Hume: Empirismo, Percepções e Ceticismo Moderado
Classificado em Filosofia e Ética
Escrito em em
português com um tamanho de 3 KB
Hume: Empirismo e a Origem do Conhecimento
Hume é um empirista, pois acredita que o conhecimento se baseia na experiência e se traduz em percepções. Assim, nada está na razão que não tenha estado previamente nos sentidos. Ele considera que a nossa mente, ao nascermos, é como uma "tábua rasa".
Para se referir aos conteúdos da nossa mente, Hume fala de percepções, que se dividem em:
- Impressões: Imagens ou sentimentos que derivam imediatamente da realidade.
- Ideias: Cópias frágeis das impressões.
Tipos de Conhecimento para Hume
Para Hume, existem dois tipos de conhecimento:
- Relações de Ideias: Conhecimento *a priori*, onde as verdades são necessárias e negá-las é contraditório. Contudo, este conhecimento não nos dá nenhuma informação sobre o que se passa no mundo.
- Conhecimento de Facto: Conhecimento *a posteriori*, ou seja, depende da experiência. Por exemplo, o facto de o sol nascer amanhã não é logicamente impossível, mas pode não acontecer.
O critério de verdade de um conhecimento é que uma ideia corresponda a uma impressão sensível. Não temos legitimidade racional para afirmar uma relação causal entre os dados da nossa experiência. As suas críticas centrais são: Ceticismo e Reducionismo.
Impressões, Ideias e Associação
As impressões referem-se às sensações, e as ideias (simples ou complexas) ao que pensamos (exemplo: ao ver um cão – impressão; ao pensar num cão – ideia). Distinguem-se pela força e vivacidade.
Hume afirma que é impossível ter a ideia de algo não experimentado; portanto, as impressões são primitivas na nossa mente, e a sua inexistência leva à inexistência de ideias.
O conhecimento surge através de uma associação de ideias baseada em:
- Semelhança;
- Contiguidade no tempo e espaço;
- Causa e efeito.
A Crença na Causalidade
A crença na ideia de causalidade (conexão entre causa e efeito) é muito importante para Hume, mas não deriva da razão. É um hábito psicológico, uma crença subjetiva que surge da observação de duas ideias inseparáveis, levando-nos a esperar uma a partir da outra.
Segundo Hume, não podemos basear-nos apenas no hábito e na indução, pois nada garante que o que aconteceu até hoje se repetirá no futuro. No entanto, ele reconhece que não podemos deixar de acreditar na ideia de regularidade, pois, caso contrário, a vida seria impraticável. Por isso, diz-se que Hume apresenta um ceticismo moderado.
Hume afirma ainda que é impossível observar todos os casos particulares presentes e futuros, por isso alia-se à indução, que não pode ser justificada racionalmente, sendo apenas uma crença. Logo, o conhecimento baseado na experiência não pode ser considerado absolutamente verdadeiro.