Humanismo no Renascimento Espanhol

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Espanha: A expansão do humanismo na Espanha teve vários pontos centrais:

  • Com os Reis Católicos: houve a promoção da cultura humanística pelo regime político e pela situação política internacional. Destacam-se a figura de Nebrija e a fundação da Universidade de Alcalá de Henares, universidade que não tinha tido sucesso na Idade Média. Cisneros fundou uma universidade com base nas ciências humanas fundidas com as religiosas. Também publicou a segunda Bíblia Hebraica com caráter filológico.
  • Com Carlos V: o programa de Erasmo, religioso e secular, foi tomado como base. Buscava-se a harmonia entre os povos e o aprimoramento da meditação interior (do ponto de vista religioso). Foi um momento de glória antes de 1530, com dois grandes compositores espanhóis: Alfonso (secretário do imperador) e Juan de Valdés.
  • A partir de 1530: ocorreu a separação entre católicos e protestantes e a perda de poder dos Erasmianos (terminando com a perseguição dos mesmos). Erasmo foi apagado pelo papado.
  • Discussão sobre os índios: houve a discussão sobre se os índios dos territórios coloniais eram seres humanos ou não. Duas posições surgiram: uma afirmava que eles eram seres humanos com alma e que podiam ser salvos, e a outra dizia que podiam ser escravizados por serem inferiores. O defensor da escravidão foi Juan Ginés de Sepúlveda, um humanista que se baseou em Aristóteles para defender a escravidão. A defesa da liberdade veio de um sacerdote da Ordem dos Dominicanos, que defendia a moral cristã.

Teoria Literária do Humanismo no Renascimento: A poesia e os conceitos importantes de como compor obras literárias valeram para toda a Idade Moderna e para o Romantismo. Com bases na era clássica, surgiram três elementos:

  • Igenium: qualidades inatas de cada indivíduo.
  • Ars: conjunto de regras de composição técnica literária.
  • Doutrina: o conhecimento aprendido.

Através desses três elementos, o processo de criação literária e seus princípios foram postos em movimento, valendo para toda a Idade Moderna. O princípio da imitatio (escrever bem com base na imitação) se aplicava a diferentes tipos de material: modelos antigos, textos bíblicos e medievais considerados clássicos (Petrarca, Dante e Boccaccio).

O poeta era um homem sábio e erudito, que sabia escrever em latim, embora pudesse usar o vernáculo, especialmente na Espanha e na Itália.

Imitação: Duas posições existiam:

  • Imitação eclética: conceito presente desde a antiguidade, em Sêneca, com a metáfora das abelhas que coletam pólen de flores diferentes para criar o mel. O autor utiliza elementos de diferentes autores para criar sua própria obra (imitatio-variatio). Petrarca defendia a competição com os modelos (imitatio-variatio-emulatio).
  • Imitação simples ou ciceroniana: em vez de usar elementos de diferentes autores, utiliza-se apenas os melhores modelos. Isso descartava o impulso da originalidade literária, pois era difícil superar a excelência.

Esses conceitos foram importantes para os cadernos e enciclopédias dos séculos XVII e XVIII.

A discussão sobre a imitação implicou a retórica, a arte de convencer, e levou à mudança no estilo barroco.

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