h2>Globalização, Desigualdade e o Papel da Mulher no Mundo

1. Um Mundo Global: Problemas e Soluções

Globalização: É um conceito que serve para definir o mundo do século XXI, embora seja importante considerar a história dos séculos anteriores para entender sua evolução.

A globalização é uma consequência do desenvolvimento tecnológico, permitindo que a economia mundial funcione como um sistema unitário. Isso tem consequências negativas para grande parte da humanidade, surgindo movimentos que se definem como anti-globalização, criticando o sistema econômico global atual, que consideram culpado pela pobreza e falta de direitos humanos.

A globalização não é negativa em si, mas depende do uso que dela é feito. A economia não conhece fronteiras e é organizada a nível mundial, graças aos meios modernos de transporte e comunicação.

As grandes empresas internacionais, multinacionais, frequentemente têm sua origem e instalações nos países desenvolvidos: EUA, Japão e União Europeia. Nesses países, as empresas são geridas e as grandes decisões são tomadas. Eles também são os locais de design, marketing, publicidade e pesquisa.

Essas empresas localizam suas instalações de produção (fábricas) nos países em desenvolvimento, especialmente no Sudeste Asiático.

A globalização da economia ocorreu porque é tecnicamente possível (devido aos meios de transporte e comunicação), economicamente rentável para as grandes empresas e porque existe um liberalismo econômico global que a permite e incentiva.

As consequências da globalização, positivas e negativas, afetam tanto a população dos países desenvolvidos quanto a dos países em desenvolvimento. Alguns aspectos negativos da globalização:

• O consumismo desenfreado nos países desenvolvidos.

• A degradação ambiental em todo o mundo.

• O aumento da desigualdade econômica mundial.

• O aumento nos conflitos.

Alguns aspectos positivos da globalização:

• A divulgação de informações e conhecimentos em todo o mundo.

• A possibilidade de intervir rapidamente em casos de catástrofes humanitárias.

• A possibilidade de colocar a serviço de um desenvolvimento equitativo e sustentável toda a tecnologia e os meios financeiros fornecidos pela globalização.

Objetivos do Milênio

Em 2000, a ONU realizou a Cúpula do Milênio. Foram identificados oito principais problemas mundiais e estabelecidas metas específicas para cada um, que poderiam ser alcançadas em 15 anos.

Meta 1: Erradicar a extrema pobreza e a fome.

Meta 2: Conseguir educação primária universal.

Meta 3: Promover a igualdade entre os sexos e a autonomia das mulheres.

Meta 4: Reduzir a mortalidade infantil.

Meta 5: Melhorar a saúde materna.

Meta 6: Combater o HIV/SIDA, a malária e outras doenças.

Meta 7: Garantir a sustentabilidade ambiental.

Meta 8: Desenvolver uma parceria internacional para o desenvolvimento.

O mundo tem os recursos financeiros necessários para atingir os Objetivos do Milênio e erradicar a pobreza. O que falta é a vontade política de muitos líderes mundiais para tornar isso possível.

Os oito Objetivos do Milênio são um acordo entre países ricos e pobres. Os países pobres devem fazer a sua parte para alcançar os sete primeiros objetivos. Os países ricos devem dar mais e promover a parceria internacional para o desenvolvimento.

2. Um Olhar Sobre o Mundo Atual

O mundo se caracteriza pela desigualdade. Fala-se dos desequilíbrios Norte/Sul para se referir às diferenças entre ricos e pobres.

A União Europeia

Pequenos países europeus, após a II Guerra Mundial, decidiram se unir. Primeiro, juntaram-se à CECA (Comunidade Europeia do Carvão e do Aço) em 1951 e, depois, em 1957, com o Tratado de Roma, à Comunidade Econômica Europeia.

Desde então, a comunidade política e econômica, agora denominada União Europeia, não parou de crescer.

Atualmente, são 27 estados, incluindo a Espanha, que cooperam entre si para o desenvolvimento mútuo.

Dentro dessa área, vivem quase 500 milhões de pessoas que gozam dos mesmos direitos e obrigações.

