Hiperpituitarismo, Hiperparatireoidismo e Hipotireoidismo

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Principal causa de Hiperpituitarismo: Adenoma Secretor

Principais adenomas secretores (funcionantes):

Prolactinoma: células acidófilas ou cromófobas. A secreção de prolactina por esses adenomas caracteriza-se pela sua eficiência, causando hiperprolactinemia. A hiperprolactinemia leva a amenorreia, galactorreia, perda da libido e infertilidade.

Secretor de ACTH (pode ser funcionante ou silencioso): células basófilas ou cromófobas. Coloração positiva com PAS. A produção excessiva de ACTH leva a hipersecreção de cortisol pelas suprarrenais (hipercortisolismo = Síndrome de Cushing). Moon-face, ganho de peso, crescimento linear diminuído, fraqueza, edema, hirsutismo, HAS.

Produtor de GH: células granuladas, acidófilas ou cromófobas. Também pode haver associação com prolactina. Hipersecreção persistente de GH estimula o IGF-1 (fator de crescimento semelhante à insulina), que é responsável por manifestações clínicas como gigantismo (quando ocorre na criança), e acromegalia (crescimento de pele e tecidos moles, vísceras como coração, tireoide, suprarrenal, ossos da face, mãos e pés).

Misto (produtor de GH e prolactina): pode apresentar mais de um tipo de célula, ou uma mesma célula pode sintetizar mais de um tipo de hormônio.

Outros tumores selares:

Carcinoma hipofisário: hipersecreção dos hormônios hipofisários.

Craniofaringeoma: geralmente é suprasselar, mas pode surgir dentro da sela. É mais comum na infância e adolescência. Na criança causa deficiência endócrina como retardo do crescimento e no adulto distúrbios visuais. É comum haver deficiência dos hormônios hipofisários incluindo diabetes insipidus.

Hiperparatireoidismo Primário

  1. Etiologia: adenoma de paratireoide. (secundário - nefropatias; terciário)
    1. Alterações bioquímicas iniciais: aumento da calcemia com aumento desproporcional do PTH.
    2. Alterações radiográficas iniciais: dentes com reabsorção da lâmina dura; mão com reabsorção subperiosteal.
    3. Alterações nos ossos e como poderão evoluir: descalcificação granular dos ossos do crânio (sal e pimenta), raio X dos ossos longos com alteração na reabsorção e aposição, fraturas, osteíte fibrocística (tumor marrom, osso substituído por fibrose, muito osteoclasto, que podem levar o paciente à morte).
    4. Quais as consequências nos rins: nefrocalcinose (perda da função renal, pela calcificação renal devido à hipercalcemia). Pode ocorrer também calculose renal de repetição.
    5. Patofisiologia da disfunção óssea: a principal causa de HPP é o adenoma, que gera aumento de PTH, levando a uma maior inibição da reabsorção tubular de fosfato causando hiperfosfatúria e hipofosfatemia. Além disso, ocorre também alteração do balanço cálcio/fósforo por hipofosfatemia. Maior reabsorção do cálcio dos ossos chamada halisterese gerando hipercalcemia. Esses fatores levam a fragilidade óssea, calcificações de partes moles e calculoses.
    6. Principais complicações da hipercalcemia:

- Fragilidade óssea, calcificações de partes moles e calculoses.

- Osteíte fibrocística generalizada (doença de Von Recklinghausen)

  1. Hiperparatireoidismo Secundário:

Causas: deficiência de vitamina D, IRC, má absorção e hipercalciúria.

- Fisiopatologia: a principal causa de HPP secundário é a IRC, que leva a hiperplasia da paratireoide. O hiperparatireoidismo secundário é causado por qualquer redução crônica nos níveis de cálcio sanguíneos. Os níveis baixos de cálcio sanguíneo levam a um aumento da atividade das glândulas paratireoides como forma de compensar essa baixa. Isso ocorre pois as paratireoides são capazes de aumentar a calcemia através da ação do PTH, aumentando a reabsorção óssea.

A insuficiência renal crônica leva ao aumento do fosfato sérico pois este é mais reabsorvido nos túbulos, e isso provoca uma diminuição do cálcio sérico, provocando estimulação das paratireoides.

- Repercussões: manifestações clínicas da IRC, anormalidades ósseas e alterações associadas ao excesso do PTH. Pode haver calcificação em pulmões, coração, estômago, vasos sanguíneos. A calcificação vascular pode resultar em isquemia na pele e outros órgãos, chamada de calcifilaxia.

  1. Disserte sobre a principal causa patológica de hipotireoidismo.

O hipotireoidismo primário é a causa mais comum de hipotireoidismo. Em áreas com concentração normal de iodo, a tireoidite autoimune ou tireoidite de Hashimoto é a principal causa.

