História da Venezuela: Civilizações e Colonização

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Civilizações Pré-Colombianas

Os Maias

Os Maias localizavam-se entre a região de Chiapas (México) e a Península de Yucatán. A população maia organizava-se em cidades autónomas, governadas por um monarca hereditário chamado Halach Uinic. Os Maias tinham uma organização social baseada em diferenças de castas. A sua religião era politeísta.

Os Astecas

Os Astecas localizavam-se no centro do México, ao redor do Lago Texcoco, onde construíram a cidade de Tenochtitlán no século XIV. Em assuntos religiosos, os Astecas eram politeístas.

Os Incas

Os Incas: A fundação do Império Inca é creditada a Manco Cápac, no século XIII. Ele governou a partir da cidade de Cuzco, e o império atingiu uma vasta extensão de aproximadamente 5.000 quilómetros, estendendo-se desde o Equador até ao centro do Chile. O Império Inca, conhecido como Tahuantinsuyu, foi dividido em quatro províncias (suyus) governadas por parentes do Inca: Chinchaysuyu, Antisuyu, Cuntisuyu e Collasuyu.

As Viagens de Colombo e Outras Explorações

Estas viagens de exploração, posteriores às de Colombo, decorreram principalmente entre 1499 e 1519. Entre elas, destacam-se:

  • Alonso de Ojeda e Américo Vespúcio (que posteriormente deu nome ao continente) chegaram à costa da atual Venezuela em 1499, recolhendo notícias sobre as suas riquezas.
  • No mesmo ano, 1499, Vicente Yáñez Pinzón tornou-se o primeiro europeu a chegar ao Rio Amazonas e, segundo vários historiadores, deve ser considerado o verdadeiro descobridor do Brasil.

Estas viagens, apesar de limitadas nos seus objetivos, forneceram muita informação à Coroa Espanhola.

Governações Coloniais na Venezuela

Governação de Margarita

A Governação de Margarita foi criada por Decreto Real de 18 de março de 1525 e atribuída ao conquistador Marcelo de Villalobos.

Governação da Venezuela

A Província da Venezuela foi criada em 27 de março de 1528. A Coroa Espanhola assinou uma capitulação com a família Welser, concedendo a Ambrosio Alfinger o título de primeiro governador e capitão-geral da província.

Governação de Trinidad

Ao explorador Rodrigo de Bastidas foi concedida a Governação de Trinidad em 1521, mas ele não conseguiu torná-la efetiva.

Governação de Cumaná

A Governação de Cumaná (também conhecida como Nova Andaluzia) foi criada em 15 de maio de 1568 e concedida ao conquistador Diego Fernández de Serpa.

Governação da Guiana

A capitulação para a Governação da Guiana foi assinada em 1565 por Gonzalo Jiménez de Quesada e a Audiência de Santa Fé de Bogotá.

Governação de Maracaibo

A governação de La Grita foi transferida para Mérida em 1622. Posteriormente, esta entidade incorporou o território de Maracaibo, passando a denominar-se Província de Maracaibo em 1676.

Unificação Administrativa Colonial

Capitania Geral da Venezuela

No início do século XVIII, o território que viria a ser a Venezuela estava dividido em várias províncias autónomas. Estas dependiam judicialmente da Real Audiência de Santo Domingo e da Real Audiência de Santa Fé de Bogotá. A Capitania Geral da Venezuela foi criada em 1777, unificando estas províncias sob um único comando militar e político.

Intendência do Exército e Real Fazenda

A Intendência de Exército e Real Fazenda de Caracas foi criada em 8 de dezembro de 1776, por decreto do Rei Carlos III, para administrar as finanças e o abastecimento militar.

Real Audiência de Caracas

A Real Audiência de Caracas foi fundada em 31 de julho de 1786, com o objetivo de tratar diretamente das questões legais e da administração da justiça nas províncias da Venezuela, centralizando-as em Caracas.

Arcebispado de Caracas

O Arcebispado de Caracas foi criado em 24 de novembro de 1803, com o objetivo de unificar e centralizar as atividades da Igreja Católica na região.

Impostos Coloniais

Os impostos coloniais eram contribuições monetárias impostas pela Coroa Espanhola nas suas colónias americanas para gerar receita.

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Sociedade Colonial

A Mestiçagem

Nos primeiros anos da conquista e colonização do território, os espanhóis tiveram dificuldade em estabelecer famílias estáveis como era costume na Europa. Com o passar do tempo, a sociedade colonial deu origem a diversos grupos resultantes da miscigenação, tais como:

  • Branco com Indígena = Mestiço
  • Branco com Negro = Mulato
  • Indígena com Negro = Zambo (ou Cafuzo)

Luta pela Independência

A Primeira República (1810-1812)

Em 19 de abril de 1810, Caracas iniciou um movimento de ruptura com a ordem colonial imposta pela Espanha durante mais de 300 anos. A Constituição da Venezuela de 1811 baseou-se na doutrina da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, bem como no modelo republicano dos Estados Unidos da América.

Causas da Perda da Primeira República

No final de 1812, Simón Bolívar, no seu Manifesto de Cartagena, analisou as causas imediatas da perda da república. Estas incluem:

  • O sistema federal adotado.
  • A tolerância e ineficácia do governo.
  • A inexperiência militar.
  • O terramoto de 1812.
  • O desperdício económico.
  • As rivalidades entre os patriotas.

Contudo, uma causa fundamental do fracasso desta primeira tentativa republicana foi a falta de apoio popular generalizado.

A Segunda República (1813-1814)

Após a bem-sucedida Campanha Admirável, Simón Bolívar foi proclamado Libertador da Venezuela pelo município de Caracas e investido de poderes absolutos, dando início à Segunda República.

Organização da Nova República

A nova república, organizada por Bolívar em 1813, diferenciava-se significativamente daquela de 1811:

  • Todo o poder concentrava-se no Executivo, liderado por Bolívar.
  • A base jurídica da república assentava em decretos, leis e ordens emanadas do Libertador.
  • A organização do governo apoiava-se fortemente nos militares, com participação de alguns líderes civis.
  • O centralismo foi imposto, em detrimento do federalismo da Primeira República.

Medidas Autoritárias e a 'Guerra à Morte'

Em 1813, o estado de guerra constante para manter a república levou Simón Bolívar a tomar medidas consideradas autoritárias, incluindo o decreto de 'Guerra à Morte', que causaram descontentamento em parte da população. Algumas dessas medidas incluíram:

  • Imposição da pena de morte (no contexto da 'Guerra à Morte').
  • Ordenação do recrutamento forçado para o exército patriota.
  • Imposição de impostos e contribuições extraordinárias.
  • Confisco de alimentos e outros bens para sustentar o esforço de guerra.

Causas da Perda da Segunda República

Entre as principais causas da queda da Segunda República em 1814, destacam-se:

  • A persistente falta de apoio popular generalizado à causa da independência.
  • A superioridade militar das tropas realistas, especialmente as lideradas por José Tomás Boves nos llanos (savanas), que conseguiram mobilizar setores populares contra os patriotas.
  • A divisão e rivalidade entre os líderes patriotas.
  • A falta de apoio internacional efetivo à república.
  • A grave crise económica que a república enfrentou durante 1813 e 1814.

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