História da Grécia Antiga: Períodos e Organização

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Período Pré-Homérico (2800 – 1100 a.C.)

As pessoas começaram a se agrupar de duas maneiras:

  • Comunidades Gentílicas – Acreditavam descender de um mesmo ancestral comum, não importava qual origem desse ancestral (vegetal, mineral, animal etc.). O chefe era o Pater (responsável jurídico, militar, chefe religioso e governante), escolhido entre os mais velhos devido à sabedoria.
  • Reinos – Micênico, Troiano, Cretense.

Reino Micênico (Micenas)

Um reino fraco e frágil. Havia um Rei, e sua família compunha o corpo administrativo.

O Rei organizava o povo prometendo-lhes comida (saqueada de outros lugares). Em troca, o Rei pedia 50% de tudo que era produzido por todos os moradores do reino e, nos momentos de intempérie, eles saíam para pilhar para todos do reino. Nunca houve revolta do povo contra o Rei e sua família.

Reino Troiano (Ilion ou Troia – Ásia Menor)

Solo cultivável e muito produtivo. O reino surgiu para proteção do solo cobiçado. Viviam da agricultura, 50% de tudo que era produzido era dado ao Rei, em troca o mesmo defendia o reino. Algumas pessoas eram contra o esquema e se foram de Troia.

Cretense (Creta – Ilha no Sul)

Viviam da Talassocracia, que é o comércio como atividade principal (a agricultura era secundária). O principal comércio era o de cerâmica. O reino foi organizado por um Rei e o mesmo habitava o palácio de Cnossos, que foi construído com o objetivo de dificultar a entrada, o que faz os historiadores acreditarem que o Rei de Creta não quisesse ser encontrado. O povo devia pagar 50% de tudo produzido ao Rei. Como nem sempre o comércio era um negócio lucrativo, acredita-se que o Rei construiu seu castelo para dificultar o acesso à sua fortuna pelo povo.

*O Rei Minus (Mito da Ariadna) - Os historiadores acreditam que algum Rei possuiu um defeito genético que lhe assemelhava a um touro.

Todos os Reinos tinham o esquema de 50% para o Rei.

Em torno de 1700 a.C. chegaram à Grécia povos indo-europeus (povos vindos da Europa):

Foram os Aqueus, Eólios, Jônios e Dórios, chegaram nessa ordem. Posto assim, os Dórios foram os últimos a chegar. Os demais se organizaram de maneira pacífica, alguns criaram comunidades, outros se inseriram nos reinos já existentes, mas de maneira pacífica. Já os Dórios já tinham domínio sobre a técnica de fundição do ferro, enquanto os gregos dominavam apenas a fundição do cobre, o que lhes deixou em desvantagem sobre o ataque dos Dórios. Assim sendo, após a invasão do povo Dório, houve uma desestruturação da sociedade e chega ao fim o período Pré-Homérico.

Período Homérico (1100 a 700 a.C.)

A organização econômica do período Homérico são os Oikoi (Singular: Oikos; Plural: Oikoi).

(Oikos: Unidade produtora)

A autarquia do Oikos o obrigava a ser autossuficiente em tudo. Os dois produtos vindos de fora eram os metais (armas) e os escravos. Porém, o comércio era mal visto e considerado atividade bárbara. Para saciar as necessidades do Oikos, existia a prática do dom e contra dom (presentiação entre os chefes dos Oikoi), e a pilhagem e o saque. Porém, nessa prática, havia o negativo de se ter um contra-saque.

Classes que formavam os Oikoi:

  • Chefes guerreiros
  • Homens livres: Pastores, agricultores e demiurgos (homens com especialização).
  • Teta: sem ofício
  • Escravos: exerciam trabalhos domésticos.

A política era uma aristocracia fechada. As uniões davam-se por laços de parentesco, fidelidade e amizade.

A principal fonte da época são os livros de Homero (Ilíada e Odisseia).

A Guerra de Troia: durou 10 anos, foi a guerra entre os Oikos de Atena e Troia. Foi motivada pela cobiça pelo comércio no mar Egeu e pelo solo rico da Ásia Menor. Não há relato de vencedor.

Período Arcaico (700 a 500 a.C.)

Organização em Pólis (Cidades-estados). Cada cidade-estado era dona de si. A Grécia Antiga nunca conseguiu se unificar, sempre tendo várias organizações.