As principais instituições da União Europeia são as seguintes:

• Parlamento Europeu:

• A Comissão Europeia:

• O Conselho da União:

A União Europeia assenta no primado do direito. Isso significa que todas as atividades decorrem de tratados, acordados voluntariamente e democraticamente por todos os Estados-Membros. O último tratado foi assinado em Lisboa em 2007, e modifica o anterior assinado em Roma em 2004, que visava o desenvolvimento de uma constituição.

A América é o paraíso do sistema capitalista. Essa riqueza resultou em uma sociedade profundamente desigual, com os mais ricos do mundo convivendo com milhões de pessoas na pobreza, característica de um país subdesenvolvido. Especificamente, 13% da população vive na pobreza.

Os Estados Unidos são o principal exportador mundial de quase tudo. Possuem mais de 300 milhões de pessoas de todas as etnias, culturas, raças e religiões. A agricultura é a mais produtiva do mundo (milho, trigo e algodão), a indústria é poderosa (siderurgia e metalurgia, automóveis, armas, petróleo e alta tecnologia). Muitas empresas multinacionais têm suas sedes nos Estados Unidos.

No entanto, este país tem graves deficiências em relação ao respeito aos direitos humanos.

A Ásia, o maior continente do mundo, apresenta grandes desigualdades econômicas e sociais. A Ásia representa 60% da população mundial, cerca de 4 bilhões de habitantes, concentrados principalmente na região sudeste, enquanto o interior é deserto.

No sudoeste, temos o chamado Médio Oriente, um conjunto de países muçulmanos cuja economia depende quase exclusivamente da venda de petróleo e cujo desenvolvimento social é escasso.

Os dois países mais representativos são a China e o Japão. Entre eles, encontramos o chamado "Dragão do Pacífico", que inclui países ricos e industrializados como a Coreia do Sul, Singapura e Taiwan.

A China é um país de 1,2 bilhão de pessoas. A economia chinesa está crescendo a uma taxa de mais de 9% ao ano. A produção deverá duplicar a economia chinesa em relação à Alemanha em 2010 e alcançar o Japão, hoje a segunda maior do mundo, em 2020.

A China não é um país verdadeiramente democrático e as violações dos direitos humanos são comuns.

O Japão, graças à sua mão de obra barata, qualificada e extremamente trabalhadora, conseguiu superar todas as desvantagens iniciais e se tornou uma gigante empresa dedicada ao comércio e à indústria, especialmente eletrônica.

América Latina

Uma característica comum de todos os países desta região é a instabilidade política.

A sociedade latino-americana é caracterizada por grande diversidade étnica e desigualdades, pobreza e injustiça social, o que tem gerado muitos movimentos de protesto e revoluções armadas.

A taxa de alfabetização na América Latina é maior do que na Ásia e na África (embora inferior à dos países desenvolvidos), mas a situação é bastante desigual em toda a região. É mais alta na Argentina e no Chile e menor na região Andina (Bolívia, Peru e alguns países centro-americanos).

A economia é baseada na exploração dos recursos naturais e na exportação para países desenvolvidos. Essas riquezas estão quase sempre nas mãos de empresas multinacionais.

O maior problema da América Latina é a constante interferência dos países desenvolvidos na política da região.

África

A África é o continente mais pobre de todos. Quase metade da população vive com menos de um dólar por dia (cerca de € 0,7) e, entre os 48 países menos desenvolvidos do mundo, 34 estão na África. Educação, saúde, guerra e nutrição são problemas cotidianos na África.

É um continente pouco povoado, rico em recursos naturais, mas com um baixo nível de desenvolvimento.

A riqueza de um território não é explorada por seus habitantes, mas por grandes empresas estrangeiras, que ficam com os lucros.

Essa é a principal causa dos problemas econômicos da África.

Além disso, há muitos problemas territoriais, guerras, rebeliões e ditaduras, em suma, uma enorme instabilidade política.

Na África, podemos distinguir duas realidades distintas:

• Em primeiro lugar, há a África Subsaariana, que fica ao sul do Deserto do Saara, também conhecida como África Negra, e que podemos considerar como muito subdesenvolvida. Vítima da AIDS, guerras e catástrofes naturais como as secas, que estão se tornando mais comuns. A fome permanente mata milhões de pessoas a cada ano.

• Por outro lado, o Norte da África, também conhecido como Magrebe, não pode ser considerado uma zona menos desenvolvida, encontrando-se em um estado de pobreza inferior ao resto do continente.

