Histologia: Tecidos e Sistemas do Corpo

Esmalte

Tecido mais duro e mineralizado do corpo, formado pela secreção de ameloblastos. Composição: minerais, água e matéria orgânica.

Estrutura

• Interna: prismas, linhas de Retzius, fusos, esmalte nodoso.
• Externa: periquimácias e esmalte aprismático.

Amelogênese

Processo de formação do esmalte.

1. Fase morfogenética
2. Diferenciação: células se tornam cilíndricas, inversão de polaridade, pré-ameloblasto se torna ameloblasto quando a primeira camada de dentina é depositada, liberação de enzimas.
3. Secretora: desenvolvimento do RER e complexo de Golgi, citoesqueleto, início da deposição de proteínas e cristais de hidroxiapatita, processo de Tomes (projeção citoplasmática do ameloblasto).
4. Maturação: aumento da mineralização do esmalte, bombeamento de íons de cálcio e fosfato, remoção de água.
5. Protetora: células voltam a ser cúbicas, epitélio se descama após a erupção do dente.

Periodonto

• De sustentação: cemento, ligamento periodontal e osso alveolar.
• De proteção: gengiva.

Cemento

Mineralizado, avascular, recobre a raiz do dente. Pode ser:

• Celular: possui fibras mistas de origens intrínsecas e extrínsecas. Sua mineralização não é tão homogênea e há presença de cementoblastos e cementócitos responsáveis por secretar a matriz de fibras colágenas e proteínas mineralizantes.
• Acelular: formado por fibras colágenas extrínsecas provenientes do ligamento periodontal.

Ligamento Periodontal

Articula o dente e o processo alveolar. Constituído por tecido conjuntivo frouxo não mineralizado. Seu desenvolvimento se dá com células ectomesenquimais do folículo dentário que se diferenciam em fibroblastos. Estes secretam a MEC do ligamento e fibras de colágeno.

• Fibras principais: se inserem do osso alveolar ao cemento, são feixes de fibras colágenas entrelaçadas.
• Fibras secundárias: localizadas entre as principais.
• Fibras de Sharpey: porções das fibras colágenas que se inserem no osso alveolar e no cemento.
• Fibras oxitalânicas: possibilitam leve movimento dos dentes, formadas por fibrilas.

Osso Alveolar

Porção interna da cripta do processo alveolar, constituída por lamelas paralelas com osteócitos em lacunas.

• Fibras intrínsecas: colágeno tipo I secretadas pelos osteoblastos.
• Fibras extrínsecas: colágeno secretado por fibroblastos do ligamento.

Gengiva

Parte da mucosa oral localizada ao redor do colo do dente.

• Marginal: epitélio juncional que estabelece adesão com o esmalte.
• Epitélio do sulco: não há aderência com a superfície dentária.
• Sulco gengival: fluido crevicular.
• Vertente externa: epitélio estratificado queratinizado.

Tubo Digestório

Esôfago, estômago, intestino delgado, intestino grosso e ânus.

Estrutura Geral

• Mucosa: epitélio, tecido conjuntivo, muscular da mucosa.
• Submucosa: plexo nervoso submucoso, tecido conjuntivo e glândulas.
• Muscular: circular interna, longitudinal externa e plexo nervoso mioentérico.
• Serosa/adventícia

Esôfago

• Mucosa: epitélio estratificado pavimentoso não queratinizado, lâmina própria.
• Muscular: músculo estriado esquelético na porção anterior, plexo nervoso mioentérico, circular interna e longitudinal externa.
• Submucosa: plexo nervoso submucoso, glândulas de secreção mucosa.

Estômago

Secreção de enzimas e hormônios, digestão parcial. Possui 4 regiões:

• Fundo: fossetas curtas e glândulas grandes.
• Cárdia: fossetas curtas e glândulas pequenas.
• Corpo
• Antro pilórico: fossetas longas e glândulas pequenas.

