Histologia do Esmalte Dentário: Formação e Estrutura

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Esmalte Dentário: Origem, Estrutura e Formação

Origem: Ectoderma

O esmalte é o único tecido mineralizado acelular (após a formação) e avascular, caracterizado por sua alta resistência, embora seja friável.

Estrutura do Esmalte

  • Conteúdo Inorgânico: 97% - Cristais de fosfato de cálcio (Hidroxiapatita).

Fases da Amelogênese

Fase Morfogenética: O epitélio interno do órgão do esmalte determina a forma da coroa do dente (Campânula).

Fase de Diferenciação: As células do epitélio interno do órgão do esmalte tornam-se pré-ameloblastos após a inversão de sua polaridade. Células cilíndricas e formação do estrato intermediário. A diferenciação em ameloblastos só é completa após a deposição da primeira camada de dentina.

Histologia do Esmalte Durante a Diferenciação

As células tornam-se mais compridas e ricas em Complexo de Golgi e Retículo Endoplasmático.

Estrato Intermediário: Elabora fosfatase alcalina, enzima essencial para a mineralização da matriz do esmalte. Em conjunto com as células do epitélio interno, forma uma unidade funcional responsável pela formação do esmalte.

Dos pré-ameloblastos surgem numerosos prolongamentos que se projetam para a matriz da dentina em mineralização, originando os ameloblastos.

Fase Secretora: Início da amelogênese propriamente dita, com a secreção de moléculas da matriz orgânica do esmalte.

Composição da Matriz Orgânica
  • Proteínas (não colágenas), carboidratos e lipídios.
  • Proteínas: Amelogeninas e não amelogeninas (Enamelina, Tufelina, Glicoproteínas: Ameloblastina, Amelina, Bainhalina).

A mineralização se inicia logo após o início da secreção da matriz orgânica (15% da matriz recém-formada).

Os primeiros cristais de hidroxiapatita são depositados em contato direto com a dentina do manto, formando uma camada mineralizada contínua.

Após a deposição da primeira camada de esmalte, os ameloblastos desenvolvem uma projeção cônica chamada de Processo de Tomes, que comanda e orienta o esmalte em formação, estruturado pelo arranjo dos cristais de mineral em unidades denominadas prismas.

Alterações nos Constituintes dos Órgãos do Esmalte
  • Estrato intermediário: Alta atividade da enzima fosfatase alcalina.
  • Órgão do esmalte: Sofre colapso, aproximando os ameloblastos do epitélio externo (folículo dentário), tornando-se a única fonte de nutrição.

Ao terminar a fase de secreção, o ameloblasto não apresenta mais o processo de Tomes.

Fase de Maturação: Os ameloblastos diminuem de tamanho e tornam-se células cilíndricas baixas.

  • Ameloblastos com superfície lisa: Remoção de elementos orgânicos e água.
  • Ameloblastos com superfície com dobras: Bombeiam íons cálcio e fosfato para a matriz, permitindo um rápido crescimento dos cristais de hidroxiapatita (Maturação Pré-Eruptiva).

Fase de Proteção: Todos os ameloblastos adquirem estrutura superficial lisa e formato cúbico (Ameloblastos Protetores).

Maturação Pós-Eruptiva: Perda de água, diminuição do conteúdo orgânico e aumento da cristalinidade.

Estruturas Especiais do Esmalte
  • Prismas: Barras ou colunas cilíndricas que se estendem desde a camada aprismática até a superfície externa.
  • Estrias Incrementais de Retzius: Linhas incrementais de crescimento que surgem no período de repouso, refletindo a mudança de direção dos ameloblastos durante a formação dos prismas.
  • Tufo: Áreas hipomineralizadas que contêm a proteína Tufelina.
  • Esmalte Nodoso: Regiões de entrecruzamento de prismas nos vértices das cúspides.
  • Lamela: Áreas hipomineralizadas que vão da JAD à superfície.

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