h2>Filosofia Cristã: Santo Agostinho, Anselmo e Tomás de Aquino
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Santo Agostinho:
Criar uma filosofia coerente com o pensamento cristão.
Santo Agostinho foi influenciado pelo cristianismo e orientado pelo filósofo e político Cícero. Cícero expressava a verdade e o conhecimento, buscando a sabedoria, o princípio, e o maniqueísmo (filosofia pagã que defende a existência de princípios do mal).
Cícero abraçou o cristianismo através do conhecimento neoplatônico. Santo Agostinho rejeitou o maniqueísmo (princípio do mal) ao se converter ao cristianismo.
O Neoplatonismo:
1. O corpo humano seria composto pela alma, sendo o corpo servo da alma por ser inferior a ela. A alma não reencarna, simplesmente retorna ao céu.
Tentativa de construir uma filosofia cristã a partir de sua crença.
2. Conhecimento: Teoria da luz, a parte inferior do corpo se comunica com a parte superior e com a cabeça (alma).
3. Livre-arbítrio: É a origem do homem, o mal pode escolher o bem, mas a inteligência, por vezes, escolhe o errado, causando desastres. O mal surge porque os seres humanos não conseguem escolher o bem.
Santo Anselmo (Séc. XI d.C.)
Santo Anselmo propôs dois tipos de argumentos para provar a existência de Deus:
1. Argumento a priori: Independente da experiência anterior. Leva-nos ao bem, pois não tivemos experiência sobre isso, sendo nosso direito e não nossa experiência que nos conduz.
Este argumento é chamado de argumento ontológico (*onto* que significa ser e *lógico* que significa o que diz, a lógica do ser, parte do nosso raciocínio).
Todos (crentes e não crentes) têm em mente o conceito de Deus. Relacionamos Deus com a perfeição.
Deus deve existir tanto na mente quanto na realidade, pois caso contrário, haveria uma contradição lógica, algo mais perfeito do que a perfeição em nossa mente.
Esta declaração identifica a existência de Deus como a verdadeira realidade e o ser perfeito como a mente.
Em conclusão, quando encontramos um ser na realidade com as mesmas qualidades de Deus, devemos admitir que há algo mais perfeito do que a mente, pois existir na mente e na realidade é mais do que existir apenas na mente.
Idade Moderna (Séc. XVII - XVIII)
No século XVII ocorreu o Renascimento e no século XVIII o Iluminismo.
O que acontece nos séculos XV e XVI muda a forma de pensar devido a uma revolução científica, que envolve o fim da física aristotélica e o surgimento da física moderna.
A física aristotélica prevaleceu desde o século IV a.C.
Passou-se do geocêntrico para o heliocêntrico, mas a igreja e a comunidade científica não aceitaram.
Se Deus nos criou, não somos o centro do universo? A aceitação do heliocêntrico custou, pois o homem perdeu o posto de centro do universo.
Assim que isso foi aceito, abriu-se caminho para a matematização do universo, que só poderia ser explicado pela matemática. Então, explicou-se que o universo era infinito.
Também surgiu o método hipotético-dedutivo, baseado na indução e dedução, ou seja, na experiência e na razão, que foi trazido à luz por Galileu.
Passos do novo método científico:
1 - A observação de um fenômeno.
2 - Formulação de hipóteses (através da análise realizada).
3 - Criação da teoria (abstrata).
4 - Verificação, a lei científica é estabelecida.
Por tudo isso, a idade moderna é caracterizada pela secularização do pensamento.
- São Tomás de Aquino (Séc. XIII)
Argumento a posteriori, cuja base é a experiência, explicado em 5 vias ou argumentos da existência de Deus.
1. Primeira Via: "Tudo que se move é movido por outro"
Os primeiros objetos movem os segundos, que por sua vez movem os terceiros. Os objetos são, portanto, motores, motores intermediários e finais, mas quem move o primeiro objeto? Qual é a origem do movimento?
Por exemplo, em um dominó, quem move a primeira peça? A única razão para se mover sem ser movido é o que começa a se mover.
Motor imóvel: causa eficiente, que é o tema do amor e do desejo, que age sem ser tocado, é o único capaz de fazer.
Os sentimentos são um motor imóvel, nos deixam felizes ou tristes, mas não podemos tocá-los.
Para São Tomás, o motor imóvel é Deus, pois ele une fé e razão, identificando Deus como o motor.
2. Segunda Via: Causa eficiente: "Tudo que existe tem uma causa"
Exemplo para entender: quando há fumaça:
O fogo produz fumaça, que seca nossos olhos, causa coceira e lágrimas.
A fumaça causa a secura e coceira nos olhos, que por sua vez causam as lágrimas. A fumaça é o efeito do fogo. Tudo é causa e efeito, mas nunca em relação a si mesmo.
Mas qual é a primeira causa? Uma causa sem causa teria que ser algo eterno, sem princípio nem fim, que Tomás identifica como Deus.
3. Terceira Via: Contingência no mundo:
Contingente é algo que é possível e seu oposto é necessário, deve ser ou não ser, pois admite uma possibilidade.
As possibilidades precisam ser criadas. Nosso mundo e seus seres são contingentes, ou seja, foram criados.
O que é necessário existe por si só, não tem começo nem fim. Para São Tomás, o necessário é Deus.
4. Quarta Via: O grau de perfeição:
Precisamos de um modelo a seguir, e para São Tomás é Deus, pois ele é o perfeito, o ideal.
5. Quinta Via: Ordem do Mundo:
Tudo tem um fim, pois todos os seres, racionais ou irracionais, buscam um objetivo ou propósito, que é o bem de cada ser. Todos os seres têm um propósito.
O que explica a busca desse objetivo por seres irracionais? O perfeito é quem leva os seres irracionais ao seu objetivo, como o arqueiro que guia sua flecha. Os seres racionais seguem a razão e os irracionais seguem seu ideal.