h3: Industrialização Brasileira: Substituição de Importações e Mercado Interno

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Deslocamento do centro dinâmico: o padrão de acumulação de capital se altera em favor da indústria. Ao mesmo tempo, a fraca dinâmica da economia periférica nacional, imbricada em menor desenvolvimento capitalista, impediu maior expansão de sua indústria. Período em que a determinação do nível de renda deixa de estar ligada a elementos como a demanda externa e passa a depender de elementos ligados ao mercado interno, como o consumo e o investimento doméstico. Ao manter-se a procura interna com maior firmeza que a externa, o setor que produzia para o mercado interno passa a oferecer melhores oportunidades de inversão que o setor exportador.

Grupos Setoriais (G1, G2, G3): G1 – mobiliário, farmacêutica, perfumaria, têxtil, vestuário, produtos alimentares, bebidas, fumo e editorial. G2 – minerais não metálicos, metalúrgica, madeira, papel e papelão, borracha, couros e peles, química e matérias plásticas. G3 – mecânico, material elétrico e de comunicações, material de transporte e indústrias diversas.

Processo de Substituição de Importações (PSI): A crise dos anos 30 foi um momento de ruptura no desenvolvimento econômico brasileiro; a fragilização do modelo agrário-exportador trouxe à tona a consciência sobre a necessidade da industrialização como forma de superar os constrangimentos externos e o subdesenvolvimento. Não foi o início da industrialização brasileira (esta já havia se iniciado desde o final do século XIX), mas o momento em que esta passou a ser meta prioritária da política econômica. Este objetivo, porém, envolvia grandes esforços em termos de geração de poupança e sua transferência para a atividade industrial. Isto só seria possível com uma grande alteração política que rompesse com o Estado oligárquico e descentralizado da República Velha e centralizasse o poder e os instrumentos de política econômica no Governo Federal. Este foi o papel desempenhado pela Revolução de 30. Dela decorreram o fortalecimento do Estado Nacional e a ascensão de novas classes econômicas ao poder, que permitiu colocar a industrialização como meta prioritária, como um projeto nacional de desenvolvimento. A forma assumida pela industrialização foi o chamado Processo de Substituição de Importações (PSI). Devido ao estrangulamento externo, gerado pela crise internacional decorrente da quebra da Bolsa de Nova York, houve a necessidade de produzir internamente o que antes era importado, defendendo-se dessa forma o nível de atividade econômica. A industrialização feita a partir deste processo de substituição de importações é uma industrialização voltada para dentro, isto é, que visa atender o mercado interno.

A rigor, não se pode falar em estagnação industrial em nenhuma das regiões brasileiras. Mesmo o Nordeste teve taxa média anual de crescimento de 5,0%. Um índice alto, se confrontado com qualquer país capitalista. A expansão industrial pós-crise de 1939 reforçaria o processo de concentração industrial em São Paulo.

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