Hobbes, Clausewitz e a Natureza da Guerra e da Paz

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Thomas Hobbes centrou o seu estudo no Homem e de como as suas características podem influenciar a natureza da sociedade. Na sua obra Leviathan (soberania absoluta), imagina um “estado natural”, um mundo sem governo autoritário ou ordem civil, onde o homem governa por paixões, vivendo na constante incerteza da sua própria segurança. Neste estado natural justifica-se a guerra de todos contra todos, só evitável com a existência de um governo forte. Este defende a existência de uma autoridade à qual todos os membros devem render o suficiente da sua liberdade natural, por forma a que a autoridade possa assegurar a paz interna e a defesa comum. Para Hobbes, a paz é definida como um período em que a guerra não está iminente ou em curso propriamente dito, uma definição que se aproxima do conceito de paz negativa. Paz negativa representa a ausência de guerra, o conflito bélico ou a violência externa exercida de forma direta ou pessoal, o que não elimina a predisposição para ela.

Paz positiva representa outras formas de violência, ou de violência indireta ou estrutural. Não é só uma forma de prevenção contra a guerra, mas um esforço de construção de uma sociedade melhor, onde a exclusão social seja cada vez menor.

Para Clausewitz, veterano prussiano das guerras napoleónicas, a guerra é a continuação das relações políticas com a mistura de outros meios. Estes atos de violência destinam-se a forçar o adversário a submeter-se à nossa vontade. Assim, a guerra não é meramente um ato de política, mas mais um instrumento político.

Do ponto de vista do direito internacional público, a guerra é uma situação de luta armada entre Estados. Trata-se de uma visão insuficiente e redutora, principalmente depois das formas menos clássicas que a guerra assumiu depois da 2ª Guerra Mundial. No século XX, as guerras deixaram de ser declaradas e tornaram-se obscuras na justificação.

  • Características do conflito:
    1. É um afrontamento intencional;
    2. Opõem seres da mesma espécie;
    3. Implica o uso de coação (pode ou não ser violenta).

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