História de Portugal: Expansão Marítima e Brasil Colonial

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Expansão Ultramarina Portuguesa

A Formação de Portugal

  • Invasão Árabe na Península Ibérica: Expansão dos Mouros ou Muçulmanos.
  • Processo de Reconquista Cristã: Formação dos Reinos de Leão, Castela, Navarra e Aragão.
  • Reino de Portugal: O Condado Portucalense.
  • Portugal: O Primeiro Estado Nacional Europeu.
  • Os senhores feudais portugueses, de fé cristã, foram invadidos pelos árabes (muçulmanos). Em resposta, alguns se uniram para combater os invasores e recuperar seus territórios, formando o Condado Portucalense.
  • Guerra de Independência Portuguesa (1139): O primeiro Estado nacional europeu (e do mundo). Formação da Dinastia de Borgonha (Século XII) sob D. Afonso I, com apoio da burguesia e nobreza.

O que é uma Dinastia?

Uma dinastia é um modo de governo por uma família, transmitindo o poder hereditariamente (de pai para filho).

  • A Dinastia de Borgonha durou 200 anos. Durante esses dois séculos, houve um grande fortalecimento da burguesia e o enfraquecimento da nobreza.

Burguesia e Nobreza: Interesses Conflitantes

  • Burguesia: Tinha o apoio da Coroa e visava o comércio.
  • Nobreza: Visava a união dos reinos e a recuperação de seu status.
  • Essa discordância levou à Revolução de Avis (1385), que marcou o declínio da nobreza.
  • Ascensão da burguesia e modernização do Estado Português: Início da Dinastia de Avis (1385-1580).

A Expansão Marítima Portuguesa

Vantagens de Portugal na Expansão Marítima

  • O Rei apoiava a burguesia.
  • Portugal já era um país unificado.

Objetivos da Expansão: Lucro e Comércio

As especiarias (seda, incenso, temperos, perfumes) vinham do Oriente e eram revendidas na Europa a preços muito elevados.

Os muçulmanos controlavam as rotas comerciais terrestres, forçando os portugueses a buscar novas rotas marítimas.

O Pioneirismo Português

  • Centralização nacional precoce.
  • Posição geográfica favorável.
  • Burguesia forte.
  • Busca de novas rotas comerciais com o Oriente.
  • Escola de Sagres: Fundada pelo Infante D. Henrique, o Navegador, com o objetivo de desenvolver instrumentos náuticos e técnicas de navegação.

As Conquistas Portuguesas

  • 1415: Conquista de Ceuta, importante entreposto comercial no Norte da África (Marrocos).
  • 1425: Descoberta da Ilha da Madeira.
  • 1427: Descoberta dos Açores.
  • 1434: Ultrapassagem do Cabo do Bojador.
  • 1436: Chegada à Guiné.
  • 1488: Ultrapassagem do Cabo das Tormentas (posteriormente renomeado para Cabo da Boa Esperança).
  • 1498: Chegada de Vasco da Gama a Calicute (Índia).

Essa rota contornando a África ficou conhecida como Périplo Africano.

O Tratado de Tordesilhas (1494) dividiu o mundo em duas partes: as terras a serem descobertas a leste de uma linha imaginária pertenceriam a Portugal, enquanto as a oeste, à Espanha.

A Colonização do Brasil (1500-1580)

Período Pré-Colonial (1500-1530)

  • Desinteresse inicial de Portugal em colonizar, devido ao maior lucro obtido com o comércio de especiarias das Índias Orientais.
  • Expedições de Reconhecimento:
    • Exploração e mapeamento do litoral.
    • Proteção contra invasões estrangeiras.
    • Exploração do Pau-Brasil (extrativismo).
  • Extrativismo do Pau-Brasil:
    • Controle régio (real ou do rei) da extração.
    • Utilização de feitorias.
    • Sistema de escambo com os indígenas.
    • Invasões francesas no litoral, contestando o Tratado de Tordesilhas.
  • A colonização implicava povoamento e gasto de capital.
  • Fernão de Noronha foi o primeiro a ter permissão para extrair pau-brasil no Brasil.
  • Escambo: Troca de produtos.

Período Colonial (1530-1580)

  • A formação da colonização.
  • Redução dos lucros portugueses com o comércio de especiarias.

Esquema-do-Pacto-Colonial

Também conhecido como exclusivo comercial ou "soma zero".

  • Objetivos: Acúmulo de riqueza para a metrópole.
  • Administração na Colônia:
    • Capitanias Hereditárias (1532): (Iniciadas por Martim Afonso de Sousa em São Vicente)
      • Sistema já utilizado em domínios da África (Madeira, Açores).
      • 15 lotes de terra, formando 14 capitanias.
      • Concedidas à pequena nobreza portuguesa.
      • Reguladas por Cartas de Doação e Forais.
      • Colonização controlada por particulares.
      • Obrigações dos Capitães Donatários: Proteção dos territórios, busca de riquezas, povoamento e produção agrícola. Além disso, pagavam impostos.
      • Causas do Fracasso:
        • Distância em relação à metrópole.
        • Desinteresse de alguns capitães donatários.
        • Resistência dos indígenas.
        • Grande extensão territorial.
      • Desenvolvimento das Capitanias:
        • São Vicente: Baixo desenvolvimento.
        • Pernambuco e Bahia: Alto desenvolvimento.
    • Governo Geral (1549):
      • Iniciado com o Regimento de Tomé de Sousa (centralização política).
      • Não aboliu o sistema de capitanias.
      • Capitania da Bahia: Sede do Governo Geral.
      • Chegada dos primeiros jesuítas (Manuel da Nóbrega).
      • Governo de Duarte da Costa (1553-1558):
        • Desentendeu-se com o bispo Fernandes Sardinha.
        • Enfrentou o primeiro conflito entre colonos e jesuítas.
        • Enfrentou invasões francesas no Rio de Janeiro.
      • Governo de Mem de Sá (1558-1577):
        • Responsável pela consolidação do Governo Geral.

