História do Pensamento Econômico: Da Antiguidade ao Mercado
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Evolução Econômica
Antiguidade
Trocas entre artesãos, agricultores, caçadores e pescadores. Na Grécia e Roma, a maior parte da população era composta por escravos. A Filosofia monopolizava o pensamento e as ideias. Entre os romanos, o pensamento econômico ligava-se à política e ao aumento dos domínios.
Idade Média
Pulverização política dos territórios. Sociedade agrícola constituída por nobres, servos e clero. A Teologia católica exerceu grande influência sobre o pensamento econômico. A Igreja condenava a cobrança de juros nos empréstimos. “O justo preço é aquele bastante baixo para poder o consumidor comprar, sem extorsão, e suficientemente elevado para ter o vendedor interesse em vender e poder viver de maneira decente” (Hugon, 1988, p. 51).
Escola Mercantilista
Obter lucro e enriquecer não constituía mais um pecado, desde que fosse obtido honestamente e pelo trabalho. Quem emprestasse o seu dinheiro renunciava momentaneamente ao consumo, devendo ser remunerado. A leitura da Bíblia incentivou a educação, melhorou a produtividade e aumentou o desenvolvimento econômico. Defeito: atribuiu valor excessivo à posse de metais preciosos em detrimento ao trabalho.
Capitalismo
Caracteriza-se pela alocação de fatores produtivos para a produção de bens e serviços destinados ao mercado, com o fim de obter lucro.
- Capitalismo comercial: dinheiro empregado para comprar e vender mercadorias.
- Capitalismo financeiro: dinheiro gerando dinheiro sem comprar e vender mercadorias.
- Capitalismo manufatureiro: comerciantes passaram a produzir os próprios bens que vendiam.
- Capitalismo industrial: adoção crescente de máquinas e equipamentos. Produtos e processos de produção mais baratos.
- Capitalismo monopolista: muitas empresas faliram, surgindo os conglomerados industriais. Concentração do capital: toda empresa procura crescer absorvendo outras.
Escola Fisiocrata
A sociedade era formada pela classe produtiva (agricultores), pela classe dos proprietários de terras e pela classe estéril (pessoas que se ocupavam do comércio, indústria e serviços). Para manter baixos os preços das manufaturas e beneficiar os consumidores, propunham o combate aos oligopólios e o fim das restrições às importações. O principal defeito desse pensamento era a premissa de que somente a terra gera valor.
Economia Clássica
Surgiu em 1776 com a obra “A Riqueza das Nações” de Adam Smith.
- Mão invisível: o livre funcionamento do mercado, com o sistema de preços determinando as quantidades a serem produzidas e vendidas.
- Teoria da população (Malthus): população cresce à taxas geométricas, enquanto a produção de alimentos cresce à taxas aritméticas.
Economia Marginalista
A economia é formada por um grande número de pequenos produtores e consumidores, incapazes de influenciar isoladamente os preços e as quantidades no mercado.
Teorias do Valor
- Valor Utilidade: Um bem possui valor porque apresenta utilidade para o consumidor, ao mesmo tempo em que lhe proporciona satisfação.
- Valor Trabalho: depende da quantidade de trabalho incorporado, medido pelo tempo empregado na sua fabricação.
Pensamento Marxista
Fundamenta-se na teoria do valor-trabalho e deriva da obra “O Capital”, de Karl Marx. Ele retomou e reforçou a ideia de que o sistema produtivo envolve relações sociais, em que os trabalhadores assalariados são explorados pelos empresários capitalistas.
Pensamento Keynesiano
Para retirar a economia da depressão, John Keynes sugeriu que o Estado deveria aumentar seus gastos, investir em infraestruturas básicas e estimular exportações. Também seria necessário estimular os bancos a aumentarem o crédito ao setor privado.
Neoclássicos Liberais e Conservadores
Concordam que apenas a “mão invisível” não é suficiente para levar a economia ao equilíbrio, necessitando da ação complementar do Estado.
- Política Fiscal: aumento dos gastos e diminuição dos impostos.
- Política Monetária: aumento ou diminuição do dinheiro em circulação.
Corrente Estruturalista
Origem latino-americana. Entendem que o desenvolvimento tem sido bloqueado por causas estruturais (estrangulamento de oferta), como estrutura agrária inadequada, oferta insuficiente de capitais e de alimentos e crescimento pífio dos mercados externos para produtos primários.
Solução: reforma agrária, tornando a terra mais produtiva. Pauta exportadora de produtos manufaturados.