3. O Papel da Mulher no Mundo Hoje

Na Declaração de Direitos Humanos de 1948, foram definidos os direitos humanos da pessoa humana, um conceito que, naturalmente, inclui as mulheres. No entanto, não foram incluídos alguns direitos individuais das mulheres e meninas.

Entre 1975 e 2000, as Nações Unidas realizaram cinco conferências mundiais sobre a igualdade jurídica e social das mulheres.

A pobreza tem rosto de mulher: cerca de 1,5 bilhão de pessoas vivem em pobreza absoluta no mundo, e a maioria são mulheres.

Mulheres nos Países Subdesenvolvidos

As mulheres nos países em desenvolvimento vivem em condições muito mais difíceis do que as dos países ricos, e sua situação é muito pior do que a dos homens nesses países.

As mulheres nos países subdesenvolvidos também devem resistir ao peso dos filhos e da casa, além do trabalho fora, especialmente na agricultura.

As taxas de analfabetismo são muito mais elevadas entre as mulheres (o que dificulta seu acesso a posições de poder) e, na saúde, as complicações da gravidez e do parto continuam a ser a principal causa de morte em mulheres jovens.

É importante diferenciar entre as mulheres urbanas e rurais.

• No mundo rural, na Ásia, África e América Latina, a mulher se dedica às atividades domésticas e aos cuidados infantis. Além disso, muitas vezes realiza trabalhos pesados no desenvolvimento da agricultura.

• Nas áreas urbanas, as mulheres casadas têm maior preocupação econômica em manter suas casas, especialmente com o aumento constante do desemprego nos últimos anos. A atividade mais comum é a venda de frutas, doces e artesanato, além do trabalho como empregada doméstica por horas.

É importante mencionar países como a China, onde as mulheres têm sido tradicionalmente marginalizadas e vistas como um fardo para a família. Também não podemos esquecer alguns países muçulmanos com interpretações radicais do Islã, onde as mulheres são condenadas à invisibilidade e ao confinamento em casa ou por trás da burca, o véu que cobre todo o corpo.

Algumas mulheres ganharam reconhecimento internacional. É o caso de Rigoberta Menchú, Prêmio Nobel da Paz por seu trabalho em nome dos nativos americanos, ou Aung San Suu Kyi, que não pôde receber o Prêmio Nobel da Paz por estar em prisão domiciliar em sua casa na Birmânia (Ásia).

Mas há momentos em que se nada contra a corrente, pagando um preço alto, como no caso do assassinato de Indira Gandhi (Primeira-Ministra da Índia) ou de Benazir Bhutto, no Paquistão.

Mulheres nos Países Desenvolvidos

Também nos países desenvolvidos, em algumas áreas, há discriminação contra os 52% da população que são mulheres.

A publicidade é um reflexo da sociedade, pois tenta se aproximar de seus gostos o máximo possível. A publicidade, às vezes, nos trai, ilustrando alguns de nossos fracassos sociais.

As mulheres conquistaram a igualdade em muitas sociedades avançadas.

Apesar de todo o progresso alcançado nos países desenvolvidos, por exemplo, no acesso à educação, no mundo do trabalho as mulheres podem encontrar os seguintes problemas:

• A desigualdade de oportunidades: Normalmente, as mulheres ocupam cargos de menor responsabilidade, sob o pretexto de que trabalham arduamente para reduzir seus encargos domésticos e expectativas da família.

• Realização de todo o trabalho doméstico não remunerado.

• Discriminação por gênero e assédio sexual.

• Salários desiguais para trabalho igual. As mulheres são pagas, em média, 30% menos do que os homens, e em alguns países industrializados, como o Japão, a média é de 51% a menos.

• As taxas de desemprego são maiores entre as mulheres, pois muitas empresas temem a maternidade. Há lugares onde as coisas são ainda piores: a participação na força de trabalho das mulheres na Ásia é metade da dos homens, e nos países árabes, para cada 100 homens trabalhando, apenas 16 mulheres trabalham. Mas precisamos melhorar essa situação.

De qualquer forma, não podemos esquecer que as mulheres hoje em países ricos têm uma posição melhor do que em países pobres, e que está se tornando comum encontrar mulheres em cargos importantes na economia, na política ou na vida social.