Sua mucosa é revestimento epitelial que invagina em direção à lâmina própria. Epitélio cilíndrico simples produz muco que protege o epitélio contra o pH ácido do estômago. As glândulas de Brunner secretam muco alcalino.

Intestino Delgado

Vilosidades intestinais, glândulas intestinais, células caliciformes.

• Jejuno: lâmina basal contínua, linfócito intraepitelial, junção oclusiva, células caliciformes.
• Íleo: lâmina basal descontínua, conteúdo luminal misturado com muco, linfócito que migra para nódulo linfoide subjacente.

Intestino Grosso

Epitélio simples cilíndrico com muitas células caliciformes.

Célula Parietal: responsável por produzir e secretar HCl, que adequará o pH gástrico de forma a possibilitar a cinética das enzimas.

Glândulas Salivares

Maiores

Envolvidas por tecido conjuntivo denso, sistema de ductos excretores.

• Lobos: tecido conjuntivo denso.
• Lóbulos: tecido conjuntivo frouxo.
• Parótida: secreta amilase, ácinos serosos.
• Submandibular: secreta lisozima e lactoferrina.
• Sublingual: secreta lisozima.

Menores

Espalhadas por toda a mucosa oral e submucosa, ductos curtos.

Unidade Secretora Básica

Ácinos

• Mucoso: tubulares e contêm células mucosas que secretam mucina.
• Seroso: esféricos e contêm células serosas que secretam proteínas.
• Misto: intercalar (células cúbicas e baixas), estriado (células cúbicas e cilíndricas, reabsorve Na+ e secreta íons) e excretor.

Célula Mioepitelial: facilita a liberação de secreção.

Saliva

Protege o dente e mineraliza, função imunológica, digestão. Sua composição é mucina e água que possibilita o meio aquoso para reações.

• Lisozima: defesa imunológica.
• Amilase e lipases salivares: quebram carboidratos e lipídeos.

Pâncreas

Secreta enzimas digestivas e endócrinas, revestido por tecido conjuntivo frouxo, glândula mista com sua porção endócrina sendo ilhotas de Langerhans. Essa parte endócrina produz hormônios que são liberados na corrente sanguínea e sua porção exócrina é composta por ácinos serosos, amilases, lipases e ativação de pré-enzimas no intestino.

Fígado

Função endócrina e exócrina. Neutraliza substâncias tóxicas.

Suprimento sanguíneo

• 70% veia porta com sangue rico em nutrientes e pobre em O₂.
• 30% artéria hepática com sangue oxigenado.

Organização

• Lóbulos hepáticos: estruturas hexagonais.
• Sinusoides.
• Espaço porta: veia porta, ducto biliar e artéria hepática.
• Veia centrolobular.
• Cordões hepáticos.

Espaço perissinusoidal (ou Disse): espaço entre a membrana plasmática dos hepatócitos e os capilares sinusoides.

Célula de Ito: síntese e armazenamento de vitamina A.

As microvilosidades facilitam a troca de moléculas entre o sangue e os hepatócitos.

Célula de Kupffer: digere hemácias antigas e fagocita bactérias.

Hepatócito

• Função exócrina: bile (composição: água, sais biliares, colesterol, ácidos graxos e bilirrubina; serve para emulsificar gordura e veículo para excreção de substâncias).
• Função endócrina: conversão de hormônios em formas ativas.

Armazenamento de lipídeos e glicose, síntese de proteínas plasmáticas.

Canal de Hering: revestido por colangiócitos e hepatócitos.

Dúctulo Biliar: revestido por colangiócitos que são células presentes nos sinusoides hepáticos, possuem função fagocitária além de digerir hemácias.

Vesícula Biliar

• Mucosa: células epiteliais colunares, tecido conjuntivo frouxo.
• Muscular: músculo liso.
• Adventícia ou serosa: tecido conjuntivo denso.

Canalículo Biliar: entre dois hepatócitos costuma ter um. É a primeira instância de secreção de bile, que é tributado pelos próprios hepatócitos ao exocitarem os componentes biliares.