História da Dança: Da Pré-História à Contemporaneidade
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A dança é uma das expressões artísticas mais antigas. Na pré-história, dançava-se pela vida e pela sobrevivência. O homem evoluiu e a dança obteve características sagradas; os gestos eram místicos e acompanhavam rituais. Na Grécia, a dança ajudava nas lutas e na conquista da perfeição do corpo, já na Idade Média se tornou profana, ressurgindo no Renascimento. A dança tem história, e essa história acompanha a evolução das artes visuais, da música e do teatro.
Dança Primitiva
A dança nasceu associada às práticas mágicas do homem. Com o desenvolvimento da civilização, o rito separou-se da dança. O homem dançava pela sobrevivência, dançava para a natureza em busca de mais alimentos, água e também em forma de agradecimento. A dança era quase um instinto, e esses acontecimentos, registrados nas paredes de cavernas em forma de desenhos, ficaram conhecidos como arte rupestre.
O homem primitivo pintava nas paredes das grutas, cavernas e galerias subterrâneas cenas de caça e rituais que representavam a caçada. Pareciam acreditar ser possível, pela representação pictórica, alcançar determinados objetivos, como abater um animal, por exemplo.
Danças Milenares
- Egito: A dança no antigo Egito era ritualística e tinha características sagradas. Dançava-se para os deuses, em casamentos e funerais.
- Grécia: A dança originou-se de rituais religiosos; os gregos acreditavam no seu poder mágico, assim, os vários deuses gregos eram cultuados de diferentes maneiras. As danças preparavam fisicamente os guerreiros e sempre eram feitas em grupos. A dança era muito difundida na Grécia Antiga; importante no teatro, a dança se manifestava por meio do coro.
- Roma: A dança entra em decadência, pois nunca foi privilegiada, e só vai recuperar sua importância no Renascimento.
Idade Média
Nesse período, a dança, como todos os outros movimentos artísticos, sofreu um retrocesso. A dança, pelo fato de utilizar o corpo como expressão, foi considerada profana; porém, continuou sendo praticada pelos camponeses.
Renascimento
A dança ressurge, é apreciada pela nobreza, adquirindo um aspecto social e tornando-se mais complexa. Passa a ter estudos específicos feitos por pessoas e grupos organizados, sendo conhecida como balé. Até essa época, a dança era algo improvisado; só a partir do Renascimento passa de atividade lúdica, de divertimento, para uma forma mais disciplinada, surgindo repertórios de movimentos estilizados. O uso do termo balé, na época balleto, significava um conjunto de ritmos e passos. A moda do balleto na Itália se espalhou também pela França durante o século XVI.
O século XVII é considerado o grande século do balé, saindo dos salões e transferindo-se para os palcos, provocando mudanças na maneira de se apresentar; surgindo, assim, os espetáculos de dança. A partir do século XVIII, o drama-balé-pantomima é executado nos palcos dos teatros por verdadeiros profissionais de ambos os sexos. A dança adquire todo o seu esplendor, com ricos e belos cenários e figurinos.
Romantismo
O termo Romantismo é absorvido pelo balé que, até aquela época, falava de histórias de fadas, bruxas e feiticeiras. Procurou recuperar a harmonia entre o homem e o mundo. É nessa época, no século XVIII, que os bailarinos começam a usar sapatilhas, completando a revolução do balé. Na segunda metade do século XIX, uma mulher novamente iria revolucionar toda a dança: Isadora Duncan, provocando uma imensa renovação com uma dança mais livre, mais solta e mais ligada à vida real.
Dança Moderna
A dança moderna é uma negação da formalidade do balé. Os bailarinos trabalham mais livres, porém não rompem completamente com a estrutura do balé clássico. Os movimentos corporais são muito mais explorados; existe um grande estudo das possibilidades motoras do corpo humano. Solos de improvisação são bastante frequentes.
Martha Graham e Nijinski são os grandes revolucionários da dança dessa época. Serge Pavlovitch Diaghilev (ou Nijinski), russo, mesmo não sendo um dançarino, criou condições míticas para a dança. Martha Graham, nos Estados Unidos, na década de cinquenta, criou uma nova maneira de dançar independente da música, baseando-se principalmente nos sentimentos que qualquer som pode provocar, abrindo espaço para todas as possibilidades da dança.
Dança Contemporânea
A arte contemporânea é complicada de se compreender porque é algo que não é previsível; é o novo, é a ruptura com aquilo que conhecemos como arte. Na dança, a contemporaneidade fica mais evidente, pois ela deixa de ter uma estrutura clara, preocupando-se mais com a transmissão de conceitos, ideias e sentimentos do que com a estética.
A dança contemporânea surgiu na década de 1960 como uma forma de protesto ou rompimento com a cultura clássica. Depois de um período de intensas inovações e experimentações, que muitas vezes beiravam a total desconstrução da arte, finalmente — na década de 1980 — a dança contemporânea começou a se definir, desenvolvendo uma linguagem própria. Os movimentos rompem com os padrões clássicos e os movimentos da dança moderna, modificando o espaço e usando não só o palco como local de referência.
A dança contemporânea é uma explosão de movimentos e criações; o bailarino escreve no tempo e no espaço conforme surgem e ressurgem ideias e emoções. Os temas refletem a sociedade e a cultura nas quais estão inseridos — uma sociedade em mudança — e são diversificados, abertos e pressupõem o diálogo entre o dançarino e o público numa interação entre sujeitos comunicativos. O corpo é mais livre, pois é dotado de maior autonomia.
A dança contemporânea é uma circulação de energia: ora explosiva, ora recolhida. A respiração, a alternância da tensão e do relaxamento em Martha Graham; o desequilíbrio e o jogo do corpo com a gravidade em Doris Humphrey; e Etienne Decroux, que faz trabalhar o diálogo da pele e do espaço, retornando às origens do movimento. A dança contemporânea não possui uma técnica única estabelecida; todos os tipos de pessoas podem praticá-la.