Contabilidade Social
Conceito: Sistema de agregados macroeconômicos que registra as atividades econômicas globais de uma economia em determinado período de tempo.
Agregados macroeconômicos básicos: poupança, investimento, produto interno, salários, tributos, exportações, importações.
Função da Contabilidade Social: orientar a política econômica: estabilidade (inflação) x crescimento (renda e emprego).
Mesma moeda: permite medir produções de diferentes bens e serviços.
Agentes Econômicos
- Famílias (unidades consumidoras): proprietárias dos fatores de produção.
- Empresas (unidades produtoras): demandante de fatores.
- Governo (regula e oferece bens públicos).
- Resto do mundo: agentes residentes no exterior.
- Fluxo de bens e serviços.
- Fluxo de capitais:
- Empréstimos (curto e longo prazo; públicos e privados).
- De risco (investimentos diretos).
Mercado de Bens e de Fatores
Estruturas de Mercado
- Depende do número de empresas no mercado.
- Isso define seu poder de mercado.
- Importância da regulação pelo Estado.
Concorrência Perfeita
- Produto homogêneo (sem diferenciação).
- Grande número de vendedores e compradores.
- Conhecimento perfeito do mercado (preço, qualidade).
- Rendimentos à escala constantes (mesmos custos marginais).
- Ausência de barreiras para entrada no setor.
Vantagens da Concorrência Perfeita
Maior quantidade ofertada a preço menor. Máximo bem-estar social.
a) Governo deve assegurar a concorrência:
- Constituição Federal 1988 (Art. 170: ordem econômica, livre concorrência, direito ao trabalho, livre iniciativa e direito do consumidor).
- Educação e informação de fornecedores e consumidores.
Concorrência Imperfeita
Características:
a) Número limitado de vendedores ou compradores.
b) Diferenciação do produto.
c) Informação imperfeita.
d) Vendedores ou compradores influenciam preços e as quantidades comercializadas.
Do lado dos vendedores: monopólio, oligopólio e concorrência monopolística.
Do lado dos compradores: monopsônio e o oligopsônio.
Monopólio
Um único vendedor de um bem ou serviço, podendo haver muitos compradores. Entrada no mercado impedida pela tecnologia, ou pela impossibilidade de outras empresas poderem produzir com custos tão baixos. Produto homogêneo (sem substituto próximo). O monopolista determina o preço de mercado. Monopólio é natural quando existe espaço para apenas uma empresa abastecer o mercado. Monopólio bilateral: apenas um comprador e um vendedor (bem ou serviço homogêneo).
Monopsônio
Apenas um comprador com muitos vendedores. Ex.: Agroindústria em uma região sendo a única compradora de matérias-primas, como leite. Monopsônio puro: quando os vendedores não têm outra alternativa a não ser vender para a firma monopsônica. Ex.: fumicultores que só vendem fumo para a Souza Cruz (contratos de exclusividade).
Oligopólio
Poucos vendedores e muitos compradores. Oligopólio puro: o produto é homogêneo. Ex.: empresas de transporte aéreo. Oligopólio diferenciado: produto diferenciado. Ex.: a) indústria automobilística; b) indústria de eletrodomésticos. Uma ou duas empresas podem dominar o mercado, como a TAM e a GOL. Tentativa de diferenciar o produto: AZUL.
Oligopsônio
Poucos vendedores e muitos compradores. Ex.: poucas agroindústrias que compram de grande número de agricultores (vinho, leite, óleo de soja). Oligopsônio bilateral: poucos vendedores e poucos compradores. Ex.: Empresas siderúrgicas e a indústria automobilística, ou para grandes distribuidores.
Concorrência Monopolística
Grande número de compradores e muitos vendedores, com diferenciação do produto.
Características:
- Produtos semelhantes, mas diferenciados.
- O acesso ao mercado é livre.
- Características do monopólio e da concorrência perfeita.
- Há intensa publicidade.
Exemplos: Material de limpeza, bebidas, cigarros, lâminas de barbear, lâmpadas elétricas.
Outros Órgãos de Defesa do Consumidor
Grupos Executivos de Proteção ao Consumidor (PROCONs estaduais); Departamentos Estaduais de Polícia do Consumidor (DECONs); Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor, da Secretaria de Direito Econômico (Ministério da Justiça); Instituto Nacional de Metrologia (INMETRO): regula peso e medidas, qualidade e conteúdo informativo das embalagens e etiquetas dos produtos.