A Imagem e o Símbolo na Poesia de Miguel Hernández
Classificado em Língua e literatura
Escrito em em português com um tamanho de 2,87 KB
ITEM 3. Imagem e Símbolo na Poesia de Miguel Hernández.
Miguel Hernández, como qualquer poeta, usa símbolos pessoais que resumem, de forma concentrada, sua visão de mundo.
Em "Perito en Lunas", ele assimila perfeitamente a metáfora da técnica neogongórica e mostra uma seleção original e independente de material metafórico, procurando motivos no mundo real da vida no campo.
Em "O Relâmpago que não Para", a metáfora é a personificação dos sentimentos e emoções de seu drama interior, ao invés de um jogo intelectual do livro anterior. O poeta aumenta ainda mais a imagem e a metáfora atinge um alto grau de perfeição. O touro é o símbolo do grande amor que treme com o cheiro de "ouro feminino". Outros símbolos que expressam a dualidade contraditória e trágica do amor são a faca, o relâmpago ou a estalactite, símbolos do acentuado e danoso que é externo e interno (a rocha teimosa das minhas nascentes e levando-me à insistência da sua chuva de raios destrutivos).
Em "Povo do Vento", há uma mudança no tratamento da imagem poética para descobrir a força do surreal. Cria-se uma guerra mundial em que as imagens são acumuladas para obter uma visão de mundo de igualdade com o homem na natureza. Significativas também são as imagens de alegria e como fazer o homem sentir-se parte de algo muito maior do que ele (Antes do amanhecer, eu vejo surgir as mãos limpas dos trabalhadores e marinheiros).
Em "O Homem que Espreita", continua a imagem surreal, mas com menos tendência a exageros. O destaque deste livro é o sofrimento da animalização do homem (eu voltei do tigre. Aparta ou serei esmagado). Notáveis elementos inanimados, eu vou te escrever animado sobre a tinta) imagens sugerem algo grande, moderno e unificado (Juventude da Rússia, e é ampliada como rinocerontes empunhando uma arma afiada).
Em "Canção e Balada da Ausência", a projeção de imagem evita temas épicos e torna-se mais lírica e intimista. As imagens são quase sempre despidas de epítetos de fundo, que se relacionam estreitamente com elas. Uma das questões é a ausência da criança morta, onde a sombra e a escuridão trazem tristeza e morte (Toda vez que eu passo debaixo de sua janela, o cheiro me bate que até flutua através de sua casa). Outra questão é o amor que traz o surreal como a "ponta do teu ventre" e "filho da luz e da sombra". Em outros poemas de amor, mais uma vez opta pela imagem simples e concreta. A outra grande questão é a subjetividade do poeta isolado na prisão, e suas reflexões sobre a vida e a morte, onde a imagem mais marcante é a do coração, que se torna metonímia notável da sua capacidade emocional. O motivo das aves expressa bem os seus estados emocionais e é atraído por sua conotação de liberdade (Riso tanta alma Eu ouço-o bater o espaço).