela que seguimos por ordem de quem deu seguimento ao caminho que tu iniciaste”.
- “O teu menino envelheceu” poderá significar a memória e a vontade de luta e orgulho português que se vão desvanecendo, referindo-se um pouco ao episódio do mapa cor-de-rosa.
A quarta quadra do poema:
- A quarta quadra confirma a 3ª: “todo o vivo é eterno infante” quer dizer que a esperança nunca deve ser perdida, devemos lutar pelos nossos objetivos, voltar à origem, “infante” ou original.
- Faz uma prece a D. Teresa já que deu à luz o 1º rei de Portugal, que sirva de modelo para aclamar de novo o orgulho e ambição dos portugueses para poderem ser maior do que o que podem ser.
- D. Afonso Henriques - Neste poema podemos observar a descrição de D. Afonso Henriques e dos seus grandes feitos.
Na 1º estrofe, D. Afonso Henriques é chamado de ‘Pai’, remetendo-se para o sentido de D. Afonso Henriques ter conquistado o condado portucalense na batalha de Ourique, disputada com o rei de Castelo. D. Afonso Henriques é caracterizado como o pai de Portugal, sendo o responsável pela sua independência e pela liberdade dos portugueses. A palavra ‘cavaleiro’ utilizada para o descrever, remete-nos para os valores de coragem e honra que D. Afonso Henriques possuía.
Nesta estrofe encontra-se também um vocativo (dá-nos). Na sua vigília (oração em que esperam por algo), os portugueses apelam para que D. Afonso Henriques lhes dê força e o exemplo. Na 2ª estrofe pode-se observar novamente o vocativo por parte do povo Português, apelando pela sua benção como uma arma, e a espada como coragem.