Hegemonia Inglesa: Revolução Agrícola e Mercados

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Sucesso Económico e Hegemonia Inglesa

No século XVIII, na região de Norfolk (Inglaterra), iniciou-se a chamada "revolução agrícola", ou seja, um conjunto de alterações, rápidas no tempo e marcantes na forma de cultivar os campos. Graças ao apoio do Parlamento, os grandes proprietários de terras (landlords) puderam introduzir na agricultura uma série de inovações importantes:

  • Sistema de rotação quadrienal de culturas (afolhamento quadrienal): o cultivo, de maneira rotativa, das quatro parcelas (ou folhas) de um campo, ao longo de quatro anos, permitia resolver, por fim, o secular problema do esgotamento dos solos e, assim, prescindir do pousio (terra deixada em descanso);
  • Articulação entre a agricultura e a criação de gado: o cultivo de plantas forrageiras (que alimentavam os animais, por exemplo, o trevo) possibilitava, por um lado, assegurar o necessário estrume e, por outro lado, incentivar o melhoramento das raças animais;
  • Vedação dos campos comunitários (enclosures): os campos cercados substituíram o anterior sistema de uso comunitário das terras (open field), desencadeando a aplicação sistemática, pelos landlords, das inovações agrícolas (seleção de sementes, melhoramento dos utensílios, apuramento das raças animais);
  • Inovações técnicas: a introdução de máquinas nos campos, por exemplo a primeira semeadora mecânica (1703), a charrua triangular (1731) e a primeira máquina debulhadora (cerca de 1780) retirava um maior rendimento da terra.

As inovações agrícolas resultaram num aumento da produtividade, o qual, por sua vez, estimulou o crescimento demográfico e canalizou a mão de obra excedentária para as cidades.

Mercado Nacional

A Inglaterra foi o país que mais cedo se transformou num espaço económico unificado, onde o consumo interno podia expandir-se. Para a criação deste mercado nacional, contribuíram os seguintes fatores:

  • O crescimento demográfico (da população) e urbano (das cidades, em especial, Londres) tornaram-se motores do desenvolvimento económico, ao propiciarem um maior consumo interno;
  • O desenvolvimento dos transportes e vias de comunicação (construção de um sistema de canais, ampliação da rede de estradas) permitia resolver os problemas de abastecimento;
  • A inexistência de alfândegas internas retirava os entraves ao comércio;
  • A união da Inglaterra com a Escócia (1707) e com a Irlanda (1808) criava um contexto político propício à circulação de produtos.

O alargamento dos mercados constituiu, assim, um dos fatores da preponderância inglesa sobre o Mundo.

Alargamento dos Mercados na Economia Inglesa

Ao nível do mercado externo, os Ingleses conseguiram abrir brechas no rigoroso protecionismo dos estados europeus e, ainda, comerciar com os continentes americano e asiático:

  • O comércio triangular partia dos portos ingleses: comprava-se, em África, os escravos negros por baixo preço, os quais eram transportados para as plantações e minas da América, onde eram vendidos a um preço elevado (tráfico negreiro). Da América os Ingleses traziam os metais preciosos e os produtos tropicais (por exemplo, o algodão, o tabaco e o açúcar);
  • No Oriente, a vitória inglesa na Guerra dos Sete Anos (1756-1763) expulsou os Franceses da Índia, assegurando à Companhia Inglesa das Índias Orientais o comércio dos produtos indianos.

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