As Póleis não conseguiam viver harmonicamente, como também não conseguiram nas outras organizações.

Para se constituir uma Pólis, se fazia necessário: Praça (Ágora), Acrópole (fortaleza em torno da cidade), edifícios públicos e religiosos. Poucos lugares se constituíram como Póleis. As mais famosas e que deram estilo ao modelo foram a Ateniense e a Troiana.

Os lugares que não constituíam uma Pólis eram considerados Estados-ethnos (estado-povo). São muito mais numerosos que as Póleis.

Em Atenas, se constituía uma democracia escravista, de escravos conquistados de guerra e de Hectemor (era o escravo por dívida).

(Em Troia, nunca houve escravidão, apesar da subjugação da população).

A força do mundo grego vem do campo, seu sustento vem do campo.

  • Formação de Colônias
  • Apoikia – tipo mais frequente de colônia, um grupo de pessoas se estabelecia em uma comunidade com objetivo de tirar o sustento desse lugar.
  • Empórion – estas tinham objetivo de estabelecer contato com regiões que pudessem fornecer mercadorias indispensáveis. Os colonizadores não se estabeleciam na região, eles iam, comerciavam e retornavam à Grécia.

O modelo de Pólis mais visto foi o de Atenas.

O comando do estado é dos privilegiados. O trabalho intelectual é sempre mais bem visto, o trabalho manual era visto como inferior.

Período Clássico (apogeu das Póleis 500 a 336 a.C.)

*Modelo das Pólis:

Esparta

Grupos sociais:

  • Esparciatas ou espartanos - camada dominante, exerciam atividades políticas. A camada dominante tem subdivisões:
    • Homoioi: Donos das melhores terras, vão pagar a Sissítia (banquetes para os que estavam nessa classe).
    • Koroi: guardas do Rei, são proprietários de terras intermediárias.
    • Hipomeione: têm terras menos produtivas e não podem pagar a Sissítia.
  • Krypte: são jovens que, testados na guerra, quando não mostram boa desenvoltura, caem para o segundo grupo, os Periecos.
  • Periecos: são indivíduos que só desenvolvem trabalho manual (agricultura, pecuária e manufatura). Não há ascensão social. Na guerra, combatem em linha de frente.
  • Hilotas: são servos de Estado, não têm ofício, trabalham com qualquer coisa por um prato de comida como pagamento (próximos ao Teta).

Política espartana

Regime de Diarquia (governo de 2 Reis, 2 monarcas). A Diarquia recebia o auxílio de dois órgãos:

  • A Gerúsia: órgão comparado ao senado e é administrado por 28 Gerontes (como senadores). Auxiliam aos Reis e têm a responsabilidade de escolhê-los.
  • A Ápela: É formada por todos Cidadãos espartanos (esparciatas). São responsáveis pela escolha dos 28 Gerontes. É tida como uma assembleia.

“Só participam da atividade política os de camada dominante, os espartanos ou esparciatas”.

Atenas

Divisão social

  • Eupátridas (bem nascidos), donos das melhores terras, fazem a atividade política. (No início, só eles são cidadãos) não pagam impostos, fazem doação.
  • Metecos: estrangeiros que moravam em Atenas, elemento de segunda categoria. Pagam 2 impostos (Metoikon e o de sua categoria). Sua presença é fundamental nas Póleis.
  • Escravos: nascido escravo, conquista de guerra, meteco devedor.

*Os filhos de metecos, nascidos em Atenas, são tratados como estrangeiros. O meteco enriquecido, além do dinheiro, quer poder. Ele tem dinheiro, mas o poder está na mão dos esparciatas.

Exército

Para formar um corpo militar, Atenas forma colônias militares, as Cleruquias. Não dá certo devido às atividades rotineiras do povo das Cleruquias se fazerem mais necessárias que as atividades militares.

Política

Atenas era governada por um sistema chamado Arcontado (Arcontes - Magistrados), um governo com 9 Arcontes: um para religião, um para área militar, um para área de justiça e 6 legisladores.

