Hermenêutica: Conhecimento, Linguagem e Interpretação
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Hermenêutica
O conhecimento científico é mediato, pois não é a simples detecção da aparência das coisas, mas busca-se a essência (verdade) da realidade e para isso é necessário método - parte-se da aparência para se chegar à essência de forma dialética. O conhecimento ordinário, por sua vez, se contenta com a aparência da realidade. Há três momentos: sensação (percepção das coisas em nós); da percepção (consciência ainda ligada na sensação); e interpretação (objetivação da realidade). Temos, portanto, na interpretação (elevação daquilo que se dá ao homem ao plano do pensar), três momentos: a existência; a essência; e o conceito (junção da existência e da essência, gerando a realidade construída).
A linguagem é o meio pelo qual os sujeitos se comunicam, construindo e expressando seu pensamento. A finalidade da linguagem é o entendimento tanto mais perfeito, quanto mais respeitadas forem as regras do discurso (Alexy) e as pretensões de validade (Habermas). Hermenêutica lato sensu: é a interpretação de toda a realidade, de todas as obras humanas, privilegiando a linguagem - que é o que o homem tem de mais importante culturalmente.
Hermenêutica stricto sensu: dirige-se à palavra, a textos. A importância da palavra é tida em duplo sentido: método pelo qual se pensa a realidade e método pelo qual se exterioriza esse pensamento.
Hermenêutica Filosófica
A interpretação passa a ter significado no próprio homem, de modo que não se entra mais no objeto, apenas no sujeito. O objeto dessa hermenêutica é o homem, a realidade produzida por este, chegando-se ao resultado, que é a compreensão da realidade, entendendo que o homem está integrado nesta. Obtém-se, portanto, um círculo hermenêutico:
Exteriorização do indivíduo e interiorização do interpretado
Modificação da realidade interpretada pelo intérprete e modificação de si mesmo
Pré-cognição: toda coisa nova é mediatizada pelo conhecimento social que já se tem
Rompimento da distância entre o horizonte cultural da elaboração da obra e aquele presente quando da sua interpretação
Movimento dialético do conhecimento:
(U) inserção de uma nova obra no conhecimento
(P) negação dessa obra - é tida como desconhecida
(S) a obra é inserida no conhecimento prévio - enriquecimento do conhecimento
A compreensão, então, é um processo de síntese da universalidade da cultura, e busca, a partir da essência, o conceito daquilo que se almeja conhecer, enquanto a explicação é a análise do todo em partes, separando o objeto do sujeito, buscando conhecer a essência.