Capitanias vs. Governo Geral

As capitanias representavam um governo com descentralização política, enquanto o Governo Geral buscava a centralização.

    • Câmaras Municipais:
      • Poderes locais.
      • Controle da justiça, do comércio e da segurança.
      • Compostas por grandes proprietários locais, os "Homens Bons".
    • Divisão Territorial (1572): Criação de dois governos gerais.
      • Norte: Sede na Bahia.
      • Sul: Sede no Rio de Janeiro.
      • Sistema fracassado em 1578.
    • Contato com os Indígenas:
      • Conquista pela violência.
      • Atuação das Missões Jesuíticas.

A Economia Açucareira

Objetivos: Acúmulo de Capital

Baseada no Sistema de Plantation: latifúndio, monocultura e mão de obra escrava africana.

  • Monocultura Açucareira:
    • Experiências anteriores no litoral da África.
    • Clima tropical e solo fértil.
    • Investimento de capital holandês.

Jesuítas e a Escravidão Indígena

Os jesuítas eram contra a escravização dos indígenas.

    • Mão de obra indígena utilizada inicialmente.
    • Predominância do tráfico negreiro africano.
    • Plantações iniciais na Capitania de São Vicente.
    • Principais polos produtores: Bahia e Pernambuco.
    • Alto valor do açúcar no mercado europeu.
    • Atividades complementares: alimento de subsistência, pecuária, mercado interno.
    • Sociedade patriarcal.
    • Pouca mobilidade social.
    • Pequena rigidez da metrópole (em relação ao controle).
      • Reduzido contrabando.
      • População concentrada no litoral.
      • Necessidade de altos investimentos.
    • Atividades Complementares:
      • Pecuária: Gado para transporte e alimentação.
      • Responsável pela ocupação do interior.
      • Utilização de mão de obra livre.

Mão de Obra Escrava e Lucratividade

A mão de obra escrava não era considerada lucrativa para os portugueses em todas as atividades, sendo mais focada na produção açucareira.

A sociedade patriarcal era liderada pelo Senhor de Engenho (o Patriarca). Abaixo dele, estavam os escravos, trabalhadores livres e o Clero.

Importante: A cobrança de impostos incidia apenas sobre os homens livres, o que resultava em um lucro fiscal relativamente pequeno para a Coroa na região.

Drogas do Sertão

  • Produtos medicinais e alimentícios.
  • Características da região tropical.
  • Extrativismo.
  • Responsáveis pela interiorização do território.
  • Produtos para subsistência (tabaco, mandioca, aguardente).

Brecha Camponesa

A brecha camponesa era um sistema de trabalho mais flexível entre o senhor de engenho e os escravos, permitindo-lhes cultivar para subsistência.

União Ibérica e Invasões Estrangeiras

  • Morte de D. Sebastião: Fim da Dinastia de Avis.
  • Domínio de Filipe II, Rei da Espanha.
  • Intensos conflitos entre Espanha e Holanda.
  • Dependência econômica de Portugal em relação à Holanda.
  • União Ibérica (1580-1640): Portugal sob domínio espanhol.

O Brasil Holandês

  • Holanda: Província independente da Espanha.
  • Holandeses proibidos de comercializar com a América Ibérica.
  • 1602: Criação da Companhia das Índias Orientais.
  • 1621: Criação da Companhia das Índias Ocidentais.
  • Invasões Holandesas:
    • Bahia: 1624-1625.
    • Pernambuco: 1630.

Intensos conflitos entre os colonos luso-brasileiros e os invasores holandeses.

D. Sebastião desapareceu na Batalha de Alcácer-Quibir, originando o Sebastianismo.

América Ibérica: Territórios divididos entre Portugal e Espanha (referindo-se às colônias na América do Sul e Central).

Resistência dos Colonos

Os próprios colonos luso-brasileiros combateram os holandeses.

  • Governo de Maurício de Nassau:
    • Objetivo: Segurança e produção de açúcar.
    • Expansão territorial: Conquista de 7 capitanias.
    • Controle do tráfico de escravos.
    • Empréstimos aos colonos e tolerância religiosa.
    • Incentivo à urbanização, arquitetura e missões artísticas.
    • Portugueses: Católicos e protestantes.
  • Fim do Domínio Holandês:
    • Término da União Ibérica.
    • Restauração Monárquica em Portugal.
    • Demissão de Maurício de Nassau.
    • Revolta dos luso-brasileiros contra a nova administração holandesa.
    • Insurreição Pernambucana (1645-1654):
      • Rebeldes pernambucanos contra o domínio holandês.
      • Expulsão dos holandeses.
      • Transferência da produção holandesa de açúcar para as Antilhas.
      • Declínio da produção açucareira portuguesa.
    • Consequências para Portugal:
      • Crise econômica portuguesa.
      • Concorrência da produção holandesa nas Antilhas.
      • Aumento do controle metropolitano (Portugal) sobre o Brasil.
      • 1642: Criação do Conselho Ultramarino.

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