Revolta dos Metecos

Os metecos enriquecidos e seus descendentes reclamam e ameaçam parar suas atividades. Eles usam o fato das leis serem orais. Para eles, devido a esse fato, eles saíam prejudicados. Afirmavam que as leis, quando escritas, não deixam brechas para especulações. Chamaram um Arconte, Arconte Drácon, o mesmo escreveu os direitos, porém apenas dos Eupátridas, e deixou de lado o direitos dos Metecos e seus descendentes, não resolvendo o problema da revolta dos Metecos. Os Metecos, revoltados, deram um basta e ameaçaram novamente a parar suas atividades. Como a presença dessa categoria na sociedade ateniense é fundamental, chamaram outro Arconte, o Sólon, que redivide a sociedade, que deixa de ser dividida por posse de terras e sim pela riqueza. Ele usa as Medinas para quantificar a riqueza (eram potes onde se punham líquidos e grãos para quantificar a riqueza). Os legisladores fazem essa contagem.

1º grupo após a divisão de Sólon:

RiquezaArconteBuléHelieuAssembleia
500 medinas ou mais (Pentacosimedinas)XXXX
300 Medinas (Hippies)XXXX
200 medinas (Zegitas)Não participamXXX
-200 medinas (Teta)Não participamNão participamXX

*Só podem ser Arcontes os Pentacosimedinas e os Hippies

*A Bulé é o órgão responsável pelas leis, só os Tetas não participam dele.

*Helieu é um tribunal, vai fazer o julgamento. Todos participam.

*Na Bulé, eles apresentam as leis, os Arcontes aprovam ou não. Se for aprovado, são os Arcontes que efetivam a lei.

*O Helieu é o tribunal que julga todos os delitos.

*A Assembleia discute todos os problemas da sociedade.

2º Grupo: Metecos, pois os mesmos continuam chegando e estabelecendo-se, estrangeiros. Seus filhos ascendem ao novo grupo, conforme suas riquezas.

3º Grupo: Escravos - Continuam da mesma maneira.

-A reforma de Drácon foi em 621 e a de Sólon em 594 a.C.

Os Eupátridas não são contra a reforma de Sólon devido ao poder dos Metecos, e também à continuação do poder na mão dos Eupátridas. Porém, um Eupátrida chamado Psístrato, insatisfeito com a reforma, promove um golpe junto com um grupo militar e impõe a Tirania. Ele conta com a ajuda dos Tetas (-200 medinas), devido ao crédito agrícola que oferece aos menos providos. Porém, ao passar o comando aos seus filhos, primeiro a Hípias, que não suporta a pressão e entrega a seu irmão Hiparco, o poder da tirania cai quando Hiparco é assassinado. Com o fim da tirania, Clístenes assume o poder e restabelece a estrutura de Sólon. Clístenes deu origem aos Demos, que foram de dois tipos: Cidade e Rurais.

*Demos: Região administrativa.

*Clístenes deixa claro que na Bulé, no Helieu e na Assembleia deve haver representação de todos os Demos.

Invasão Persa

Esta era a situação da Grécia até a invasão do povo Persa (Medo-Persa, por isso chamada de guerra Médica).

O Povo grego venceu, com grande dificuldade e após a união de todos. Atenienses e Troianos tiveram que se unir na batalha de Salamina. Em 449, os persas foram expulsos. A união das Póleis deu-se pela Confederação de Delos. Delos era a Ilha onde ficou todo o tesouro de guerra conquistado.

Os invasores foram Dário e Xerxes (ambos Medo-Persas).

Com o fim da guerra, Atenas se pronunciou dizendo que levaria o tesouro, afirmando que ainda poderia haver novas invasões e que o tesouro estaria mais seguro em Atenas. Esparta não concordou e saiu da confederação. Atenas avisou às outras Póleis que invadiria quem saísse com Esparta. Porém, Esparta, militarizada como era, garantiu a saída dando apoio aos revoltosos como ela. Esparta fundou a Liga do Peloponeso para garantir a saída, e Atenas fundou a Liga de Delos para garantir a permanência das Póleis na confederação. Estava armado o cenário para uma nova guerra. O motivo para o início se deu quando uma colônia, Córcira (Colônia de Corinto), aliada de Esparta, quis comercializar com Atenas. A partir daí, iniciou-se a Guerra do Peloponeso, que durou 28 anos (431 a 404 a.C.). A vitória foi de Alexandre, o Grande (Alexandre da Macedônia). O poder do mesmo foi menosprezado pelos gregos, que não contavam com o grande conhecimento da estrutura das Póleis gregas. O “Mestre” de Alexandre foi Aristóteles. No fim, com a vitória de Alexandre, a Grécia virou colônia da Macedônia.

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