Já nos países subdesenvolvidos é a ausência de iodo.

  1. Tireoidite de Hashimoto: aspectos clínicos, laboratoriais e morfológicos
  • Ganho de peso
  • Letargia
  • Fadiga
  • Fraqueza
  • Pele seca e perda de cabelos
  • Unhas quebradiças
  • Edema difuso
  • Mulheres podem desenvolver puberdade precoce, amenorreia e galactorreia
  • Bradicardia
  • Hipotensão diastólica
  • Hipotermia moderada
  • Bulhas cardíacas distantes
  • Déficits cognitivos
  • Reflexos tendinosos profundos lentificados

Apresenta aumento da glândula e cursa com hipotireoidismo.

O Diagnóstico é feito através de achados clínicos, presença de anticorpos específicos (antiperoxidase e anti-tireoglobulina) e exames de imagem que mostrem destruição glandular.

Trata-se com levotiroxina.

Histologia: folículos linfóides secundários (centros germinativos) na tireóide. Lembra um linfonodo.

Diagnóstico do Hipotireoidismo:

  • Confirma-se com níveis de TSH e níveis de T4, que confirmam a origem (primária ou secundária) e caracterizam a gravidade. Origem primária: ↑ TSH ↓ T3 e T4.

Ausência congênita de tireóide, remoção cirúrgica, destruição (autoimune, radiação ou infiltrativa).

Deficiência de iodo, defeitos enzimáticos e inibição por drogas (amiodarona, lítio e tionamidas).

  • Origem secundária: ↓TSH ↓ T3 e T4

Diminuição de TRH e TSH por tumores, irradiação e inflamação hipotalâmicas ou massas, radiação, cirurgia ou infecção hipofisárias.

Menos de 1% dos casos.

Metástases hipofisárias de neoplasias malignas primárias e nas mulheres infarto provocado por hemorragias no momento do parto (Sd. Sheehan).

  • Avaliação de anticorpos antitireoidianos (antiperoxidase – antiTPO) para causa autoimune.
  1. Quais as alterações histológicas principais das tireoidites autoimunes. Correlacione os achados histológicos com suas fisiopatologias.

Hashimoto:

Histologia: folículos linfóides secundários (centros germinativos) na tireóide. Lembra um linfonodo. Os folículos tireoideos são pequenos e revestidos por células epiteliais com abundante citoplasma granular e eosinofílico denominadas células de Hürthle. Como os folículos tireoideos são pequenos e muitos estão destruídos ocorre hipotireoidismo.

Graves:

Hiperplasia e hipertrofia dos folículos

Histologia: característica dominante é o EXCESSO de células. Células epiteliais foliculares altas e mais aglomeradas do que o habitual, o que pode resultar em pequenas papilas que se projetam na luz folicular invadindo o coloide. O coloide existente no interior da luz folicular é pálido e com margens recortadas. Aumento notável do tecido linfoide no estroma entre os folículos. Áreas com agregados linfoides grandes. A hipertrofia e hiperplasia folicular leva ao aumento da produção dos hormônios tireoideanos, levando ao quadro clínico.

  • Aumento difuso da glândula (hipertrofia e hiperplasia de células foliculares)
  • Cápsula intacta.
  • Folículos revestidos por células colunares altas e aspecto hipercelular, repletos de colóide pálido, com margens recortadas.

A punção aspirativa por agulha fina tem sido aceita como método rápido, preciso e de baixo custo para avaliação de nódulos da glândula tireóide, tendo um importante papel propedêutico na diferenciação entre nódulos benignos e malignos. Possui duas importantes limitações que são o material insuficiente ou inadequado e os resultados considerados como proliferação folicular.

  1. Disserte sobre a principal neoplasia maligna da tireoide.

O carcinoma papilífero é o principal.

Macroscopia: nódulo com aspecto leitoso, pode ter crescimento exofítico (para fora).

Microscopia: núcleo com aspecto vazado, podendo ter fenda. Os núcleos das células do carcinoma papilar, contêm cromatina finamente dispersa que confere um aspecto claro ou vazio, dando origem a designação de núcleos de vidro moído ou na órfã Annie.

Clínica:

  • 70 – 80% dos casos
  • 2 – 3 vezes mais em mulheres
  • O achado é um nódulo com crescimento muito lento
  • Em 20 – 80 % é multicêntrico com disseminação linfática intra glandular
  • Em 30 % é bilateral
  • Disseminação linfática para linfonodos cervicais
  • Podem dar metástases à distância
  • Apresentam os psamomas que são células hialinizadas ou necróticas com depósito de cálcio

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